Mercadante e Quércia encabeçaram Aloprados, mostra reportagem de VEJA
Em 2006, às vésperas do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal prendeu em um hotel de São Paulo petistas carregando uma mala com 1,7 milhão de reais.
O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos que ligariam o tucano José Serra, candidato ao governo paulista, a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde.
O episódio ficou conhecido com escândalo do Dossiê dos Aloprados.
Reportagem de VEJA desta semana desvenda o mistério cinco anos depois.
A revista teve acesso às gravações de conversas de um dos acusados do crime, o bancário Expedito Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal.
Procurado pela reportagem, Expedito confirmou o teor das conversas, ao mesmo tempo em que se mostrou surpreso com o fato de terem sido gravadas.
"Era um desabafo dirigido a colegas do partido", disse.
VEJA demonstra que o mentor e principal beneficiário da farsa foi o ex-senador e atual ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante.
Não é a primeira vez que o nome do ministro surge na investigação.
A PF chegou a indiciá-lo por considerar que era o único beneficiado pelo esquema.
Mas a acusação acabou anulada por falta de provas.
"Agora surgem elementos mais do que concretos para esclarecer de uma vez por todas a verdade sobre o caso", diz a reportagem.
Em seu "desabafo", Expedito conta que o ministro e o PT apostavam que a estratégia de envolver Serra num escândalo lhes garantiria os votos necessários para que Mercadante conquistasse o governado de São Paulo.
Ele explica ainda que a compra do dossiê foi financiada por dinheiro do caixa dois da campanha petista e ainda, de maneira inusitada, pelo então candidato do PMDB ao governo paulista, Orestes Quércia.
VEJA mostra ainda que a investida dos aloprados contra Serra não foi a primeira.
Esquema semelhante já havia sido testado anteriormente em Mato Grosso.
E nem os próprios petistas a bruxaria poupou: quando candidata ao governo matogrossense, a atual senadora Serys Slhessarenko, do PT, foi abatida por um dossiê fabricado e divulgado pelos aloprados.
Mais AQUI e AQUI.
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