quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desindustrialização não é Profecia, é Realidade

1 em cada 3 carros será importado
Marcelo Rehder e Cleide Silva, de O Estado de S.Paulo

A importação de carros este ano vai ser a maior da história da indústria automobilística brasileira.
A participação nas vendas, que era de 5% em 2005, deve chegar aos 23%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No fim de 1995, ao assistir aos importados ficarem com 21,8% das vendas, o então presidente Fernando Henrique Cardoso elevou a alíquota de importação de 32% para 70%.
No ano seguinte, a participação caiu para 12,9%.

Agora, com o câmbio sobrevalorizado, metalúrgicos fazem passeatas por temerem perda de vagas e montadoras reivindicam do governo Dilma Rousseff medidas para melhorar sua competitividade e enfrentar os preços mais atrativos dos importados.
(...)
O investimento de US$ 11,2 bilhões para o período 2010-2012 anunciado pela indústria automobilística não convence os metalúrgicos.

"As empresas que estão vindo para cá não são produtoras de automóveis, mas sim meras montadoras que vão trazer o produto pronto dentro de caixas e aqui só vamos apertar parafusos", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

"Nossa reivindicação é que haja um fórum tripartite (governo, montadoras e trabalhadores) para discutir a indústria nacional e montar um plano de substituição das importações", diz o sindicalista, que na sexta-feira liderou uma passeata de metalúrgicos do ABC e da capital paulista, que parou a Via Anchieta.

A manifestação e a ida de executivos das montadoras a Brasília ocorrem num momento em que os estoques estão altos.
No fim de junho, havia 342 mil carros nos pátios, suficientes para 33 dias de vendas.
A Fiat já anunciou férias coletivas nas fábricas de Betim (MG) e da Argentina.

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