terça-feira, 31 de maio de 2011

CPI do Palocci ganha força no Twitter

O pedido de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a evolução patrimonial do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ganhou força nas redes sociais na tarde desta terça-feira.

A expressão “eu quero a CPI do Palocci”
está na lista do Trending Topics do Twitter, ou seja, entre os temas mais comentados no microblog.

A oposição ainda não conseguiu coletar o número de assinaturas suficiente para abertura da CPI.
(Luciana Marques, de Brasília)
Estamos na VEJA!!!

Direito à propriedade, quem garante?

Despejo em prédios do projeto Minha Casa, Minha Vida deixa dezenas de famílias na rua
Por Patrick Granja
No blog de Eduardo H.C.



Na semana passada, policiais federais, civis e militares participaram de uma ação de despejo em três condomínios do projeto Minha Casa, Minha Vida, em Campo Grande.
Segundo a secretaria de habitação, os moradores invadiram os apartamentos.
Entretanto, de acordo com outras pessoas que moram no local, os imóveis estavam abandonados, já que poucas famílias aceitam as moradias pequenas e isoladas do Centro da cidade.
Contudo, os imóveis serviam de abrigo a dezenas de famílias que viviam nas ruas por diferentes motivos.

Mesmo assim, não houve diálogo com os gerenciamentos de turno que mobilizaram um aparato de guerra para expulsar as famílias.
Já o monopólio da imprensa, criminalizou o movimento insinuando que grupos paramilitares teriam comandado as invasões.

No segundo dia de despejos, nossa equipe também esteve no local e flagrou dezenas de famílias abandonadas na rua com seus móveis sem ter para onde ir.
Segundo os moradores com situação regularizada, a prefeitura e a Caixa Econômica Federal proibem a venda ou o aluguel das moradias obrigando dezenas de famílias a viverem confinadas em uma região 60 quilômetros afastada do Centro da cidade.

#VoltaproTwitter,Presidente

Por Demóstene Torres
No blog do Noblat


As discussões no microblog Twitter nos tiram parte do tempo de ler, mas tiram a ferrugem da digitação e se revelam uma boa maneira de encerrar o expediente – no meu caso, depois das 10 da noite.
São travados excelentes debates, com o defeito da exiguidade de espaço e a virtude da interatividade total.

Os participantes não param de surpreender com seu vasto conhecimento e a diversidade de opiniões.
Há desde doutores, literalmente, em determinada área àqueles que entram apenas para desopilar o organismo.

Como costumo escrever ao me despedir, tantos são os colegas de bate-papo que não consigo atender sequer à metade, responder muito menos, mas mantenho com todos o nível de elegância, urbanidade.
Inclusive, por agradecimento, já que me ajudam a fazer projetos.

O Twitter é uma excelente ferramenta, também, para se auferir o pensamento acerca dos assuntos do dia.
O enriquecimento rápido do ministro, os livros ensinando a usar erroneamente a Língua Portuguesa, os R$ 4,5 bilhões de reais doados ao Paraguai, as falhas na política externa, a criminalização da homofobia, as palestras de meio milhão de reais, enfim, a novidade do momento.

E me pedem para dar palpites sobre casamento dos nobres na Inglaterra, as fronteiras desguarnecidas e a escorregada da vez dos governistas.
São, em média, duas horas por dia, nem todo dia, porque na agenda rotineiramente tumultuada não é raridade deixar a turma esperando.

Quando abro o @demostenes_go estão lá as perguntas: “Vai haver debate hj?”, “Q preparou p/esta noite?”.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Palanque Coletivo : #EuQueroaCPIdoPALOCCI

As marchas e passeatas promovidas por determinados segmentos sempre são um sucesso, enquanto isso não se tem conhecimento de nenhum movimento organizado contra a corrupção do governo federal.
Aparentemente, até os defensores da maconha são mais unidos do que a parcela da sociedade que está indignada com a série de escândalos da última década.
Isso é o que se divulga, pois não há interesse em apoiar grupos que combatem os donos da chave do cofre, que abastecem instituições não governamentais com dinheiro público e veículos de comunicação com verbas de publicidade.
Entretanto, podemos demonstrar que tem milhões de brasileiros atuantes e determinados a modificar essa história.
Confiram:

Caso Palocci: quem mais perdeu foi o Lula

Por Milleo Wood
Em O Jornaleco

Em Brasília, Lula não fez negociação.
Seu gesto foi de rendição ao PMDB. Entrou falando e saiu quieto, sem nenhum resultado prático.
Ao contrário, acumulou um rosário de derrotas, digno de quem caiu em armadilha preparada para apanha-lo em seu ego inflado.

Muitos recordam a época do Mensalão e criticam a oposição por não ter tirado o Lula do poder diante de tantas evidências de corrupção.
Alguns vão mais longe, acusando a oposição de fraca, omissa e até conivente.

A política brasileira talvez seja uma das mais experientes do mundo, quando se trata de manter a oligarquia que tira proveito do Estado e só não agiu contra Lula naquele momento, não porque lhe faltava argumentos, mas porque não lhe convinha.
Tirando Lula, corria o risco de criar uma espécie de mártir das camadas populares, embaladas pelos protestos da ‘esquerda intelectualizada’.
Como se isso não bastasse, com Lula no poder, essa oligarquia, que adora copiar exemplos ‘democráticos’ do mundo, estaria repetindo aqui o mesmo que aconteceu na Polônia, com um metalúrgico chegando ao poder (Lech Walessa).
E Lula foi preparado para isso, desde seu tempo de sindicalista, e o mais certo era deixa-lo no cargo.

A massa popular desconhece o Lula político e a única referência são seus discursos inflamados sobre palanques, onde fala o idioma dos ouvintes e isso é o que importa, mesmo que a maioria daquilo que promete jamais se torne realidade.
Sobre política, seus conhecimentos são mínimos e essa oligarquia, na qual o expoente é José Sarney, sabe muito bem disso.
Aliás, não só a oligarquia, mas o próprio Lula.
Porém, deslumbrado com o poder e inflado pela mídia e por pesquisas de popularidade, o ex-presidente começou a acreditar que era mesmo o ‘bicho-da-goiaba’ e deu sinais suficientes que pretendia se desgarrar daqueles que o colocaram e o mantiveram no poder.
E a luz vermelha acendeu.
Estava na hora de mostrar que Lula tem poder, mas não muito.
E o plano B entrou em ação.

A bomba bateu no solo com o caso Palocci, mas o objetivo do petardo não era o chefe da Casa Civil, peixe-pequeno, um simples ‘mala-preta’.
O alvo era outro, centrado em Dilma e Lula, e não seria o poder da explosão, mas as ondas de choque que afetariam os dois e o governo como um todo, como vem acontecendo.

Se a primeira onda pegou a Dilma, a paralisando, a segunda pegou Lula, funcionando como uma armadilha, na qual o grande ‘estrategista’ caiu como um patinho.
Quem lançou a bomba sabia que Lula, do alto de seu enorme ego, sairia em defesa do governo e foi exatamente isso que fez, ao ir a Brasília se reunir com a cúpula do PMDB para negociar uma saída honrosa para o caso Palocci.
Mas não houve nenhuma negociação e nem Lula foi a Brasília como o senhor da verdade.
O que houve foi rendição ao PMDB.

Humilhado, precisou se deslocar duas vezes até a casa do senador José Sarney, tentando convencer o PMDB a não participar da CPI do Palocci.
Claro que foi atendido, mas a que preço?
Essa fatura será quitada e o tempo mostrará seu valor, que não é pouco.

Outro ponto negativo ao Lula foi o depoimento público da Dilma, em defesa de Palocci, que muitos acreditam ser resultado de sua negociação, o que não corresponde a verdade.
Se a Dilma saiu em defesa de Palocci, isso se deve ao deputado Fernando Francischini, do PSDB do Paraná, que descobriu ligações entre as transações imobiliárias de Palocci com a campanha da Dilma.
Um assunto que ainda promete se estender com resultados imprevisíveis e comprometedores ao governo.

Entretanto, a maior derrota política de Lula foi ter enfraquecido o governo Dilma, ao se mostrar como o ‘salvador da pátria’, quando não foi.
Erro político que o fez surgir com dotes autoritários, falando asneira e com gente acreditando, como o caso de Vacarezza, que ameaçou o Congresso certamente porque ouviu bobagem do seu chefe, que também não conseguiu segurar a derrota na votação do Código Florestal.

Externamente, ‘o cara’ decepcionou as democracias ocidentais e, internamente, nem mesmo seus admiradores apoiaram a intromissão.
Resumindo, se Lula tivesse ficado em São Bernardo teria sido mais útil, mas quem largou a bomba sabia que ele não agüentaria ficar quieto.

Quem conhece o PT não vota no PT

O Partido dos Trabalhadores nasceu em São Paulo, mas o PT não vence no estado.
Como explicar esse fato se o PSDB também nasceu aqui e tem sido vencedor?
Simples, os paulistas conhecem o PT.
O partido já colocou o bloco nas ruas da capital vislumbrando a campanha à prefeitura.
Começaram, também, os movimentos de grevistas, marcha da maconha e o aumento significativo da violência que sempre antecede períodos eleitorais.
O povo pacífico não gosta disso e não se rende às pressões.
Roraima também não vota no PT e sua população tem sérias razões para isso.
Porém, são outros os motivos.

Eu sou uma cidadã essencialmente urbana, mas tenho parentes e amigos que vivem no campo.
Felizmente, os que eu conheço não correm o risco, pelo menos por enquanto, de serem considerados criminosos pelo governo federal, pelas ONGS ambientalistas ou por Marina Silva, mas estou acompanhando atentamente cada matéria que trata do tema.

Confesso que não tive paciência, ainda, de ler o Novo Código Florestal, somente os trechos mais polêmicos, mas até então o deputado Aldo Rebelo, relator, tem acertado em seus prognósticos, pois assim como está lutando bravamente para defender o trabalhador rural, que pode ser expulso de suas terras ou severamente punido, até com pena de prisão, se a decisão do governo sobre o Código prevalecer, vejam AQUI o desastre gerado pela decisão tomada em 2009, com os arrozeiros expulsos da reserva Raposa Serra do Sol.

Aldo Rebelo opôs-se à saída dos arrozeiros, mas foi vencido pelo Supremo e pela caneta do então presidente da República.

Abaixo, segue um vídeo sobre a ação da Polícia Federal na região, sob o comando, então, de Tarso Genro.
Produtores tiveram suas casas invadidas sem ordem judicial.



