quinta-feira, 5 de maio de 2011

Qualquer semelhança com "amigos carinhosos" não é mera coincidência

Autoritariamente.
Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem uma visão peculiar do que seja democracia.
Convidado a falar sobre a ingerência do governo na demissão de Roger Agnelli da Vale, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o ministro considerou que o então presidente Lula agiu "democraticamente" ao trabalhar pela saída do executivo.

"O presidente poderia ter retaliado a Vale, mas preferiu reclamar publicamente.
Não vejo situação mais democrática do que essa",
disse.

Além de revelar que o governo considera a retaliação uma possibilidade real, o ministro da Fazenda confirma a interferência por motivo torpe e admite o ato de vingança pessoal contra um presidente de empresa privada que ousou desagradar ao governo.

Menos democrático impossível.

E por isso mesmo preocupante, já que pelas declarações do ministro fica posto que as empresas cujas diretrizes operacionais desagradarem ao governo podem ser objetos de ações intervencionistas.

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