domingo, 5 de junho de 2011

Dilma não vai receber Nobel da Paz iraniana

Roberto Simon - O Estado de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff decidiu não se encontrar com a advogada iraniana e Nobel da Paz Shirin Ebadi, que chega ao Brasil na terça-feira.
Principal voz da oposição a Teerã no exílio, Shirin será recepcionada no Palácio do Planalto apenas pelo assessor para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

"Se Dilma defende os direitos humanos e as mulheres, ela me receberá", insistiu a iraniana em entrevista ao Estado (mais informações na pág. 15).
O governo brasileiro, porém, acredita que receber a ativista enviaria "a mensagem errada".

A decisão do Planalto vai na contramão da mudança na diplomacia para os direitos humanos que Dilma vinha conduzindo até agora.

"Dilma recebeu a (cantora) Shakira, mas se recusa a se encontrar com uma mulher Nobel da Paz?", questiona Flávio Rassekh, representante da advogada no Brasil.

Oficialmente, o Planalto justifica que, pelo protocolo, a presidente recebe apenas chefes de Estado e de governo.
"Dependendo da agenda", ministros de países estrangeiros e outras personalidades - como, por exemplo, os integrantes do U2 - conseguiram uma audiência com Dilma.

Demitida de seu cargo de juíza após a Revolução Islâmica, a iraniana ganhou notoriedade como advogada de grupos perseguidos pela República Islâmica, incluindo opositores e integrantes da comunidade baha"i.

Em 2003, ela ganhou o Nobel da Paz por sua atuação em Teerã, mas, com a eleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, o cerco a dissidentes iranianos fechou-se ainda mais e Shirin partiu para o exílio.
Hoje ela vive entre a Grã-Bretanha, os EUA e o Canadá.
Esta será a primeira vez de Shirin no Brasil.

2 comentários:

  1. Vamos ver se quem vai decidir será Dilma ou Lula. Como aconselhou ontem FHC no Estadão: "Presidente Dilma, não desperdice sua chance!"

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  2. Sérgio
    Grata pela participação.
    Estamos atentos e confesso que sinto vergonha de ver uma mulher teleguiada (título de matéria de jornal) comandando o país.
    Não é exatamente isso que idealizamos, um machista "fazendo o favor" de dirigir a sua escolhida.

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