A insatisfação sobre a atuação do governo petista, que vem embromando até seus companheiros de campanha, fica evidente, também, nessa declaração de José Batista Afonso, advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra), de que Dilma piorou situação no campo.
Vejam AQUI.

“Já era pouco recurso e ficou pior ainda.
Nós não temos assistência nem crédito, isso precisa mudar nos próximos anos”
, afirmou.

A sua avaliação é de que a decisão da presidente Dilma Rousseff de cortar quase 30% dos recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o aparelhamento político do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) já pesam na ampliação dos conflitos fundiários na região Norte, onde quatro pessoas foram mortas nos últimos dias.

O Congresso aprovou R$ 3,3 bilhões para a pasta do Desenvolvimento Agrário, mas o governo fez um corte de R$ 929 milhões, representando 28,4% do total do orçamento do ministério.

Aos poucos, brasileiros de outros estados começam a perceber a verdadeira cara do partido que não cumpre o que promete.

domingo, 29 de maio de 2011

No Brasil, a realidade imita a piada

Caixa acusa Palocci de ter violado sigilo do caseiro

A Caixa Econômica Federal informou à Justiça Federal que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

A notícia foi publicada no jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a reportagem, esta é a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro.
Até então, a diretoria da Caixa dizia que apenas havia “transferido” os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento.
Na época, o escândalo derrubou o então ministro da Fazenda do cargo, em março de 2006.
Um detalhe importante, o principal Ministro da República não foi inocentado, simplesmente não houve abertura de Ação Penal.
Um escândalo!
Um desaforo contra milhões de cidadãos que assinaram o pedido de criação da Lei Ficha Limpa.

Baixe o AUDIO e ouça a jornalista Lúcia Hipóllito declarando que a Caixa Econômica Federal dá a cabeça de Palocci de bandeja à oposição e que o responsável pela proteção das informações sigilosas da população foi justamente quem vazou os dados do caseiro Francenildo.

sábado, 28 de maio de 2011

Da casa do lobby ao apartamento da empresa

Miguel Reale Júnior - O Estado de S.Paulo

O recente affaire Palocci apresenta um significativo paralelismo com o sucedido com Francenildo dos Santos Costa, caseiro da chamada "casa do lobby" em Brasília, alugada por ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto para negócios e prazeres.
O então ministro da Fazenda, em 2006, negou que frequentasse a casa.
Convocado para depor na CPI dos Bingos, Francenildo desmascarou o ministro até ser calado por mandado de segurança, em decisão absurda do Supremo Tribunal Federal, na qual se considerou que, por suas "condições culturais", o caseiro não teria como contribuir para o esclarecimento dos fatos.

Não bastou o silêncio imposto pela Justiça que desqualificou o homem humilde, era necessário desmoralizá-lo.

Dois dias depois, o caseiro teve o sigilo bancário violado pela Caixa Econômica Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, como tentativa de desacreditar a sua palavra.

Com precipitação, festejou-se o encontro de depósitos de R$ 25 mil e concluiu-se, apressadamente, ter sido o caseiro comprado.
Para o governo, a violação praticada seria pecado venial, diante do pecado mortal da compra da declaração do caseiro por inimigos do ministro.

Os súcubos do ministro, após violarem o sigilo bancário, deram a órgão de imprensa a tarefa de espalhar a calúnia.

Para dar ares de legitimidade à acusação leviana o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mandou ofício à Polícia Federal, no dia seguinte à quebra do sigilo, aventando a possibilidade de ocorrência de lavagem de dinheiro.

O tiro saiu pela culatra.
O homem simples era honesto, recebera a importância de seu pai e fora submetido ao mais puro arbítrio do Estado, em grave uso abusivo do aparelho estatal.
Francenildo, em lição de moral agora esquecida pelo atual ministro da Casa Civil, disse depois, ao depor na Corregedoria do Senado:

"O lado mais fraco não é o do caseiro, é o da mentira.
Duro é falar mentira que você tem de ficar pensando.
A verdade é fácil".

(...)

Se não fosse a denúncia efetivada pela imprensa, nada do patrimônio real do ministro-chefe da Casa Civil seria sabido.
E dele apenas se ouviram pedidos de respeito à confidencialidade, que tanto desprezara com relação ao humilde caseiro Francelino.


O Código de Conduta da Alta Administração Federal, de cuja elaboração participei como membro da Comissão de Ética, timbra ter por finalidade que a sociedade possa aferir a lisura do processo decisório governamental, motivo pelo qual busca evitar conflitos entre interesses públicos e privados.

Por isso estabelece o Código de Conduta que, além da declaração de bens, cabe ao administrador público dar informações sobre sua situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público.

Saber, portanto, quais foram os clientes dessa empresa de consultoria financeira administrada e pertencente, em 99,99% da cotas, a um médico sanitarista, em serviços pagos quando já previsto como forte ministro, é essencial para se poder ter a transparência visada pelo Código de Conduta.

Como dizia Francenildo, "duro é falar mentira que você tem de ficar pensando", e para não pensar os líderes do governo decretam infantilmente: "O episódio está encerrado".

Chega de cinismo: o episódio apenas começa e deve-se é desvendar a verdade para verificar se houve ou não novamente abuso e tráfico de influência, que podem contaminar a confiança no atual governo.

ADVOGADO, PROFESSOR TITULAR DA FACULDADE DE DIREITO DA USP, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, FOI MINISTRO DA JUSTIÇA

Os donos da crise

Por Mary Zaidan
No blog do Noblat

Um dia depois de o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), afirmar que o Congresso “corre risco quando o governo perde”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília aludindo à possibilidade de “crise institucional de consequências imprevisíveis”.

Mesmo ditas em contextos diferentes, as frases convergem para o mesmo lugar: a lama no poço.
E em um buraco muito, mas muito mais fundo do que se poderia imaginar.


Fora as façanhas não explicadas que permitiram ao ministro Antonio Palocci multiplicar espetacularmente o seu patrimônio e a inabilidade com que o governo trata seus partidários e aliados, a que crise se refere Lula?
E Vacarezza?
A que riscos se remetem esses expoentes do petismo?

Afinal, à exceção da Presidência da República, ocupada por uma mandatária inapetente para a política, que se esconde e esconde as peripécias de seu ministro e prefere viver à sombra do ex, não há nada no Judiciário e no Legislativo – mesmo que este tenha pouco apreço por si - que aponte para uma crise institucional.

Todos os atores estão cansados, exaustos de saber que a crise que embaraça o governo em seu quinto mês nada tem a ver com a estabilidade das instituições.
Tem coração e alma no Planalto e é irrigada com sangue do PT e do PMDB.

A crise ao governo pertence, foi por ele consentida e só ele a alimenta.
Não adianta tentar socializá-la.
E poucas serão as chances de contorná-la se Dilma não começar a fazer política, ainda que a fórceps.

Assim sendo, o sucesso da fórmula de taxar as denúncias como “terceiro turno”, intriga da oposição ou da imprensa, pode não se repetir.

A receita sempre funcionou para Lula.
Mas não é ele, para a tristeza dele, que preside o país.
Ainda que Lula protagonize o absurdo de comandar a República como fez na última semana, agora não será tão fácil inverter os fatos, ludibriar, mentir.

Está claro também que o tempo nem sempre é um aliado confiável para contornar dissabores.
Ao contrário de aliviar, a cada minuto que passa a pressão aumenta.

Não há como tergiversar, para usar um termo do agrado da presidente.
Mais cedo ou mais tarde, Palocci terá de falar.
E não a portas fechadas, como fez para os senadores petistas.
Não só por escrito, como fez para a Procuradoria Geral da República e pretende fazer para o Ministério Público Federal.
Mas à nação.
Sem o que pode se colocar em risco a instituição Presidência da República.
Aí, sim, com conseqüências imprevisíveis.

Ou previsíveis. Talvez seja esse o temor.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Presidente teleguiada

Nota do Instituto Teotônio Vilela

Onze dias depois de revelado o espetáculo do crescimento do patrimônio do ministro Antonio Palocci, Dilma Rousseff saiu do armário ontem para defendê-lo.
Não foi, convenhamos, uma defesa das mais enfáticas; as atitudes e os argumentos usados foram canhestros.
A presidente da República portou-se como boneco do ventríloquo Lula.

Dilma só fez reproduzir os mesmíssimos argumentos que o ex-presidente pôs para circular no mundo político nos últimos dias.
Seguindo a velha tática diversionista do PT, culpou a oposição pela revelação de que seu ministro da Casa Civil ficou milionário quando era deputado.
Acusou os oposicionistas de "politizarem" o caso.
Nada que corresponda à realidade.

A presidente da República usou ontem mesmíssimas frases empregadas por seu chefe de gabinete dois dias antes.
Tanto quanto seu subordinado, ela agiu a mando de Lula, chancelando a leitura corrente de seu apequenamento precoce no cargo mais importante da República.

Disse ela ontem, segundo O Globo:
"Agora se negam a discutir o vazamento dos sigilos e só querem discutir o conteúdo dos sigilos".

Dissera Gilberto Carvalho na terça-feira:
"Em 2010 houve a quebra de sigilo dos dados de familiares de [José] Serra e o foco do noticiário foi a quebra de sigilo em si, e não o conteúdo.
Agora é tudo para o conteúdo e nada para a quebra de sigilo".


Será que Dilma não tem um pingo de luz própria?
Será que, a cada crise, precisará chamar o síndico para dar bronca nos vizinhos do condomínio de poder?
Recusará a dar transparência à administração, usando as mesmas manobras que notabilizam seu partido?

Em sua primeira manifestação após a divulgação de que o patrimônio de Palocci multiplicou-se - na melhor das hipóteses - por 20 em quatro anos, a presidente sequer se comprometeu com a integridade do seu principal ministro.
Ela afirmou apenas assegurar que ele "está dando todas as explicações necessárias".
A quem?

Até agora, a única coisa que Palocci fez foi divulgar uma nota na qual dizia que fez o mesmo que outros fizeram - sem considerar que a condição dos outros não era a de todo-poderoso junto ao governo de plantão.
Ontem, na "defesa" que apresentou aos senadores, também confirmou que, sim, foi muito bem pago para dar conselhos a ricaços quando era deputado.

A presidente acusou a oposição de estar buscando um "terceiro turno", politizando o caso.
Nada mais falso.
O que a oposição fez até agora foi tentar investigar - coisa que o governo fez de tudo para impedir.

