sábado, 2 de abril de 2011

Os males da relativização radicalizada da moral

Conceitos ultrapassados não justificam o erro.
Como distinguir o que é "esquerda" e o que chamam de "direita"?
Isso não existe no Brasil, os coronéis e os donos do capital são todos aliados do governo que se diz de esquerda.
No passado isso também era lorota.
A elite das universidades (chamávamos de filhinhos de papai) eram os militantes da luta armada, quem pregava a violência e cometia crimes.
Isso é esquerda?
A esquerda como se vende, a patrocinadora da democracia, foi a que conquistou a redemocratização do país e os radicais foram contrários ao processo.
São exatamente o que querem rotular como direita.
Não dá para relativizar diante dos fatos.
Leiam um texto que trata dos conceitos impostos como verdade absoluta, sem questionamentos, elaborado com perfeição.

*
Mais importante do que debater sistema político e economia, é discutir os valores que orientam as ações dos indivíduos e formam os traços culturais de uma sociedade.
O Estado nada mais é do que um arranjo artificial construído por cidadãos que compõem uma sociedade orientada por determinados valores.
Valores que influenciam no modo como os indivíduos relacionam-se com a política e a economia.

A partir do fenômeno da modernidade, o materialismo capitalista, revestido pela racionalidade científica, enfraqueceu algumas referências históricas da sociedade ocidental – por exemplo: a família e a religião - instalando na mesma um vazio moral.
Indivíduos despojados de uma base sólida de valores tornaram-se zumbis desorientados que, no limite do seu vazio interior, entregam-se a um carpie diem alucinado e destroem a si e à sociedade.

O grau de destruição gerado pelo processo de liquefação dos valores despertou conservadores e aumentou o ódio dos fundamentalistas do laicismo.
Criou-se no coração das sociedades democráticas modernas uma guerra de valores.

A guerra de valores é perene.
Partidos, movimentos sociais - ou multidões que compartilham princípios comuns - buscam impor seus valores e ditar os rumos da sociedade.


Hoje, no Brasil, mais de 72% dos brasileiros são contra o aborto.
Dilma Roussef - candidata à presidência da República do presidente que tinha 80% de aprovação popular - dissera no inicio de 2010 que era a favor do aborto, meses depois, no segundo turno das eleições, com medo de perder o voto dos conservadores, Dilma voltou atrás e se disse contra o aborto.

Os valores têm ou não tem força?

A maioria da população é contra a legalização das drogas.
Dificilmente um político se atreveria bater de frente com um valor que é consenso na sociedade.
Gabeira defende a legalização das drogas e não consegue se eleger nem para sindico de prédio.
Fernando Henrique Cardoso resolveu apoiar a idéia de que a liberalização da maconha salvará o mundo da guerra contra o tráfico (só um minuto, preciso rir hahahahaha) porque não disputa mais eleições.
Quando era presidente nunca falou um X sobre isso.

Ou seja, os valores que norteiam uma sociedade têm o poder de regular as ações dos governos e das empresas.

A questão ambiental tornou-se tão forte que as empresas arrumaram um jeito de se tornarem ambientalmente corretas.
Há incoerências e exageros na condução do debate ambiental, mas o exemplo serve para ilustrar a força que a sociedade tem para regular Estado e economia.

O problema é quando valores que são perniciosos para a existência da sociedade começam ser tratados como normais.
No Brasil isto é claro.

A intelectualidade brasileira (artistas, intelectuais e jornalistas) adora exaltar os valores do crime.

Em ambientes universitários é normal as pessoas fazerem apologia ao uso das drogas como ponte para felicidade e quem se atreve a rebatê-los é chamado de careta.
Cria-se a espiral do silêncio: os valores da barbárie são tomados como verdade e os que são contrários, temendo o isolamento social, calam e consentem.

