No artigo "Mera maquiagem", publicado no Estadão, a jornalista Dora Kramer desmistifica a reforma política como a solução de todos os males.
Sempre que surge um escândalo ou ocorre uma tragédia, as autoridades responsáveis imediatamente alardeiam a necessidade de mudanças na legislação, mesmo que não apliquem nem as leis em vigor.
Tudo não passa de encenação, até que tudo caia no esquecimento, como normalmente acontece, e nada é resolvido.
Dora cita alguns exemplos de embromação e conclui apontando o óbvio:
"Isso não é reformar, é maquiar e manter tudo como está."
Continuando o artigo, a jornalista trata do caso Palocci:
De mal a pior.
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, "denunciou" que saiu da prefeitura de São Paulo a informação sobre a evolução patrimonial do ministro Antônio Palocci.
E daí? A identificação da fonte não desmente os fatos.
O PT tem expertise na área.
Na oposição, uma longa folha de serviços prestados ao uso de informantes em órgãos públicos para denunciar adversários.
No governo, bem pior: o uso da máquina do Estado para tentar intimidar adversários, vide a invasão da conta do caseiro na Caixa, a confecção de dossiê contra Fernando Henrique na Casa Civil e quebra do sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal.
Todos esses estratagemas só evidenciam que Palocci não se defende porque não pode.
Sociedade anônima.
O PT cobra de seus filiados, eleitos e nomeados para cargos de confiança entre 2% e 20% de seus salários a título de dízimo.
Não está claro se a regra se estende à totalidade dos rendimentos.
Se for extensiva, o partido é sócio beneficiário do espetáculo do enriquecimento do ministro Antonio Palocci.
Se não for, fica a ideia para o PT reivindicar um adicional.
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