domingo, 24 de julho de 2011

ANP - "Agência Nacional da Propina"


A Revista Época obteve vídeos, documentos e cheques que revelam como o aparelhamento partidário transformou a Agência Nacional do Petróleo numa central de achaque e extorsão
Diego Escosteguy, com Murilo Ramos

PROVAS DA EXTORSÃO
Com a ajuda do MP, a advogada Vanuza Sampaio gravou um encontro que manteve com dois assessores da ANP, que exigem propina de R$ 40 mil para resolver um problema de um cliente dela.
AQUI, documentos, videos da extorsão e trecho do depoimento prestado pela advogada ao MP, no qual ela detalha o caso, e o cheque que um dos assessores da ANP recebeu de um advogado ligado ao maior adulterador de combustível do país.

Reprodução

Às 16h23 do dia 5 de maio de 2008, uma segunda-feira, dois assessores da Agência Nacional do Petróleo (ANP) encaminharam-se discretamente ao escritório da advogada Vanuza Sampaio, no centro do Rio de Janeiro.

Vanuza é a advogada com mais volume de processos na ANP; conhece profundamente a agência.
Tem como clientes distribuidoras de combustível, postos e empresários do setor de petróleo e gás – todos dependem da ANP para tocar seus negócios.

Depender da ANP, conforme investigou ÉPOCA nos últimos dois meses, significa sofrer continuamente o assédio de tipos como Moreira e Daniel.
Não são os únicos.
Há muitos como eles.
Mas, para a turma que transformou a ANP num cartório de extorsão, aquela não era uma segunda-feira tão ordinária.
Daquela vez, dois deles foram gravados em vídeo, em pleno expediente subterrâneo.
ÉPOCA obteve cópia dessa gravação, que integra uma investigação sigilosa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

Lógica Petista
Os três põem-se a discutir as diferenças entre os corruptos da agência.
Roberto Ardenghy, antecessor de Edson Silva na Superintendência de Abastecimento, é citado como exemplo de negociante voraz.
Diz o assessor Moreira:
“Ele tinha uma lógica muito à petista.
Era muito para ele.”

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