"Cada requerimento negado, cada CPI sepultada é um tijolo a mais no edifício da suspeita", escreve Fernando Gabeira no Estadão.

Ressalte-se que as revelações sobre o show dos milhões de Palocci foram feitas pela imprensa e nunca foram negadas por ele.

"As duas revelações fundamentais do novo caso Palocci - a compra multimilionária de imóveis e a colheita gênero megassena logo em seguida à eleição de Dilma - foram publicadas pela Folha e elaboradas como notícias objetivas.
Sem qualquer extrapolação excedente aos fatos"
, comentara Janio de Freitas ontem na Folha de S.Paulo.

Na realidade, para tentar se defender o governo começou a praticar nesta semana um expediente típico de quem está metido em enrascada, o chamado "spin".
É uma forma de torcer a informação de forma a torná-la conveniente a seus interesses.
Como estava encurralado, sob fogo de seus próprios "amigos", o governo passou, dia após dia, a tentar desviar o foco para a oposição.
(...)

Como se vê, o caso cresce - e não é por culpa da oposição, mas dos fatos.
Dilma Rousseff demorou a dirigir-se à nação num episódio da mais extrema gravidade.
Quando o fez, dedicou-se muito mais a confundir do que a explicar.
Fez, ela sim, politicagem.
Lançou acusações vazias, portou-se como se estivesse em cima de um palanque.
Fez tudo como mandou o chefe e reforçou a percepção de que sua vocação é ser sempre teleguiada.
Íntegra AQUI.

Competência dos governantes é a chave do sucesso

Enquanto o governo federal, com uma legislação que dizem ser rigorosa e é defendida pelos ambientalistas (tanto é que combatem ardorosamente o Novo Código Florestal), não consegue conter o desmatamento acelerado em várias regiões do país, reportagem de Giuliana Miranda, na Folha, informa que o desmatamento na mata atlântica -bioma mais ameaçado do Brasil”" desacelerou.

Entre 2008 e 2010, a média anual caiu 55% em comparação a 2005-2008.
Na década, a redução foi de 67% em relação à anterior.


Os dados são de um trabalho conjunto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que forneceu imagens de satélite, e da ONG SOS Mata Atlântica, que fez o trabalho de campo.

“Foi uma redução significativa, e nós estamos comemorando, mas é preciso manter o alerta, porque ainda existem muitas áreas críticas”, disse Marcia Hirota, da SOS Mata Atlântica e coordenadora do atlas que reúne o resultado da pesquisa.

Na avaliação dela, as principais razões para o encolhimento do desmate foram a legislação (a mata atlântica é o único bioma que tem uma lei específica), além do aumento da fiscalização e das cobranças do poder público.

Prefeitura de SP foi acusada de vazamento, nada mais justo que uma CPI para esclarecer o que é fato e o que é calúnia

PSDB articula CPI para investigar Palocci na Câmara Municipal de SP
Para tucano, imposto municipal e envolvimento de secretaria justificam ação.
Tiago Falqueiro Do G1

Enquanto os partidos de oposição acumulam derrotas para convocar Antonio Palocci no Congresso Nacional, uma nova frente para investigar a evolução patrimonial do ministro da Casa Civil pode ser aberta na Câmara Municipal de São Paulo, com uma CPI articulada por vereadores do PSDB.

O líder do partido na Casa, Floriano Pesaro, afirmou que o requerimento já está sendo redigido, mas que a estratégia ainda será discutida com a cúpula tucana.

"Amanhã devo me encontrar com o deputado federal Duarte Nogueira [(SP), líder do partido na Câmara Federal] e com o senador Álvaro Dias(PR) [líder no Senado], porque não queremos atropelar a criação da Comissão Mista no Congresso", afirma Pesaro.

Duarte Nogueira confirmou que foi procurado pelo político da capital paulista e não descartou a criação de uma CPI na Câmara Municipal.

"A decisão que vão tomar [pela instauração de uma CPI ou não], está na alçada deles.
Mas no Congresso tivemos uma obstrução absoluta de todos os instrumentos de fiscalização.
A Dilma disse que o Palocci está se defendendo, o Humberto Costa [PT-PE] afirmou que ele se defendeu para os senadores, mas nada foi dito para a sociedade brasileira",
disse.

Floriano Pesaro já protocolou um pedido de esclarecimento endereçado ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sobre declarações dadas por Carvalho à imprensa, de que o vazamento dos dados da empresa de Palocci teriam sido vazados pela prefeitura.
Em um segundo requerimento, Pesaro pede detalhes da empresa do ex-ministro da Fazenda à Secretaria Municipal de Finanças.

A casa envilecida por um farsante, uma nulidade, uma quadrilheira e um Palocci

Por Augusto Nunes

Primeiro, Lula descobriu que a oposição resolveu despejar Antonio Palocci da Casa Civil “para desestabilizar o governo”.

Alguém deve ter soprado que ele próprio, em 2006, livrou-se do estuprador de sigilo bancário sem que ocorressem abalos sísmicos no Planalto.
O ex-presidente engatou uma segunda, comparou o consultor mais caro do mundo ao maior jogador de futebol da história e ensinou que “não se pode deixar um Pelé no banco”.

Alguém deve ter soprado que, se é assim, ele será lembrado como o presidente que expulsou Pelé de campo.
O palanqueiro itinerante engatou uma terceira e, nesta quinta-feira, fez outra descoberta: “Palocci é o homem que prestou muitos serviços ao governo e não podemos desampará-lo”.

Se a preocupação é real, deve chamar imediatamente o doutor Márcio Thomaz Bastos, ou outro especialista em livrar pecadores de estimação do merecidíssimo castigo.
O amparo jurídico impediu que Palocci fosse condenado pela violação da conta de Francenildo Costa na Caixa Econômica Federal.
Mas já não há qualquer espécie de amparo político capaz de manter no cargo o ministro enredado no milagre da multiplicação do patrimônio.

Palocci perdeu a voz há quase duas semanas por falta do que falar.
Diga o que disser, nada mudará a verdade devastadora: ele enriqueceu com o tráfico de influência, usando como fachada a empresa de consultoria Projeto.
Bom nome: nunca foi mais que um projeto a firma cujo quadro funcional se limitava à moça do telefone.

Foi Lula quem impôs a Dilma Rousseff a nomeação do novo chefe da Casa Civil envilecida pelas três escolhas anteriores.
Deve-se debitar na conta do ex-presidente, portanto, a gangrena que surgiu com José Dirceu, expandiu-se com Dilma Rousseff, tornou-se especialmente malcheirosa com Erenice Guerra e completou-se com Antonio Palocci.

Dirceu complicou-se em 2004 com a divulgação do vídeo em que o amigo íntimo Waldomiro Diniz, assessor para Assuntos Parlamentares, pedia propina a um bicheiro.
No ano seguinte, o guerrrilheiro de festim estrelou o escândalo do mensalão e acabou substituído por Dilma.

A sucessora de Dirceu montou a fábrica de dossiês cafajestes e se enrascou na suspeitíssima conversa com Lina Vieira.
Transferida para a campanha eleitoral, cedeu a vaga a Erenice Guerra, superassessora e melhor amiga, que reduziu a Casa Civil a esconderijo da quadrilha formada por parentes e agregados.


Estigmatizado pelo caso do caseiro, Palocci já chegou com culpa no cartório.
Conseguiu ampliá-la neste outono, quando o Brasil soube que o primeiro-ministro do novo governo é um reincidente sem remédio.

Waldomiro Diniz pôde redigir em sossego o pedido de exoneração.
Oficialmente, saiu porque quis, esperteza repetida por Dirceu no inverno de 2005, quando o escândalo do mensalão desabou sobre a figura que a Procuradoria-Geral da República mais tarde qualificaria de “chefe de uma organização criminosa sofisticada”.
Ele saiu como sairia Erenice: com um pedido de demissão que lhe valeu um salvo-conduto para aparecer quando quisesse (além do convite para a festa de posse de Dilma Rousseff).

Cinco meses depois de voltar ao coração do poder, chegou a hora de Palocci descobrir que um raio pode cair até quatro vezes no mesmo lugar.

O governo já entendeu que é impossível mantê-lo onde está.
A discurseira contra a imprensa, a oposição e funcionários da prefeitura paulistana é só a bisonha reprise do truque forjado para adiar o desfecho inevitável.
O Planalto precisa de mais tempo para achar uma “saída honrosa” para o companheiro que desonrou quase todos os cargos que ocupou.

A cabeça e a alma de um governante se traduzem nas escolhas que faz.

Para chefiar a Casa Civil, o pajé da tribo que topa qualquer negócio escolheu, sucessivamente, José Dirceu, Dilma Rousseff e Erenice Guerra.
Um farsante, uma quadrilheira e uma nulidade.

Coerentemente, decidiu que a sucessora deveria escolher Antonio Palocci.
Obediente ao chefe, Dilma convidou um estuprador de sigilo.
Veio junto um traficante de influência.
As quatro obscenidades que o mesmo gabinete hospedou, somadas, compõem o mais revelador retrato de Lula.

“It gets better!”

“It gets better!”. Ou: O filme que eu levaria à sala de aula
Por Reinaldo Azevedo

Porque os bons e os sensatos se calam diante das aberrações e das coisas estúpidas, abrem, então, espaço para que os nem tão bons assim se façam porta-vozes do óbvio.
É o que me ocorre dizer ao pensar no veto ao tal “kit gay” preparado pelo governo federal para ser distribuído às escolas.

Já apontei as impropriedades dos filmes; acusei — e quase toda a imprensa silenciou a respeito — até mesmo um erro grosseiro de matemática presente em um deles; demonstrei que não se trata de um trabalho conduzido por educadores, mas por prosélitos.

E é neste ponto que reside o problema: o MEC e as ONGs envolvidas no projeto, lamento afirmar, não estão ocupados em combater a discriminação coisa nenhuma; estão empenhados, isto sim, em produzir ideologia.

As pessoas reais não importam, mas a guerra de valores que eles pretendem promover.

Lamento!
Educação é coisa séria demais para ficar na mão de militantes.
Só está assim porque Fernando Haddad, como ministro, é um falastrão irresponsável.

Faz sentido exibir um filme em sala de aula em que o garoto se descobre bissexual e acaba concluindo que, assim, a probabilidade de ele ficar com alguém cresceu 100% — as cavalgaduras do MEC dizem “50%”?
Seria essa uma das muitas manifestações do “orgulho gay”?
Orgulho de quê?
Por que alguém deveria se orgulhar disso — condição que, de resto, sabem todos, costuma trazer dor, solidão, desamparo?

