terça-feira, 19 de julho de 2011

Corrupção mata


Cesar Colnago

Com base em informações oficiais requeridas ao Ministério dos Transportes e à Polícia Rodoviária Federal sobre a situação das rodovias federais capixabas e do país, verifica-se uma alarmante preocupação com o número de mortes.

Das cinco rodovias federais que cortam o Espírito Santo, especialmente nas BRs 101, 262 e 259, existem 25 pontos de completa insegurança na manutenção.

E entre os anos de 2003 e 2010, dos R$ 830 milhões para a manutenção das estradas federais do Estado, o volume de recursos não chegou a 10% efetivamente liberados no governo Lula.

E aí as mortes vêm aos montes.
No Brasil, são 36 mil mortes por ano nas estradas federais.
É preciso retomar com seriedade o investimento nas rodovias, que matam mais do que muitas doenças.
As estradas estão cheias de buracos, malsinalizadas, com riscos de deslizamentos de barreiras, sem manutenção e nada se faz.

A BR 101 do Espírito Santo foi projetada em 1960, quando passavam 150 veículos/dia.
Hoje passam mais de 80 mil/dia - e a estrada é a mesma.
O tema está na ordem do dia e, por isso, o governo federal tem o dever de cuidar da infraestrutura de nossas estradas.

Mas, há pouco, o Brasil tomou conhecimento de uma das principais razões para tanto descaso de nossa infraestrutura rodoviária com a ocorrência de mais um escândalo no governo Dilma, desta vez, no Ministério dos Transportes.

É apenas uma amostra do que pode se disseminar por toda a administração federal se for à frente a intenção do governo Dilma de afrouxar as regras para a contratação de obras públicas.

Há um verdadeiro balcão de negócios montado para desviar recursos do contribuinte, escancarando-se a porta para a corrupção e malfeitos diversos.

Grandes obras públicas brasileiras têm demorado uma eternidade para ficar prontas - quando ficam.
Além da desorganização há um Palácio do Planalto tolerante com a corrupção, o superfaturamento e o desvio de recursos.
No Ministério dos Transportes, os custos das ações do PAC decolaram em várias obras.
Mas, no Dnit, o descalabro é assombroso: obras rodoviárias com sobrepreço de R$ 10 bilhões.

Diante de tanta desfaçatez com o dinheiro público, resta-nos uma lamentável constatação: o que ocorre à solta no Ministério dos Transportes e no Dnit é a comprovação perversa de como a corrupção também pode mutilar e matar milhares de pessoas que se arriscam diariamente nas rodovias do país, causando tragédias e infelicitando os lares brasileiros.

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