No início, eram 40 os mensaleiros.
Os 39 se transformaram em 38 com a morte do ex-deputado José Janene (PP-PR) em setembro de 2010.
Depois de milhares de depoimentos, milhares de páginas de processo, idas e vindas, finalmente o processo do mensalão começa a ficar pronto para ser julgado em 2012.
Mas todo o esforço corre sério risco de ir para a lata de lixo. Isso mesmo.
Poderemos ter os 38 mensaleiros livres, leves e soltos a qualquer momento.
Isto porque, dos 38 acusados, apenas dois têm, atualmente, mandato eletivo. Portanto apenas os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP) têm direito a foro privilegiado.
Só por causa deles o processo do mensalão continua no STF.
Desde que vários acusados não foram reeleitos, os ministros do Supremo passaram a temer que os dois deputados renunciem a seus mandatos.
Com justas razões.
Com a renúncia, o processo retornaria à justiça comum, lá na primeira instância.
E todos os crimes prescreveriam.
Valdemar da Costa Neto, sabemos todos, sempre foi sensível a uma boa conversa.
Quanto a João Paulo Cunha, jamais teve uma ideia própria.
Fará o que José Dirceu mandar.
Nesta semana deve ser votada no STF uma questão de ordem sobre a possibilidade de renúncia dos dois deputados.
O STF cogita seriamente de tratar do caso como o Senado tratou de Fernando Collor no caso do impeachment.
Collor renunciou no último momento, mas o julgamento prosseguiu, e ele perdeu a presidência da República.
Se os ministros do Supremo tiverem o mesmo entendimento, de nada adiantará a renúncia.
E já vai dar uma amostra da disposição dos ministros no julgamento.
Vamos torcer.
Não é possível que essa camarilha bolchevique que tentou tomar de assalto o Estado brasileiro saia livre.
O deboche seria demasiado.
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