Eis o problema: a militância que orienta os filmes não está preocupada em debater tolerância e convivência entre as diferenças.

O estúdio Pixar gravou um filme com testemunhos de funcionários seus que são gays.
O objetivo é combater a discriminação.
Se ainda fosse professor, eu próprio o exibiria em sala de aula.
Chama-se “It Gets Better”.



Tudo o que precisa ser dito e debatido em sala de aula está aí.
Em primeiríssimo lugar, resta evidente que não há uma só pessoa que escolheu ser homossexual — porque isso, afinal de contas, não é uma escolha.
E essa não é uma verdade desse grupo.
É uma verdade universal.
Algumas pessoas são e ponto final!

Não se trata, à diferença do que disse Dilma — despreparada para o debate que seu próprio governo mantém —, de uma “opção”.

Fica também evidente que todas essas pessoas, em maior ou menor grau, sofreram.
Antes que alguém as intimidasse com a discriminação, elas próprias se martirizavam porque se sabiam diferentes — afinal, uma minoria, sim!
E o vídeo as exibe agora felizes, muitas em companhia de seus parceiros, com amigos, exercendo o seu trabalho.
E insistem que as coisas podem melhorar.

O trabalho do MEC é estúpido — coisa de gente primária, despreparada, que nunca pisou numa sala de aula porque,

— em vez de buscar a integração, ele discrimina;
— em vez de investir no núcleo que nos torna a todos — héteros, gays e aquelas letrinhas da militância para designar subgrupos — humanos respeitáveis, responsáveis, capazes de uma vida civilizada, busca alargar as diferenças.


É preciso ignorar a realidade psicológica e sociológica de alunos de 15, 16 anos, idade em que mais se acentua a afirmação da masculinidade, para acreditar que uma fábula ridícula, em tom de exultação e exaltação, do garoto que se descobre bissexual vai convencer, comover ou mover alguém.
O efeito, ao contrário do que se imagina, poderia ser desastroso.
Os rapazes menos agressivos, independentemente de sua condição sexual, seriam alvos imediatos da chacota.
Por quê?
O MEC não está preocupado em dizer aos héteros que reconheçam nos homossexuais pessoas íntegras, inteiras, com direito à felicidade, às quais nada falta.
E que, como todo mundo, precisam de respeito, de afeto, de compreensão.
Seu objetivo é advogar a especialidade, a excepcionalidade positiva.
Essa gente é tarada na “discriminação positiva”!

Faltam a essa turma que elaborou o material experiência em educação, conhecimento de causa, informação.

Notem que o filme da Pixar praticamente não trata de sexo.
São testemunhos de indivíduos.


Os do MEC foram feitos por “sexólatras” — não se esqueçam que uma das versões inicialmente aprovadas trazia um beijo entre duas garotas, e só a profundidade da língua é que gerou debate, segundo um então auxiliar de Haddad.
O objetivo não era levar informação a héteros e homos sobre a sexualidade humana; não era promover o respeito à diferença, mas fazer proselitismo de estilos de vida.
Os militantes tomaram o lugar dos educadores e produziram aquela porcaria.

E esse tem sido um problema permanente da nossa democracia.
O estado está sendo tomado de assalto por minorias organizadas que pretendem impor a sua pauta, independentemente da vontade da maioria e de suas instâncias de representação.


É assim em todas as áreas.
Os Verdes de Marina Silva acham que o Congresso não tem de se meter com meio ambiente porque isso é coisa de sua militância; os gays organizados acham que os educadores e os héteros não têm que se envolver com o material anti-homofobia porque isso é coisa de sua militância; os negros organizados acham que os não-negros não podem participar do debate de cotas porque isso é coisa de sua militância; mulheres organizadas defendem que o aborto seja decidido em plebiscito por mulheres porque isso é coisa de sua militância; os maconheiros organizados acham que os não-maconheiros não tem legitimidade para debater a descriminação de drogas porque isso é coisa de sua militância…

Vivemos a era burra da sindicalização do espírito.
Um dia isso passa.
Vai melhorar.

It gets better!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bancada religiosa troca o kit gay pelo sétimo mandamento.



O título é do Coturno, mas eu o adotei porque estava difícil encontrar alguém que compartilhasse comigo desse ponto de vista.
Quantos mandamentos cristãos já foram jogados na lama por uma causa nem um pouco elevada?
Ou seja, a de sustentar o poder absoluto dos "eleitos", mesmo sabendo do seu envolvimento, na maioria são protagonistas, numa infinidade de casos de corrupção.
Não é o que se espera de quem deveria ser referência para seus seguidores.


Da Folha Poder:

A convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para prestar explicações sobre a multiplicação de seu patrimônio, revelada pela Folha, deixou de ser ameaça unânime da bancada religiosa ao governo.

Segundo o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), um dos impulsores da campanha de Dilma entre os evangélicos no ano passado, o voto contra o governo virou "decisão de foro íntimo" para os cerca de 280 deputados federais evangélicos e católicos.

O afrouxamento na posição dos religiosos quanto à necessidade de Palocci se explicar aconteceu depois que a presidente Dilma Rousseff (PT) suspendeu a distribuição dos materiais (cartilhas e vídeos) do kit anti-homofobia, do MEC (Ministério da Educação).

Feliciano admitiu nesta quinta-feira em Ribeirão Preto (313 km de SP) que Palocci estava na mira dos religiosos como uma "moeda de troca" na disputa contra o ministro da Educação, Fernando Haddad, que prometia a distribuição do kit.

"Naquele momento, todos nós, evangélicos e católicos, tínhamos uma posição firmada sobre isso [convocação de Palocci]", disse.

Depois do recuo do governo, segundo Feliciano, o grupo de religiosos já não é mais tão rígido sobre o assunto.

"Agora, essa é uma decisão de foro íntimo.
Se tivermos de assinar a convocação de Palocci, cada deputado decidirá conforme sua consciência".


Leia AQUI.

Palocci e o método Lula

Janio de Freitas, Folha de S. Paulo

O Lula que reaparece para "assumir a defesa" de Antonio Palocci, o qual já precisou afastar do governo por atitude delinquente e imoralidade administrativa, é um dos piores Lulas: o Lula que faz calúnias fáceis e desumanas.
(...)
Exaltado, diz Lula que o bombardeio da imprensa a Dilma começou muito antes do que ocorreu à sua Presidência.

De fato, demorou um pouco a revelação ao país, por intermédio da Folha, do tráfico de dinheiro entre políticos operado pelo conluio de parte da cúpula petista com Marcos Valério.
E, é certo, tardou mais ainda a revelação da casa utilizada por lobistas com o então ministro principal de Lula.

Mas não é verdade, e é caluniosa, a acusação de Lula a propósitos de bombardear Dilma e, para tanto, valer-se das revelações sobre os negócios inconfessados, e até agora inconfessáveis, de Palocci outra vez feito ministro por Lula, apesar de tudo.
(...)
As duas revelações fundamentais do novo caso Palocci - a compra multimilionária de imóveis e a colheita gênero megassena logo em seguida à eleição de Dilma - foram publicadas pela Folha e elaboradas como notícias objetivas.
Sem qualquer extrapolação excedente aos fatos.
Nada do publicado ali foi desmentido.
(continua)

Fratura exposta

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

São vários os fatores que expõem a fragilidade política de Dilma Rousseff como presidente da República, sendo o mais recente e mais evidente a entrada de Luiz Inácio da Silva em cena.

Há outros, como a necessidade de esconder que a pneumonia contraída na volta da viagem à China não era "leve" como inicialmente anunciado, a recusa de tratar em público de suspeitas envolvendo seu principal auxiliar ou a demora em reagir a questões importantes como as sucessivas demonstrações de que há algo de muito errado no Ministério da Educação.

O recuo na distribuição do chamado "kit anti-homofobia" aconteceu não por causa de uma avaliação rigorosa sobre a adequação ou inadequação de uma campanha daquela natureza junto aos alunos do ensino fundamental, mas em função do temor de que católicos e evangélicos do Congresso não sustentem apoio a Antonio Palocci na crise.

Lula desembarcou em Brasília nesta semana não só para comandar a defesa do ministro Palocci, mas também para tentar conter a crescente insatisfação no PT e no PMDB com o estilo distante e animoso da presidente.

Para o público externo, galvaniza as atenções inventando uma versão qualquer para jogar suspeições sobre o PSDB a fim de desviar o foco das desconfianças sobre o enriquecimento anômalo do ministro e da evidência de que, se conspiração contra Palocci há, ela está dentro do PT e não na oposição.

Para o público interno, funciona como dique para conter a contrariedade das bancadas e suprir as carências do Planalto no momento em Palocci está fora de combate e que o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, se confirma na condição de nulidade.

A situação não é nova, vem se desgastando nos últimos dois meses, mas acabou se agravando com a crise que imobilizou Palocci conjugada à necessidade de uma articulação competente diante de uma questão importante como a votação do Código Florestal.

Um exemplo da carência de atributos de Dilma para lidar com o Congresso aconteceu na tarde de terça-feira, quando o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, foi ao palácio comunicar os termos para a votação do Código Florestal naquela noite.

O líder comunicou a Palocci o apoio do PMDB à emenda que permite a manutenção das produções agrícolas existentes em áreas de preservação permanente antes de 2008.

Palocci levou a informação à presidente, que, então, mandou comunicar ao vice-presidente Michel Temer que se o partido insistisse no apoio à emenda demitiria todos os ministros do PMDB.

Uma impossibilidade evidente.
Temer e Palocci precisaram contornar a situação fazendo ver a Dilma que aquele não seria o melhor momento para deflagrar uma guerra dessa envergadura.

O PMDB manteve a posição e à presidente foi transmitida a avaliação de que a emenda seria derrubada no Senado.

Se não for, ela terá de arcar com o desgaste do veto junto ao setor agrícola e até se expor ao risco de ver o veto derrubado.

Uma complicação à qual um governante não faz frente se não tiver experiência, vocação e tino políticos.
Como Dilma Rousseff não tem, acaba de transferir essa tarefa a Lula.

Tal transferência pode até resolver o problema de imediato.
Mas abre enorme flanco com a cessão da autoridade presidencial a outrem.
E não a um outrem qualquer: a Lula que sabe como ninguém potencializar poder político.