Ora, desde quando é careta ser contra o uso de drogas que estão na raiz dos 55 mil homicídios ocorridos no ano de 2010?
A maconha é, ao lado da cocaína, a mola propulsora do narcotráfico e da dissolução familiar.
Não se trata de condenar viciados.
Estes precisam de clínicas.
O problema é quando determinados setores da sociedade começam achar auspicioso (“um barato”) o uso excessivo de drogas.
O mal é quando a juventude acha normal sair pelas cidades dirigindo bêbados e em alta velocidade - milhares de inocentes morrem por ano vítimas de beberrões no volante.
O mal é quando jovens, anestesiados pela cultura da glamorização das drogas, usam entorpecentes como se estivessem descobrindo algo novo - o problema é quando esta descoberta vira um ritual de inicialização.
Muitos jovens pensam que para se divertir é indispensável surrar o pâncreas, usar êxtase, LSD, cocaína etc. Pensam assim porque a sociedade tem tratado esse modo de vida com leniência e porque os que não agem assim temem represálias e consentem.
Este processo de leniência com as drogas é uma conseqüência do processo de destruição dos valores que descrevi no início do texto.

A relativização radicalizada da moral é uma desgraça dos tempos modernos.
Ela é oriunda de teorias esquerdistas que pretendem atingir a hegemonia cultural e desmontar as bases do capitalismo (a família e a religião) e promover a revolução socialista.


A relativização da moral leva a juventude a imaginar que as drogas são uma questão de opção.
Não.
Não são.
As drogas dilaceram famílias e são peças centrais de um tipo de crime que mata criancinhas e torna a vida dos cidadãos um inferno.
Os consumidores são os principais mantenedores desta rede assassina, portanto, são assassinos também.
Um viciado tem uma doença, vá lá.
Agora, quem usa drogas por diversão é um irresponsável, no mínimo.
É o mesmo que olhar para o crime e achar graça.
Não.
Não há graça nenhuma em usar drogas, em surrar o pâncreas cinco, seis vezes na semana.

E o principal: esta não é a única forma de se divertir.
Há quem se divirta de maneira diferente.
Há quem pense diferente.
Está é a questão: cadê os que pensam de maneira diferente?



Milhares de jovens se divertem sem passar perto das drogas e sem por a integridade alheia em risco.
Estes jovens são tidos como anormais nas minisséries de fim de tarde, nas músicas rap, nas universidades etc.; por isso vivem no armário.
Eles têm de enfrentar a ditadura do carpie diem ensandecido, que está matando inocentes.
Não estou defendendo um modelo de vida, mas rebatendo a tese vigarista de que apenas os quem espancam o fígado com álcool e os que dão tapas na maconha é que são felizes e tem mente aberta.
Estes jovens precisam entender o mal que estão fazendo a si e à sociedade.
Uma pessoa que dirige bêbada pensa no próximo?
Passe o volante para uma pessoa sóbria!
Beba com limite!

“Não, o que vale aproveitar o hoje” - mesmo que amanhã não se lembre mais nada. Carpie Diem.

Isto está na raiz de uma sociedade em que os indivíduos não vêem limites à sua frente e dane-se o outro.

Este é o ponto: como pensar no outro vivendo em uma sociedade que insiste em ridicularizar valores que dão algum sentido de respeito e limite aos seres humanos?
Não há como esperar bom senso de uma sociedade que exalta os valores do crime porque não há como exaltá-lo sem colher os efeitos colaterais deste ato. Portanto, na guerra de valores, é preciso romper com estes setores.
Vencê-los no argumento.
E se preciso, na justiça.
Posto que, os propagandistas da barbárie resolveram vestir camisas negras e atacar em bando qualquer um que se coloque contra eles.
Caminho: os conservadores precisam sair das alcovas, despindo-se de intolerâncias ultrapassadas, revestindo-se de bom senso para frear o ímpeto dos zumbis desorientados.

No limite, nenhum regime político e econômico se sustenta em uma sociedade destituída de valores morais e de uma identidade cultural que imponha naturalmente limites às ações dos indivíduos e lhes dê a noção de coletivo.
Uma sociedade radicalmente laica é a morada da barbárie.

Via Política

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