sexta-feira, 20 de maio de 2011

Brasil cai em ranking de competitividade

País perdeu seis posições, passando para o 44º lugar, refletindo o aumento do custo de vida e a queda na produtividade
Renato Cruz - O Estado de S.Paulo

Depois de registrar melhoras consecutivas desde 2007, o Brasil ficou menos competitivo no ano passado.
O País caiu seis posições no Índice de Competitividade Mundial 2011 (World Competitiveness Yearbook), ficando no 44.º lugar.
A queda reflete o aumento no custo de vida das famílias e a piora na eficiência da economia brasileira.

Crescimento do emprego em setores como a construção civil teve impacto negativo na produtividade do País, segundo estudo.
"É um alerta", disse o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, responsável pelo capítulo brasileiro do estudo.
"O relatório não é conclusivo, mas permite identificarmos movimentos."

Arruda chamou atenção para quatro pontos:

o aumento do crédito, que estaria levando a um endividamento excessivo dos consumidores;
a alta de inflação, que já começou a ser sentida pelas famílias no ano passado;
a valorização do câmbio, que tira competitividade do País lá fora;
e a perda da eficiência na produção, que pode ser sinal de desindustrialização do Brasil.


O Brasil cresceu em empregos no ano passado, mas isso, paradoxalmente, acabou tendo impacto negativo na produtividade e na eficiência, fazendo com que o País caísse do 28.º lugar para o 52.º.
"Foram criados empregos em atividades de baixo valor agregado", explicou Arruda.

Apesar da crise, os Estados Unidos, que haviam ficado em terceiro lugar no ranking anterior, subiram para o primeiro, empatados com Hong Kong.
Em seguida, vieram Cingapura (que liderou a lista no ano anterior) e Suécia.

"Temos verificado uma concentração cada vez maior no topo da lista", disse o professor da Fundação Dom Cabral.
"Os cinco primeiros lugares são muito parecidos."
Segundo ele, deficiências do setor público nos EUA são mais do que compensadas por fatores como infraestrutura e inovação.

O Brasil é o país que registra a maior diferença entre a eficiência do governo e a eficiência das empresas.
Na lista deste ano, o País ficou em 55.º no que diz respeito à eficiência do governo e em 29.º em eficiência das empresas, uma diferença de 26 posições.

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