Decorre daí uma anomalia: o encolhimento da figura da presidente de direito e a expansão do papel de um ex-presidente numa informalidade institucional jamais vista em qualquer País do mundo civilizado.

Com "Kit Carinho" Vale Tudo!

O ex-presidente interpretou as recentes derrotas de sua sucessora e de suas lideranças no Congresso à falta de "carinho" aos parlamentares.
Traduzindo, faz um agrado, leva todo mundo no bico e ninguém mais reclama nem faz discurso no plenário sobre fatos como os que foram publicados no blog do Claudio Humberto.


Palocci ainda é médico do governo paulista

O ministro Antonio Palocci (Casa Civil) é um homem de sete instrumentos: além das consultorias milionárias quando era deputado, e mesmo durante e depois da campanha de Dilma, continua no governo paulista como médico sanitarista em Ribeirão Preto, terra natal e berço político.
O Portal da Transparência informa que Palocci não é servidor requisitado do governo paulista, mas sua assessoria garante que sim.

O acúmulo de cargos poderia caracterizar acumulação ilegal e indevida de emprego público, passível de ação por improbidade administrativa.

O ex-tesoureiro do mensalão Delúbio Soares foi condenado por improbidade por embolsar ilegalmente salários do governo de Goiás.

Camisinha de força

Sob pressão da “Frente da Família”, Dilma suspendeu o “inapropriado” kit gay do MEC.
Já o obsceno “kit salva Palocci”, fica.

Falta explicar

Entreouvidos no gabinete de Dilma, ontem:
“Marina [Silva] precisa ainda explicar por que os seringueiros votaram em Serra...”

Kit "Carinho" pra preencher vazio político

Da Folha de São Paulo

Em meio à sua primeira derrota no Congresso, com seu principal ministro enfraquecido e um clima de crescente rebelião na base aliada, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a fazer concessões ao Legislativo.
Cedeu à bancada religiosa do Congresso e anunciou ontem a suspensão do kit anti-homofobia depois de deputados evangélicos e católicos protestarem contra o material didático que seria distribuído nas escolas pelo Ministério da Educação.
Os evangélicos ameaçavam obstruir a pauta e votar a favor da convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para explicar a multiplicação de seu patrimônio, revelada pela Folha.

Além disso, Dilma foi convencida a agendar três reuniões com congressistas aliados.
A primeira será hoje, quando almoçará com a bancada dos senadores petistas.
Na próxima semana, se reunirá com líderes dos partidos governistas.
Depois, com senadores aliados.
A primeira derrota do governo ocorreu ontem de madrugada, na votação da reforma do Código Florestal.

Com derrotas, ameaças e o enfraquecimento de Palocci, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi chamado para ocupar o que está sendo chamado de "vazio político".
Depois de ouvir reclamações de aliados, recomendou anteontem à presidente, durante jantar no Palácio da Alvorada, "abrir mais seu governo" para os partidos de sua base de apoio.
(...)
Segundo relatos, Lula disse que, para medidas polêmicas como o kit anti-homofobia, o Planalto deveria criar um "ministério de vai dar merda" -um filtro político.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Em nome do pai e dos filhos

Campinas: amigo de Lula enrolado no mensalão
Por Claudio Humberto

Lula deverá incrementar as palestras no exterior, após o envolvimento de seu grande amigo José Carlos Bumlai, pecuarista e empresário, no suposto menslão da prefeitura de Campinas (SP).
Bumlai teria pedido delação premiada ao Ministério Público para poupar o amigo Lula, que o nomeou para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, após tomar quase R$ 31 milhões de multas por dano ambiental.

Vale quanto pode

Em 2005, José Carlos Bumlai vendeu ao Incra por R$ 20 milhões uma fazenda que valia R$ 7,5 milhões.
A Justiça brecou o pagamento de títulos da dívida agrária.
No mesmo ano, o Incra pagou quase R$5 milhões ao quatro filhos de Bumlai em terras para a reforma agrária em Mato Grosso do Sul.

Em nome dos filhos

A holding LLCS, de Fábio Luís e Luís Cláudio, filhos de Lula, funciona na empresa Bilmaker 600, do primo de Bumlai, Glauco da Costa Marques.

Pílula azul

Pelo rápido crescimento do suposto esquema de propinas a R$ 600 milhões, o vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) virou Demétrio Viagra.

Nota contra a calúnia

Prefeitura de SP diz que empresa de Palocci pediu acesso a dados
Por Daniela Silva, na Folha de São Paulo:

A Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo divulgou nota nesta terça-feira na qual lamenta as declarações do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e afirma que todos os acessos aos registros da empresa Projeto, do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), foram feitos de forma motivada.

Carvalho acusou a prefeitura de vazar dados sigilosos sobre o faturamento da empresa de Palocci.

No texto, a Secretaria diz que que todos os acessos aos dados fiscais da Projeto, de janeiro de 2010 até 17 de março de 2011, foram feitos à pedido da própria empresa, ou por servidores da pasta, “de forma motivada, para realização de procedimentos demandados pelo próprio contribuinte (retificação de lançamento e pagamento de tributo)”.

Veja a íntegra da nota:

“NOTA À IMPRENSA

Em relação às reportagens publicadas hoje na imprensa, nas quais o ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto Carvalho teria acusado a Prefeitura de São Paulo de vazamento de dados da empresa que possui como sócio o ministro Antonio Palocci, a Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo informa que todos os acessos ao ambiente da empresa Projeto no sistema da Nota Fiscal Eletrônica de Serviços, realizados no período de 1º de janeiro de 2010 a 17 de maio de 2011, foram realizados pela própria empresa ou por servidores da Secretaria de Finanças, de forma motivada para realização de procedimentos demandados pelo próprio contribuinte (retificação de lançamento e pagamento de tributo).

A Prefeitura de São Paulo não se recusa a prestar qualquer esclarecimento sobre o caso, porém, lamenta que tais declarações tenham sido feitas sem a correspondente comprovação dos fatos.”

Lula e o esgoto

Guilherme Fiúza, ÉPOCA

O escândalo de corrupção na prefeitura de Campinas não tem nada de escandaloso.
Tudo nesse caso é absolutamente normal.

Há uma ordem de prisão contra o vice-prefeito, do PT, que está foragido.
Segundo o Ministério Público, ele é uma das cabeças de um propinoduto montado no serviço de águas e esgotos.

Qual é a novidade? Nenhuma.

É mera repetição do padrão consagrado, que tem no caso Celso Daniel seu emblema máximo: PT, lixo, esgoto, propina.

Em meio a essa mesmice, mais uma revelação trivial: no caminho da propina entre a empreiteira e a companhia de saneamento aparece, como suspeito, um empresário.
Adivinhe de quem ele é amigo?

Acertou.
É amigo do filho do Brasil.


Luiz Inácio da Silva, o homem e o mito, é candidato a um verbete no Guinness.
Entrará no livro dos recordes como o cidadão com o maior número de amigos acusados de alguma trampolinagem.

Até no episódio do dossiê dos aloprados, os principais suspeitos eram amigos de Lula.

Tinha o churrasqueiro do presidente, o segurança e personal-chapa do presidente, o sindicalista de fé e irmão camarada do presidente desde os anos 70, e assim por diante.

Isso para não falar em Delúbio, Silvinho, Gushiken e grande elenco mensaleiro – todos da cota afetiva de Lula.

O aparecimento de mais um amigo do ex-presidente no caso do esgoto de Campinas não tem, portanto, qualquer relevância.
Será possível que o Ministério Público ainda não entendeu o jeito Lula de fazer amizades?

Em vez de ficarem implicando com o ex-operário, deveriam estimulá-lo a ampliar o temário de suas valiosas palestras.
Além de ensinar o jeito PT de administrar, Lula poderia discorrer sobre a importância do afeto na política.

E explicar como se faz para ter um milhão de amigos fichas-sujas, mantendo intacta a estampa de herói.

Seria um sucesso.
Ele nem precisaria explicar como ficou amigo de Dilma Rousseff.

Cliente de Palocci tem restituição em tempo ‘recorde’

Por Erich Decat
No blog do Noblat


A empresa W Torre um dos clientes da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, conseguiu em tempo “recorde” a restituição de cerca de R$ 10 milhões da Receita Federal.

Levantamento feito no Siaf pelo deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) mostra que a W Torre conseguiu a restituição apenas 43 dias depois de ter feito o segundo pedido.

O reembolso total à empresa foi feito no dia 6 de outubro de 2010, três dias depois do primeiro turno das eleições presidenciais que teve Dilma como vitoriosa.

O segundo pedido de restituição também coincide com a mesma data que a empresa doou R$ 1 milhão para a campanha de Dilma.
O mesmo valor de R$ 1 milhão foi novamente doado 17 dias depois para a campanha presidencial do PT.

“Há necessidade de investigação desses fatos que trazem indícios de irregularidades.
Vários empresários precisam de pelo menos um ano para ser restituídos.
Conversei com várias pessoas do mercado financeiro que dizem que é um tempo recorde”
, disse ao blog Francischini.

Segundo ele, esses novos fatos serão inseridos no pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito Mista iniciado no Congresso pela oposição.
Para que a CPI Mista seja instalada é necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores.

Kit gay é suspenso para evitar CPI

Religiosos pressionam contra Haddad.
E usam caso Palocci.
Presidente Dilma cedeu e mandou suspender a distribuição do kit anti-homofobia.
Pronto, os religiosos que, em sua maioria, fazem parte da base aliada do governo e costumam fazer campanha para os candidatos do PT já podem fechar os olhos para a corrupção desenfreada.
Ah, se tivessem esse empenho contra mensalão, farra com cartões corporativos, desvios em obras públicas, caixa dois, tráfico de influência, superfaturamento, falta de medicamentos, fraudes contábeis, etc.


O Globo

Reunida ontem, a bancada de evangélicos e de católicos da Câmara defendeu a renúncia ou a demissão do ministro da Educação, Fernando Haddad.

Eles estão revoltados e acusam Haddad de ter descumprido a palavra a respeito da discussão sobre o material de combate à homofobia nas escolas.

Na semana passada, Haddad reuniu-se com a bancada e afirmou desconhecer o material, mas aceitou debater o assunto.
No fim de semana, porém, disse discordar dos problemas apontados.

O líder do PR, Lincoln Portela (MG), apresentou a proposta da demissão, aplaudido pelos 35 parlamentares do grupo.

