domingo, 17 de julho de 2011
Além da Corrupção
Brasil ainda tem 87% das estradas sem pavimentação
O Globo
Enquanto o Ministério dos Transportes passa por uma crise, com denúncias de corrupção, superfaturamento de obras e demissão de ministro e diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), a situação das estradas brasileiras continua caótica, num retrato do atraso no setor.
Esburacadas, sem acostamento e, em sua maioria, sem asfalto, são um dos gargalos para que o país cresça em condições de competir com seus concorrentes entre os países emergentes.
Em 2010, do 1,5 milhão de quilômetros de estradas brasileiras, apenas 212 mil quilômetros, ou 13%, eram pavimentados, de acordo com o Dnit.
Os outros 87% não têm qualquer tipo de pavimentação.
Uma pesquisa feita ano passado pelo instituto Ilos, com cerca de 15 mil profissionais de logística das maiores empresas do Brasil, revelou que 92% deles apontaram a má conservação das estradas como o principal problema de infraestrutura do país.
(...)
O estudo do Ilos mostra que, em relação à quantidade de quilômetros pavimentados em estradas, o Brasil está muito atrás da maioria dos outros países que compõem o bloco de emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
A Índia, por exemplo, cuja extensão territorial representa 35% da brasileira, tem 1,5 milhão de quilômetros de rodovias pavimentados.
- No Brasil, a primeira estrada pavimentada foi a Rodovia Presidente Dutra, em 1950.
Os outros países começaram a investir antes, no século XIX.
A outra razão é que, até 1974, o governo investia de forma crescente em rodovias.
Em 1974, os investimentos chegaram a 1,8% do PIB.
Ano passado, o investimento foi de apenas 0,8% do PIB - explica o presidente do Instituto Ilos e professor da Coppead-UFRJ, Paulo Fleury.
Segundo a CNT, na Região Norte do Brasil, 55% das estradas são consideradas ruins ou péssimas.
- É muito buraco, estradas sem acostamento.
A situação está de ruim a pior.
Na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, tem crateras.
Eu tive muita esperança quando colocaram um ministro de Transportes de Manaus (Alfredo Nascimento) e aconteceu o que aconteceu.
O que a gente vai esperar agora? - pergunta o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários da Região Norte, Manoel Farias Rodrigues.
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