Por Álvaro Dias
Protestei no Plenário contra a tentativa do governo federal de tentar votar de forma açodada o projeto que revisa o Tratado de Itaipu, firmado pelo Brasil com o Paraguai em 1973, para a construção da hidrelétrica no Rio Paraná.
O projeto fará com que o pagamento anual do Brasil ao Paraguai, por cessão de energia, passe dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões, levando-se em contra a produção de 2008.
Não há motivo para concedermos este presente ao Paraguai que ocorre no arcabouço da denominada diplomacia da generosidade.
O governo brasileiro quer fazer gentileza com o chapéu do povo brasileiro.
Este presente dado aos paraguaios significará um total de US$ 240 milhões por ano a mais para aquele País, ou o total de US$ 6 bilhões até o encerramento do prazo do Tratado, em 2023.
Esses recursos são do Tesouro Nacional, ou seja, saem do bolso do contribuinte, que já paga por uma das cargas tributárias mais altas do mundo.
Votarei a favor do voto em separado do senador Jarbas Vasconcelos, que em seu relatório demonstra cabalmente que a fundamentação do governo é meramente política e ideológica.
Devoto grande estima com o povo do Paraguai, e mantenho relações de amizade com este país desde que fui governador do Paraná.
Mas isto não justifica a generosidade diplomática do nosso governo, abandonando os interesses da nossa população a favor do país vizinho.
E para piorar, as lideranças governistas agora tentam votar com urgência urgentíssima uma matéria que está há 17 meses no Congresso, e para a qual não foi demonstrada a mesma pressa no ano passado, certamente porque se tratava de um ano eleitoral.
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