Por Ana Carolina Boccardo Alves

Em primeiro lugar, é importante explicar que é uma única empresa estatal para todos os serviços: telefonia fixa, celular e Internet.
Comecemos pela telefonia fixa.
Boa parte das casas já tem telefone, se considerarmos a cidade de Havana e não os arredores.
Mas muitos desses telefones ainda são extensões, compartilhadas com vizinhos.
Para pedir uma linha, você tem que esperar que, dentro do plano de expansão, elas sejam disponibilizadas na sua região (o que é imprevisível).
Depois, você tem que inscrever seu interesse pela linha.
A empresa de telefonia é quem decide, entre os inscritos e as linhas disponíveis, quem vai ser eleito.
(...)
A telefonia celular acabou criando um fenômeno único.
Até pouco tempo os cubanos não podiam ter celulares.
Quando foram liberados, se tornaram uma febre entre os jovens. Só que, como as contas são todas em CUC (equivalente ao dólar), aqui o celular é utilizado como pager.
Você liga para alguém para indicar que quer falar com ele.
A pessoa, sem atender, identifica seu número e te liga de qualquer telefone fixo próximo.
Atender só em casos de emergência.
(...)
Finalmente, meu maior martírio: a Internet.
Cubanos não podem ter Internet em casa, a não ser quando autorizados em caso de trabalho (jornalistas oficiais, ministros e altos escalões).
Estrangeiros podem contratar Internet desde que tenham visto de residência permanente, que não é o meu caso.
Assim como o celular, recentemente o uso de Internet (extremamente lenta) também foi liberado para cubanos em hotéis, pelo módico preço de 10 CUC a hora, o mesmo que pagam os turistas.
Como resultado, sou obrigada a me conectar só uma vez por semana, quando me atualizo das novidades do Brasil e do mundo, escrevo para minha família e amigos e envio a carta semanal a vocês, caros leitores.As telecomunicações cubanas
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