Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:
Senadores da base de apoio do governo federal criticaram nesta quarta-feira a possibilidade de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) participar da fusão entre as empresas Pão de Açúcar e Carrefour.
O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), disse que o banco público deveria ajudar empresas do país, não “lojas de varejo” que já têm um alto faturamento.
“Tem que pegar esse aporte de R$ 4 bilhões e injetar em outras empresas.
O BNDES já financiou grupo frigorífico quebrado.
O Brasil não precisa disso, o consumidor não precisa disso”, afirmou.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), presidente da comissão de Agricultura do Senado, disse que o banco deveria ter como função atuar no desenvolvimento do país.
“O BNDES precisa atuar no aumento da industrialização, no aumento da produção.
Vamos aguardar a posição do banco, mas isso me preocupa bastante.”
A oposição fez duras críticas à possibilidade do banco participar da fusão e já fala em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o banco.
“O BNDES já está merecendo uma CPI, vem jogando dinheiro público fora.
É um banco que só favorece os grandes”, disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou que o BNDES deve retirar o “S” de sua sigla por ter deixado de atuar como um banco social.
“O que há é um banco privilegiando mega empresários no país com recursos públicos.
O governo já transferiu cerca de R$ 260 bilhões do Tesouro da União para o BNDES, subsidiando juros que privilegiam apenas os mais próximos do poder.
Ou seja: estabelecendo uma distinção entre empresário de primeira e segunda classe.”
Os oposicionistas tentam derrubar a no plenário do Senado a medida provisória que autoriza a União a conceder crédito de R$ 55 bilhões ao BNDES para aumentar sua capacidade de financiamento.
Senadores da oposição argumentam que o dinheiro vai permitir que o banco participe de fusões como a do Pão de Açúcar com o Carrefour.
“Vamos tentar, apesar do governo ter maioria”, disse Demóstenes.
Em defesa da fusão, o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) disse que não há dinheiro público se o banco decidir subsidiar a fusão.
“É uma operação de mercado, sem recursos públicos ou subsidiados.
Se for aprovada pelo BNDES, será operação de mercado que vai ajudar a melhorar a posição de empresas nacionais no jogo internacional.”
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