domingo, 3 de abril de 2011

Só existe um livro sagrado na democracia: a Constituição

No Coturno



O debate sobre a concessão de mais direitos aos cidadãos homossexuais(gosto mais do que homoafetivos, até porque nunca vi cidadãos heterossexuais serem chamados de heteroafetivos), que tomou conta da mídia nos últimos dias, trouxe à tona os argumentos mais estapafúrdios, que só tiram o foco sobre as verdadeiras razões pelas quais a PLC 122 deve ser colocada na lata do lixo.

Um destes argumentos é o religioso.
Na democracia, quem manda não é a Bíblia, não é o Corão, não é a Torá, não é o Mahabharata, não são os Vedas.
Na democracia, quem manda é a Constituição.

Podemos ser contra a Lei da Homofobia porque ela é inconstitucional.
É inconstitucional porque, ao proteger uma minoria a transforma em casta, com superdireitos, discriminando a maioria, atentando contra os direitos mais legítimos, como liberdade de crença e opinião.
Por isso, esta lei deve ser derrubada.
Porque fere o mais sagrado dos livros: a Constituição do país.


O vídeo acima foi extraído da série West Wings.
Mostra o presidente da república dos Estados Unidos recebendo radialistas na Casa Branca.
E discutindo homossexualidade com uma apresentadora, tendo como base a Bíblia.

Notem que ele dá a sua opinião, em alto nível, mas não fere a Constituição do seu país no que ela tem de mais sagrado: a Primeira Emenda, que garante alguns princípios fundamentais, entre os quais a liberdade de expressão (utilizada pelo presidente), a liberdade de imprensa (garantida à apresentadora) e a liberdade religiosa (sob a égide da qual está se dando a discussão).

Uma verdadeira aula de democracia.

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