O comentário abaixo confirma o quanto Fernando Henrique está certo ao orientar seu partido para buscar outras fontes de comunicação.
Insistir apenas em conquistar apoios e simpatias daqueles que lideram as massas mais carentes, enquanto o trabalhador formal e o pagador de impostos estão abandonados, é injusto.
Se os mais humildes estão satisfeitos com quem os representa, se não se importam com o salário mínimo muito inferior ao que o PSDB propôs, se não se importam com os péssimos serviços públicos, principalmente na saúde, se não se importam em perder seus empregos e mesmo assim continuam fiéis aos seus líderes, está na hora de ampliar os horizontes, sem deixar de cuidar das questões mal conduzidas.
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No governo do PT, sindicatos ajudam a demitir; fosse de outro, apagariam incêndio com gasolina
Reinaldo Azevedo
Ao se referir ao “povão”, que não tem como ser disputado pelas oposições com o PT, FHC deixou claro que se referia aos movimento sociais e sindicatos.
Pois bem: ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e representantes das empreiteiras e das centrais sindicais se reuniram para definir o que fazer com a usina de Jirau.
Decidiriam: vão demitir 6 mil trabalhadores.
E, claro!, cheio de moral, com aqueles cabelos tingidos que tentam disfarçar a idade, Lupi tentava disfarçar as demissões, chamando-as de “diminuição” do número de trabalhadores.
E anunciou medidas enérgicas: está proibida a contratação de trabalhadores por meio de “gatos”, os intermediários de mão-de-obra que exercem com os trabalhadores uma relação de quase servidão!
Uau! Então a maior obra do PAC em andamento usava “gatos”?
Há dias, vimos alojamentos em Campinas de construtoras que tocam o “Minha Casa, Minha Vida” que, segundo a NR-31, que regula o trabalho no campo, renderiam acusação de “trabalho escravo”.
Cadê os sindicatos?
Cadê as centrais?
Ora, estão sentados à mesa do poder ajudando a fazer demissões.
Imaginem essa mesma situação com o PT na oposição e um presidente tucano no Palácio.
Os tontos-maCUTs já teriam desembarcado no canteiro de obras para apagar o incêndio com gasolina.
No governo petista, são sócios do poder.
E, como vocês viram ontem, até parte da imprensa se nega a chamar “demissão” de “demissão”.
Atenção!
Vão seis mil de uma vez só porque se descobriu que não dá para garantir a segurança do local com aquela multidão que lá estava.
Invertidos os papéis, o PT já teria constituído uma comissão de parlamentares, com câmera no ombro e microfone na mão, para ver tudo de perto.
Voltemos ao texto de FHC: adianta o PSDB tentar disputar a burocracia sindical com os petistas?
Não adianta!
Pode, sim, e deve ir lá ver como vivem os trabalhadores de Jirau.
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