O deputado Garotinho (PSB-RJ) defendeu a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para atingir Haddad:

— Estamos dando fôlego a este governo.
Nossa decisão precisa ser política.
Se eles querem salvar o Palocci, nós queremos salvar a família brasileira.
Vamos trazer o ministro e ir a Dilma e exigir que demita o Haddad.

Máquina da mentira e da intimidação

No artigo "Mera maquiagem", publicado no Estadão, a jornalista Dora Kramer desmistifica a reforma política como a solução de todos os males.
Sempre que surge um escândalo ou ocorre uma tragédia, as autoridades responsáveis imediatamente alardeiam a necessidade de mudanças na legislação, mesmo que não apliquem nem as leis em vigor.
Tudo não passa de encenação, até que tudo caia no esquecimento, como normalmente acontece, e nada é resolvido.

Dora cita alguns exemplos de embromação e conclui apontando o óbvio:
"Isso não é reformar, é maquiar e manter tudo como está."

Continuando o artigo, a jornalista trata do caso Palocci:


De mal a pior.
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, "denunciou" que saiu da prefeitura de São Paulo a informação sobre a evolução patrimonial do ministro Antônio Palocci.

E daí? A identificação da fonte não desmente os fatos.

O PT tem expertise na área.
Na oposição, uma longa folha de serviços prestados ao uso de informantes em órgãos públicos para denunciar adversários.

No governo, bem pior: o uso da máquina do Estado para tentar intimidar adversários, vide a invasão da conta do caseiro na Caixa, a confecção de dossiê contra Fernando Henrique na Casa Civil e quebra do sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal.

Todos esses estratagemas só evidenciam que Palocci não se defende porque não pode.

Sociedade anônima.
O PT cobra de seus filiados, eleitos e nomeados para cargos de confiança entre 2% e 20% de seus salários a título de dízimo.
Não está claro se a regra se estende à totalidade dos rendimentos.

Se for extensiva, o partido é sócio beneficiário do espetáculo do enriquecimento do ministro Antonio Palocci.

Se não for, fica a ideia para o PT reivindicar um adicional.

Gabinete de Palocci violou sigilo de caseiro, diz Caixa

Hoje na Folha A Caixa Econômica Federal informou à Justiça Federal que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na edição desta quarta-feira (25) da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

É a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro.
Até então, dizia que apenas havia "transferido" os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento.

Na época, o escândalo derrubou o então ministro da Fazenda do cargo, em março de 2006.

O ministro informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que "desconhece" a ação judicial pela qual o caseiro Francenildo dos Santos Costa pede uma indenização por danos morais na Justiça Federal de Brasília.

Em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) não aceitou denúncia contra Palocci por falta de provas, por cinco votos a quatro.

O petista, reabilitado por Dilma, agora é alvo de novas suspeitas após a Folha revelar que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Oposição define estratégia para investigar Palocci

Por Álvaro Dias

Líderes de todos os partidos de oposição na Câmara e no Senado, além de dissidentes da base aliada, se reuniram, hoje, na Liderança do PSDB no Senado, para definir os próximos passos da oposição no caso Palocci.
Anunciamos que os deputados tucanos irão apresentar mais quatro requerimentos para tentar esclarecer os indícios de enriquecimento ilícito e tráfico de influência do ministro da Casa Civil.

Além disso, a oposição entrará com mais duas representações no Ministério Público, além de começar a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI Mista.
Todos os que participaram da reunião já assinaram e nós vamos buscar outras assinaturas de pessoas que têm capacidade de indignação.

A postura de omissão da presidente Dilma consagra a impunidade.
É preciso que a presidente se manifeste e que o ministro Palocci se afaste do cargo até que as denúncias sejam investigadas.

Aqueles que blindam o ministro Palocci estão prevaricando.
Temos a noção exata do nosso tamanho e do tamanho da máquina de blindagem, mas precisamos tentar.
Vamos buscar assinaturas juntos aos integrantes da base aliada na Câmara e no Senado, afinal consideramos fundamental que a CPI seja mista.
Discurso no plenário está na Agência Senado.
Veja a entrevista:

A maldição da Casa Civil

O Senador Jarbas Vasconcelos disse que a Casa Civil ganhou uma “maldição na era petista”, da qual apenas Dilma escapou.
Isso é relativo, escapou, mas aprontou também.
Não podemos esquecer o dossiê contra Ruth Cardoso, o caso Lina Vieira e o fato de que Dilma ainda era a Chefe da Casa Civil no período em que ocorreram atos de corrupção envolvendo aquela que seria seu braço direito, Erenice Guerra.
A população a elegeu mesmo assim, resta saber porquê milhões de brasileiros relevaram fatos tão graves.
Como explicar esse fenômeno?
Parece que não há um profissional sério disposto a se aprofundar, com honestidade e imparcialidade, nesse tipo de estudo.
Por enquanto, ficamos com uma análise interessante sobre o dilema da Casa Civil, que mais parece um conselho de amigo, mas pode ser um instrumento importante para tentarmos entender como funciona a incrível e eficiente máquina de convencimento.

.......................................

A maldição da Casa Civil.
José Dirceu parecia o homem certo no lugar certo.
Demitido estrepitosamente.
Palocci não poderia ter sido, Dona Dilma não fará nada?


Helio Fernandes
Na Tribuna da Imprensa

Para uma análise correta é preciso estabelecer claramente a diferença entre Dirceu e Palocci.
Na penúltima campanha de Lula, quando muitos adivinhavam a primeira vitória dele, ninguém era mais íntimo, amigo e entrelaçado com o futuro presidente do que Dirceu.

Eu mesmo escrevi no jornal impresso, baseado em informes, informações, depoimentos, que Dirceu chamava Lula de “você”, era correspondido com um “senhor”.

Isso, depois de presidente, na intimidade.
É sempre difícil abandonar um tratamento arraigado, repetido, habitual e mais do que normal.

Dirceu era tido e havido como Chefe da Casa Civil, foi nomeado, empossado e aplaudido, sem qualquer restrição.
Não se pode deturpar os fatos, para também não deturpar, macular e comprometer as observações.
A entronização de Dirceu ajudou a compor as coisas, a estabelecer, politicamente, o mandato de Lula.

O primeiro descuido, displicência, verdadeiramente desastroso, foi o episódio da Loterj.
Envolveu o seu homem de confiança, que faturava desabaladamente.
Foi uma surpresa em matéria de honestidade, agravada pelo fato de Dirceu ser considerado competente.

Como Lula diria mais tarde no episódio do mensalão, “o chefe da Casa Civil não sabia de nada”.
Nesse mensalão, tanto Lula quanto Dirceu estavam “chafurdados”.
Lula sobreviveu, apesar de totalmente comprometido.
É que ele não teve cerimônia, piedade, condescendência.

Lula sabia pouca coisa, mas nesse momento a sabedoria estava numa escolha: “Ele ou eu”.
O país todo conhece a decisão do presidente.
Dirceu perdeu a Presidência da Republica, mergulhou nos subterrâneos dos negócios.
E não sairá mais, de maneira alguma.

Sua participação nas acusações contra Palocci (mais do que “comprovadas”, representam a forma que lhe sobrou para percorrer o caminho que percorria de dentro do Planalto.
Ele tem razão numa coisa: “Palocci não deveria ter sido nomeado para a Casa Civil, não tem dignidade nem competência”.
Nota mil na observação, mas Dirceu jamais sairá da superfície, ele que tanto se orgulhava da conquista do Planalto.

A palavra “maldição”, que coloquei no título destas notas, pode ser contestada.
E principalmente por Dona Dilma.
Ela tem todo o direito. “Eu não fui amaldiçoada ou destruída pela Casa Civil.
Saí de lá para a presidência da República”.

Rigorosamente verdadeiro.

Ela está no lugar que seria de José Dirceu.

E só está no cargo e na altura mais elevada da República, precisamente porque Lula demitiu sem complacência o maior amigo, o mais intimo e o mais influente.
Se perdoasse e poupasse Dirceu, quem correria perigo e poderia nem terminar o mandato?
Lógico, ele, Luiz Inácio Lula da Silva;

Agora, Dona Dilma enfrenta o mesmo problema de Lula no passado, quer conciliar em vez de resolver?
Não há conciliação com a corrupção.
E o que é que Palocci tem de tão indispensável?
Até hoje, quase 5 meses já passados, o ex-ministro da Fazenda, demitido acintosa e desprezivelmente, só vem criando problema, e dos grandes, dos maiores.

Não sendo indispensável, certamente Palocci não é imprevisível.
Deixou suas digitais em todos os lugares, por que essa temeridade de tentar salvá-lo?
É a sua salvação que está em jogo, presidente.
E o que a senhora arrisca, em matéria de tempo, pode ser calculado entre 3 anos e meio e 7 anos e meio.
Mais AQUI.

Para líder tucano, denúncia de Carvalho quer desviar foco de caso Palocci

Por Christiane Samarco, no Estadão Online:

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), sugeriu nesta terça-feira, 24, que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, deveria apresentar explicações sobre o “caso Palocci”, em vez de levantar suspeitas sobre os tucanos no episódio de vazamento de dados referentes ao ministro-chefe da Casa Civil.

Dias entende que se houve uma evolução patrimonial “exorbitante” e não explicada por Palocci, não cabe condenação a quem denuncia o fato.

Mais cedo, Carvalho havia acusado a Prefeitura de São Paulo de ter vazado dados referentes à empresa de consultoria Projeto, de propriedade do ministro da Casa Civil.

Segundo o líder tucano, “a prática governista de procurar culpados já é conhecida”.
“Trata-se de uma estratégia para desviar o foco do que realmente importa saber:
quantos foram os beneficiários e quanto ganharam com o eventual tráfico de influência do ministro Palocci”, afirmou.

Para o senador, o governo sempre procura desviar o foco da discussão, ao mesmo tempo em que blinda seus denunciados.
“Hoje o silêncio sepulcral da presidente Dilma pode transformá-la em cúmplice, se os ilícitos forem confirmados”, afirmou Dias.

Líder anuncia início da coleta de assinaturas para CPI e pede saída de Palocci

Os líderes dos partidos de oposição no Senado e Câmara, além de parlamentares dissidentes da base aliada, se reunirão nesta terça-feira (24/05) para começar a colher assinaturas no requerimento convocando instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que investigará os indícios de enriquecimento ilícito e tráfico de influência envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

Quem anunciou foi o Líder do PSDB, Alvaro Dias, que lembrou também que a oposição está providenciando um adendo à representação encaminhada ao Procurador-Geral da República, devido às novas denúncias divulgadas pela imprensa nos últimos dias.
O senador tucano, ao falar no Plenário do Senado sobre o pedido de criação de CPI, recomendou ao ministro Palocci que se afaste de seu cargo, até que os fatos sejam esclarecidos.

