terça-feira, 19 de julho de 2011

Brasil é o quarto maior investidor em títulos americanos

Economia brasileira corre sério risco porque depende dos resultados da política econômica dos "Imperialistas", isso contradiz o que foi dito na campanha do PT
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Daniel Haidar - O Globo

O impasse nos Estados Unidos sobre a aprovação do aumento do teto da dívida pública não está tão distante do Brasil quanto a geografia sugere.

O governo brasileiro não para de comprar títulos do Tesouro americano.
No fim de maio, segundo relatório do próprio Tesouro dos EUA, o Brasil era o quarto país em valor investido em títulos da dívida pública americana - os chamados Treasury bonds (T-Bonds) e outros papéis.

Em um ano, o Brasil teve o segundo maior crescimento de aplicações na dívida americana, entre os 10 maiores credores dos Estados Unidos.
O investimento em títulos do tesouro americano saltou 30,90%, de US$ 161,5 bilhões em maio de 2010 para para US$ 211 bilhões no mesmo mês deste ano.
Só ficou atrás da variação do investimento feito pela China no mesmo intervalo, de 33,66%.

Somente em maio, o Brasil incorporou US$ 4,5 bilhões nesse tipo de aplicação. Segundo analistas, a maioria desses títulos do Tesouro é detida pelo Banco Central (BC) brasileiro, que investe em T-Bonds boa parte das reservas oficiais, resultado da política de desvalorização do real ante o dólar.

Os dólares comprados no mercado aberto pelo BC, para segurar a alta do real, são investidos em títulos americanos - esses ativos ainda são considerados seguros, ou seja, com pouca chance de calote ou prejuízo, por boa parte dos economistas.
Mas essa opinião começou a mudar em 16 de maio quando os Estados Unidos anunciaram que atingiram o limite legal de endividamento público, de US$ 14,3 trilhões.

Caso esse teto não seja expandido até 2 de agosto, pela primeira vez o país poderá deixar de cumprir seus compromissos financeiros.

Ao fim de junho, o BC tinha 87,4% das reservas brasileiras investidos em títulos, o que corresponde a cerca de R$ 293,5 bilhões, embora não seja especificado pelo governo se em títulos americanos ou de outros países.

O impasse da dívida, com chance real de moratória, é tão grave que agências de classificação de risco, como a Moody's e a Standard & Poor's, passaram a cogitar um rebaixamento da avaliação do crédito soberano dos EUA.

O efeito de um calote seria catastrófico para a economia global.

Um calote americano "importaria" a dívida deles para o Brasil, segundo o economista Ricardo Amorim.

- Caso haja um problema mais sério, exatamente por ter exposição tão grande aos títulos do Tesouro americano, se acontecer um calote por lá, vamos importar a dívida deles - diz Amorim.

Ele, no entanto, descarta a possibilidade de uma moratória americana.
Acredita que os congressistas americanos vão chegar a um acordo político antes de 2 de agosto e aprovar o aumento do endividamento.
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(Um detalhe importante, para aprovar o aumento do endividamento especialistas informam que para isso terão que alterar a Constituição, portanto não é tão simples assim.)

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