terça-feira, 19 de julho de 2011

Despolitizando a "Lei das Selvas"

Pois é… E as mortes no Pará não faziam parte de uma escalada contra os movimentos sociais.
Modestamente, este blog acerto de novo, né?

Reinaldo Azevedo

Vocês se lembram daquelas mortes de “líderes camponeses” do Pará?
Lembram-se do escarcéu feito por boa parte da imprensa brasileira?
Repórteres foram despachados para a “área de conflito”, atendendo ao chamamento de Gilberto Carvalho, que resolveu inventar uma guerra contra os movimentos sociais no Norte do país.
Torrentes de lágrimas ideologicamente orientadas corriam, em tumulto, no jornalismo engajado, que, no entanto, se fazia de isento defensor dos direitos humanos…

Petistas, verdes e imprensa brasileira pautaram, como o esperado, seus congêneres internacionais.
Jon Lee Anderson, o famoso biógrafo de Che Guevara, perpetrou um longo texto na revista New Yorker sobre a onda de mortes do Pará.
Escrevi um post a respeito intitulado “Biógrafo do Porco Fedorento agora decidiu mudar o objeto de sua mistificação”.
Pois bem. Qual era o meu ponto?

Seria eu favorável à morte de “líderes extrativistas” e de “líderes camponeses”?
Seria eu tão cruel a ponto de não me comover com a “escalada de violência contra os movimentos sociais”?
Bem, a resposta, obviamente, é “não”.


Ocorre que não havia indícios de escalada nenhuma.

Escrevi em um dos muitos textos:
“Gilberto Carvalho saiu boquejando um fato inexistente para fazer baixa política e agora colhe os frutos ruins também para o governo.
Anderson diz que Dilma é uma “tecnocrata pró-desenvolvimento”, que não dá bola para o meio ambiente.
O grande humanista acha que essa conversa de “desenvolvimento” não é pra nós.
O nosso dever e cuidar do mato.
Desenvolvimento é para quem deu cabo de suas florestas até meados do século passado.”

Certo, certo…

Agora leiam o que informa a Folha Online:


Por Felipe Luchete:
O inquérito da Polícia Civil do Pará sobre o assassinato do casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos em 24 de maio, aponta como mandante do crime José Rodrigues Moreira, dono de terras no assentamento onde eles viviam...
...Outros três assassinatos no campo foram registrados no Pará após a morte dos extrativistas.
Ninguém foi preso.
A polícia diz que não encerrou os inquéritos, mas nega relação com conflitos agrários.
(Reportagem completa AQUI)


Sim, vocês entenderam tudo direito.
Os dois ditos “líderes extrativistas” foram mortos por um morador do assentamento — que não era exatamente um plutocrata da terra…
Não custa lembrar que o próprio José Cláudio estava armado, em companhia do irmão, quando este matou um outro assentado.

Como também escrevi aqui, esses ditos “movimentos sociais” costumam fazer as suas próprias leis e organizar a sua própria polícia.

Quem conhece a rotina das invasões de terra patrocinadas pelo MST, por exemplo, sabe muito bem disso.
E os demais “mortos”?
As investigações apontam para crime comum.
Como e por que acertei?
É simples!
Em vez de visitar o Pará, decidi visitar a lógica.
...................................
(Marina Silva utilizou de toda a má fé possível para ligar as mortes à aprovação do Código Florestal. Vejam AQUI)

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