Para o Líder do PSDB, há elementos suficientes para justificar o afastamento de Palocci.
Alvaro Dias diz que o debate em torno da celebração de contratos com a chamada “taxa de sucesso” comprova que o ministro teria cometido tráfico de influência.

Em seu discurso no Plenário, o Líder do PSDB afirmou que a oposição não pode deixar de se pronunciar e nem de exigir investigações sobre o caso Palocci, principalmente por haver um sentimento de indignação popular em relação a mais este escândalo de corrupção originado na Casa Civil da Presidência da República.
Alvaro Dias afirma que apesar da banalização da corrupção e da prevalência do sentimento de impunidade no País, ainda há uma forte dose de indignação campeando pelo País.

“Não há como a oposição se omitir diante dos fatos revelados.
Em nenhum momento, houve a pretensão entre nós de se fazer juízo de valor, de prejulgar o ministro, mas ele exerce uma função pública e, portanto, tem a obrigação de prestar esclarecimentos à população.
Não podemos conformar-nos apenas com a justificativa retórica.
E o que fez a oposição desde o primeiro momento?
Inicialmente, aguardou que o ministro se explicasse.
Como as explicações não foram suficientes, a oposição adotou todos os procedimentos possíveis para o caso: requerimentos na Câmara dos Deputados, convocando-se o ministro; requerimentos de informações ao COAF, à Receita Federal, ao Ministério da Fazenda; e representação junto ao Procurador da República, para instaurar os procedimentos necessários à investigação judiciária.
Esse é o papel da oposição, e não poderíamos furtar-nos de exercê-lo, de olho nas aspirações da sociedade”
, afirmou o Líder do PSDB.

Ainda em seu discurso, o senador Alvaro Dias lembrou os casos recentes de corrupção que ganharam notoriedade nos últimos anos.
Para o Líder do PSDB, a Casa Civil da Presidência vem se transformando em verdadeira “casa mal-assombrada” no governo do PT.

“Na Casa Civil da Presidência, nos últimos anos, surgiram alguns dos grandes escândalos do País.
Inicialmente, Waldomiro Diniz; depois, José Dirceu, envolvido com a idealização de um esquema sofisticado de corrupção, que se denominou de mensalão.

No período Dilma tivemos dois episódios que ganharam notoriedade: um dossiê forjado para intimidar a oposição quando da CPI dos Cartões Corporativos e o episódio Lina Vieira, uma passagem da então secretária da Receita Federal pelo Palácio do Planalto que acabou sendo escondida.

Em seguida, Erenice Guerra, que popularizou a chamada taxa de sucesso, a qual agora volta às manchetes no episódio Palocci.
Portanto, a Casa Civil se transforma, nos últimos anos, em uma casa mal-assombrada”
, afirmou o Líder do PSDB, Alvaro Dias.

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Investigação em Campinas chega ao entorno de Lula e preocupa petistas

José Carlos Bumlai, empresário amigo do ex-presidente, é um dos focos da apuração sobre suposto esquema de propina envolvendo empresa de água e esgoto
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo

Relatório de 408 páginas sobre suposto esquema de corrupção e mensalinho na Prefeitura de Campinas (SP) agita o PT.
O documento feito por quatro promotores do Gaeco, núcleo do Ministério Público que combate o crime organizado, sustenta ordem judicial de prisão contra 20 suspeitos - entre eles o vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), foragido desde sexta feira -, e cita como alvo da investigação o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem é anfitrião em momentos de lazer.

Apontado como elo da empreiteira Constran com diretores da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa), empresa responsável pelo planejamento, execução e operação dos serviços de água e esgoto da cidade, Bumlai teria admitido a possibilidade de fazer delação premiada para "proteger Lula".

O ex-presidente é próximo também do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), seu aliado nas campanhas de 2002 e 2006 e apoiador de Dilma Rousseff em 2010.

Sua mulher, Rosely Nassim Jorge dos Santos, está na mira da promotoria.
A investigação a coloca no topo da suposta organização criminosa.
A primeira-dama, chefe de gabinete do marido, só não foi presa porque um habeas corpus a livrou liminarmente de "medida coercitiva".

O nome de Bumlai é mencionado na interceptação telefônica de um diálogo entre um advogado e Luiz Augusto Castrillon de Aquino, ex-diretor presidente da Sanasa, foco do desvio de verba em Campinas, segundo a promotoria.
À página 271, o relatório destaca que, em 26 de abril, Aquino conversa com o advogado após reunião com um homem chamado de Ítalo Barione.

"De acordo com Luiz Aquino, Ítalo Barione estaria colhendo informações, a pedido do próprio José Carlos Costa Marques Bumlai, para viabilizar a formalização, junto ao Ministério Público, de delação premiada em favor dele", diz o documento.

"Inclusive, Aquino relata que Bumlai teria intenção de proteger Lula."

Ao resumir a conversa, a promotoria afirma:
"Aquino diz que Bumlai quer fazer acordo e ‘o que ele puder fazer para proteger Lula, tudo bem’".

Pertinência.
Para os promotores, "o teor do diálogo é totalmente pertinente".
Eles falam das relações de Bumlai e Lula.
"O empresário talvez tivesse a preocupação de não propiciar uma exposição negativa em razão da amizade de ambos."

Quanto custa o Brasil

Até 29 de maio, brasileiro trabalha para pagar tributos

O Globo

O contribuinte brasileiro trabalhará até o dia 29 de maio deste ano, somente para pagar os tributos - impostos, taxas e contribuições - exigidos pelos governos federal, estadual e municipal, mostra estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Serão 149 dias, ou seja, quatro meses e 29 dias, de trabalho destinados aos cofres públicos.
Um dia a mais que no ano passado, mostra o estudo.

A tributação incidente sobre os rendimentos, como salários e honorários, é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária - INSS e previdências oficiais - e pelas contribuições sindicais.

Mas além dessas taxas, o cidadão paga ainda impostos sobre o consumo, já inclusos no preço dos produtos e serviços, como PIS, ICMS e IPI, a tributação sobre o patrimônio, IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR, e taxas como limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e iluminação pública.

Palocci: um game na internet após fortuna "Milagrosa"

Antonio Palocci já é game.

Bruno Góes e Márcio Allemand, O Globo

Enquanto em Brasília a evolução patrimonial do ministro da Casa Civil é motivo de polêmica, na rede mundial de computadores, os internautas não perderam tempo e já transformaram Palocci em personagem de jogo .

"Palocci!O cara!" foi criado praticamente em tempo real com as suspeitas envolvendo a empresa de consultoria do ministro.

A dinâmica é simples: Palocci surge de dentro de buracos, e o internauta deve acertá-lo com socos.
Quanto mais socos, mais pontos.
A iniciativa reacende o debate: os games são apenas uma brincadeira ou fazem pensar a política?

- O exercício da crítica, do deboche e da brincadeira é importante, pois não leva o poder a sério.
A maneira mais efetiva de derrubar o poder é rir dele.
Quando a gente contrapõe com riso e com ironia, a gente quer dizer que você não é sério.
E essa desconstrução do poder político é importante
- analisa Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Iuperj.

Amigos de Palocci chefiam a Finep

Walter Guimarães
Do Contas Abertas

O termo “Abaixo a Ditadura” apareceu na segunda metade dos anos 1970, com o movimento estudantil conhecido como Libelu.
Alguns dos componentes se destacaram politicamente e fazem parte do atual governo Dilma Rousseff, entre eles o ministro Antônio Palocci e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, Glauco Arbix.

A Finep, empresa ligada ao Ministério de Ciência de Tecnologia, e estabelecida no Rio de Janeiro, fomenta empresas públicas e privadas, universidades e institutos tecnológicos em seis áreas estratégicas – tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia, saúde, programas estratégicos, energia e desenvolvimento social.

Em muitos dos casos, o financiamento é a fundo perdido, ou seja, o dinheiro investido não precisa ser devolvido pelas empresas contempladas.

Basta olhar o organograma da autarquia para verificar a proximidade dos diretores com o chefe da Casa Civil.

Além de Arbix, o chefe de gabinete da presidência é Celso dos Santos Fonseca, que até o final de 2010 foi o administrador da Projeto Administração de Imóveis Ltda, polêmica empresa do ministro Palocci.

Um terceiro nome, ligado diretamente ao episódio da primeira crise política do novo governo, também se juntou à Finep.

Logo após a publicação pela Folha de S.Paulo, do aumento patrimonial de Palocci, um documento foi publicado na tentativa de explicar o caso.
A mensagem foi enviada pelo então Subchefe de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo.
Considerado um erro estratégico no momento de gerenciamento de crise, o conteúdo da nota enviada para todas as assessorias da Esplanada provocou a demissão de Azevedo.

A desculpa para a saída acabou sendo o “convite irrecusável” de assumir o cargo de superintendente da Finep em Brasília, cargo que não consta no organograma.

Segundo notícias veiculadas na semana passada, ele deverá ser o chefe do escritório do órgão na capital federal, com quatro funcionários operacionais.

Contratos da Finep

A missão da Financiadora de Estudos e Projetos mostra a semelhança da autarquia com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES): “Promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público”.

Somente neste ano já foram assinados 157 projetos das mais variadas áreas, de produções cinematográficas à “desenvolvimento de protótipo de produção de fármacos nanoencapsulados em escala contínua baseado em dispositivos microfluídicos”.
São Paulo foi o estado com maior número de financiamentos já contratados.

Entre eles, dois chamam atenção.
Já está separado mais de R$ 1,5 milhão para a Associação de Ensino de Ribeirão Preto – UNAERP, ampliar e modernizar a infraestrutura de pesquisa do doutorado em biotecnologia e odontologia.

Detalhe: o valor é “não reembolsável”, ou seja, os recursos não precisam ser devolvidos.

Outra empresa de Ribeirão Preto, onde Palocci já foi prefeito, que receberá financiamento é a Santal Equipamentos SA Comércio e Indústria.
No caso são “reembolsáveis”, devem ser pagos de volta à Finep. Serão emprestados R$ 7.485.130,65 para “colhedora e plantadora de cana de açúcar 2012”, conforme consta no contrato.

