Os filhos de Lula, Erenice e Nascimento ensinam como fazer para virar milionário usando apenas a carteira de identidade
Aiuri Rebello e Bruno Abbud
No blog do Augusto Nunes
O Ronaldinho da informática
Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tinha 27 anos em 2003, quando decidiu montar uma produtora de conteúdo digital em parceria com os amigos de infância Ricardo e Kalil Bittar, filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, conselheiro da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e íntimo de Lula desde a década de 70.
No ano seguinte, a Gamecorp foi pinçada do semianonimato e do raquitismo financeiro por uma proposta surpreendente: a Telemar ofereceu R$ 5 milhões para tornar-se sócia minoritária dos três jovens empresários.
Antes de virar empresário, Lulinha, formado em biologia, ganhava R$ 600 por mês como monitor do Jardim Zoológico de São Paulo.
Em outubro de 2006, numa entrevista concedida à Folha, o pai foi confrontado com a carta de um leitor interessado em saber por que seus filhos, com formação escolar mais sofisticada, não eram tão bem sucedidos quanto o integrante da Primeira Família.
“Porque deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho”, comparou Lula.
O filho da Casa Civil
A edição de VEJA de 11 de setembro de 2010 revelou que Israel Guerra, 32 anos, filho da ministra Erenice Guerra, amparava-se na influência da chefe da Casa Civil para extorquir propinas de empresários interessados em fechar negócios com o governo.
As maracutaias ganharam velocidade em julho de 2009, quando Israel montou com dois sócios a Capital Assessoria e Consultoria, nome oficial da quadrilha formada por parentes e agregados da melhor amiga de Dilma Rousseff.
Em abril de 2010, Fábio Baracat, dono de uma empresa de transporte aéreo, pousou em Brasília para ouvir a proposta do filho da Casa Civil: para contar com a boa vontade da mãe, Baracat teria de pagar R$ 25 mil por mês pela consultoria, mais uma taxa de sucesso de 6% do valor do contrato com o governo.
Baracat conseguiu no mesmo ano um contrato de R$ 84 milhões com os Correios.
Só com a taxa de sucesso, Israel embolsou R$ 5 milhões.
É uma bolada e tanto, sobretudo para quem tivera de sobreviver com o salário de funcionário público.
O Palocci amazonense
O arquiteto Gustavo Morais Pereira, filho do ex-ministro Alfredo Nascimento, tinha 21 anos em 2005, quando se juntou a dois sócios para abrir a construtora Forma Construções, com capital inicial de R$ 60 mil.
Em 2006, a empresa declarou R$ 17,7 milhões à Receita Federal.
Em 2007, a fortuna cresceu para R$ 52,3 milhões.
O aumento de 86.500 % em dois anos, revelado pelo Globo há 10 dias, transformou em coisa de amador o milagre da multiplicação do patrimônio operado por Antonio Palocci.
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