Um reencontro

Dois dos amigos de Palocci se reencontraram na Finep. O presidente Glauco Arbix ocupou o mesmo cargo no Instituto de Pequisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2003 a 2006.
Durante esse período, Celso dos Santos Fonseca foi Diretor de Administração e Finanças daquele órgão.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A seleção de apoio a Palocci

Por Álvaro Dias

Será muito difícil obter no Congresso o número suficiente de assinaturas para a instalação da CPI Palocci.
Reinaldo Azevedo escreve sobre a seleção de apoiamentos que o Ministro pode escalar em sua defesa .

”Não resta dúvida de que o ministro Antônio Palocci vem recebendo apoios de peso.
Ontem, como vocês viram, foi a vez de Paulo Maluf atestar a sua honradez, seguindo a trilha de José Sarney e Romero Jucá.
Renan Calheiros não vê a hora de anunciar a sua irrestrita confiança no petista.
Que coisa!
Michel Temer, vice-presidente da República, presente ao evento que reconduziu Maluf à presidência do PP em São Paulo, ao comentar o caso, lembrou que é preciso regulamentar a atividade de lobby..."


Governo Dilma na blindagem a Palocci

O governo vai exigir fidelidade e comprometimento dos integrantes da base aliada no Congresso diante da tentativa da oposição de criar uma CPI mista para investigar suspeitas sobre o aumento substancial no patrimônio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
O recado do Planalto já foi enviado aos líderes partidários no final da semana passada e será reforçado hoje durante reunião da presidente Dilma Rousseff com integrantes da coordenação de governo, quando deverá ser definida a estratégia de atuação da tropa governista no Congresso.

Quem se rebelar na base aliada entrará em lista negra.

O instrumento de pressão do governo para cobrar fidelidade é o mesmo que tanta dor de cabeça causa: os cargos.
Quem tem cargos tem obrigação de se comportar como aliado.
Quem ainda não tem e ameaçar com alguma rebelião, assinando a CPI, entrará na lista negra do Planalto.
A aposta dos governistas, especialmente dos petistas, é que o cinturão de defesa em torno de Palocci está assegurado até o momento.

Filosofia Petista - Se a legislação permite, às favas com a ética

A sofisticada estratégia “Salva Palocci”: seria tudo mera questão de legislação confusa!
Por Reinaldo Azevedo.

Não resta dúvida de que o ministro Antônio Palocci vem recebendo apoios de peso.
Ontem, como vocês viram, foi a vez de Paulo Maluf atestar a sua honradez, seguindo a trilha de José Sarney e Romero Jucá.
Renan Calheiros não vê a hora de anunciar a sua irrestrita confiança no petista.
Que coisa!

Michel Temer, vice-presidente da República, presente ao evento que reconduziu Maluf à presidência do PP em São Paulo, ao comentar o caso, lembrou que é preciso regulamentar a atividade de lobby.

Como dois mais dois são quatro, segundo Temer, Dilma Rousseff tinha um lobista como assessor de campanha — o que explicaria, segundo entendi, seu ganho fabuloso em 2010: R$ 20 milhões!
Vamos ser claros: ignora-se a existência de ex-ministro ou parlamentar que tenha ficado tão rico em tão pouco tempo sem uma atividade conhecida na iniciativa privada.
Palocci é o primeiro.

Prestem atenção, leitores, aos jornais deste domingo.
Todos eles trazem uma mesma pauta, com meras diferenças de acento aqui e ali: o caso Palocci teria trazido à luz um problema de legislação, justamente aquele apontado por Temer: a falta de uma legislação mais clara, eventualmente mais dura, que discipline a relação de políticos com a iniciativa privada.

Entenderam a operação sutil, mas bastante eficiente, que está em curso?
O petista, a rigor, não teria feito nada de irregular.
A legislação é que é confusa.


Imaginem o PT na oposição com um caso desses nas mãos.
Não houve um só ministro de FHC que tivesse vivenciado situação parecida.
No entanto, os petistas os mandavam para o banco dos réus morais diante de uma simples suspeita.
Sempre havia um batalhão de procuradores para fazer picadinho da honra alheia.
Se colasse…
Quase sempre colava.

Os inimigos do PT eram rematados safados; os seus amigos são pessoas que, como diria o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça!!!), não podem ser condenados por terem “enriquecido licitamente”.
Do total de R$ 20 milhões que Palocci faturou só em 2010, R$ 10 milhões foram recebidos nos meses de novembro e dezembro, com Dilma Rousseff já eleita, e Palocci já nomeado ministro de alguma coisa grande.

Enriquecimento lícito!

A cascata de que a legislação precisa ser reformada é só uma maneira, já politicamente orientada, de tentar salvá-lo, diminuindo a gravidade do que fez.
Outros seriam acusados de corrupção ou tráfico de influência.
E ele?
Ah, ele ajudou a revelar uma questão institucional.

Em outubro de 1992, o então presidente Itamar Franco afastou do ministério seu chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, hoje seu assessor no Senado.
Na CPI dos Anões do Orçamento, seu nome fora citado.
Teria facilitado a liberação de emenda fantasma ou algo assim.
Era uma coisinha de nada na comparação com Palocci.
Itamar deixou claro: Hargreaves ficaria fora do governo, tudo seria investigado, e, caso provada a sua inocência, voltaria.
Era inocente.
Em novembro de 1993, reassumiu o cargo.

Por alguma razão, má razão, o exemplo dado por Itamar não fez escola.
Ao contrário. Palocci não explicou rigorosamente nada até agora.


Ao tentar se justificar, deu-nos ciência de que um ex-ministro vale muito no mercado.
E agora nos defrontamos com essa cascata, segundo a qual há um vazio legal que permite zonas de ambigüidade etc e tal.
O que isso quer dizer?
Em algum momento, por acaso, será considerado aceitável que um deputado, assessor de uma presidenciável, ministro certo da presidente eleita, receba R$ 20 milhões a título de consultoria?
Ou, então, por outra: será necessário que isso seja explicitamente proibido em lei para que alguém como Palocci seja contido?

Vênia máxima, é uma tese vigarista!
Íntegra AQUI.

O partido que sempre cobra investigação dos outros reforça a blindagem

Matéria da Folha Online informa que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reafirmou nesta segunda-feira que a Polícia Federal não está investigando o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e sua empresa de consultoria, a Projeto.
A imprensa pautada pelo governo insiste na desintegração da oposição, ignorando seu esforço para tentar investigar o ministro Palocci e omitindo essa informação.
Enquanto isso, alguns profissionais que resistem aos apelos, ou outros tipos de procedimentos, garantem a sobrevivência do jornalismo que tem o compromisso com a verdade.


Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:

Senadores da oposição e até mesmo integrantes de partidos governistas cobraram nesta segunda-feira o afastamento do ministro Antônio Palocci (Casa Civil) até que ele explique como o seu patrimônio pessoal cresceu 20 vezes nos últimos quatro anos.

Em discurso na tribuna do Senado, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) disse que o comportamento de Palocci é “incompatível” com a sua permanência no governo.

“Ele precisa escolher se deve fidelidade aos eleitores ou às empresas que o levaram a multiplicar o patrimônio por vinte.
Não se pode servir a dois senhores”
, disse Jarbas.

Conhecido como um dos “dissidentes” do PMDB no Senado –partido aliado da presidente Dilma Rousseff– Jarbas disse que a Casa Civil ganhou uma “maldição na era petista”.

“Dirceu, Erenice e agora Palocci foram protagonistas de histórias obscuras e muito mal explicadas na Casa Civil.”

Integrante da base governista, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse que a presidente Dilma deveria seguir a conduta adotada pelo ex-presidente Itamar Franco no seu governo –quando ele afastou o então ministro da Casa Civil Henrique Hargreaves, acusado de irregularidades no cargo.

“Depois do esclarecimento, Hargreaves voltou muito mais fortalecido.
Agora, da mesma forma, se poderia esperar que a presidente Dilma preste a esta Casa os esclarecimentos deste caso para não pairar nenhuma dúvida a respeito disto”,
afirmou a senadora.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, disse que há elementos suficientes para justificar o afastamento de Palocci.
Na opinião do tucano, está comprovado que o ministro cometeu “tráfico de influência” ao estabelecer uma “taxa de sucesso” em sua empresa de consultoria, a Projeto.

”Em um governo sério, toda denúncia grave com consistência provoca o afastamento do denunciado até o esclarecimento cabal dos fatos.”

REQUERIMENTO
A oposição vai tentar aprovar amanhã, na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, a convocação para Palocci prestar esclarecimentos à Casa.

Jarbas disse que a “blindagem” governista sobre o ministro não vai calar a oposição –nem com o apoio do presidente do Senado, José Sarney, às ações do governo.

Desabafo de um promotor

Justiça - Lei 12403 e o desabafo de um Promotor
Por GIOVANI FERRI
Promotor de Justiça de Toledo/Paraná

Publicado por Eduardo Homem de Carvalho

Nada é tão ruim que não possa piorar.

Caros colegas, após 15 anos de atuação na área criminal estou pensando seriamente em abandonar a área com a nova LEI 12.403/2011 aprovada pelo CONGRESSO NACIONAL e sancionada em 05/05/2011 pela Presidente DILMA ROUSSEF e pelo Ministro da Justiça JOSÉ EDUARDO CARDOZO.

Quem não é da área, fique sabendo que em 60 dias (05/07/2011) a nova lei entra em vigor e a PRISÃO EM FLAGRANTE E PRISÃO PREVENTIVA SOMENTE OCORRERÃO EM CASOS RARÍSSIMOS, aumentando a impunidade no país.

Em tese somente vai ficar preso quem cometer HOMICÍDIO QUALIFICADO, ESTUPRO, TRÁFICO DE ENTORPECENTES, LATROCÍNIO, etc.
Resultado: o criminoso não passará uma noite na cadeia e sairá livre pagando uma fiança que se inicia em 1 salário mínimo!

Esse pode ser o preço do seu carro furtado e vendido no Paraguai, do seu computador receptado, da morte de um parente no trânsito, do assédio de sua filha, daquele que está transportando 1 tonelada de produtos contrabandeados, do cidadão que estava na praça onde seu filho frequenta portando uma arma de fogo, do cidadão que usa um menor de 10 anos para cometer crimes, etc.

Em resumo, salvo em crimes gravíssimos, com a entrada em vigor das novas regras, quase ninguém ficará preso após cometer vários tipos de crimes que afetam diariamente a sociedade.

Clique AQUI para a leitura na íntegra e para que possam conferir lei que praticamente inviabilizará a prisão no país.