sexta-feira, 8 de julho de 2011

Lema do brasileiro honrado "NENHUM PASSO DAREMOS ATRÁS"


O verso do Hino dos Bombeiros que incomoda os chefes
Duilo Victor, O Globo

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SOS

A cerimônia de formatura de 63 cabos do Corpo de Bombeiros, no quartel do Centro de Formação de Praças, em Guadalupe, causou mal-estar entre oficiais do alto escalão da corporação, inclusive o comandante-geral, coronel Sérgio Simões, que estava no evento.

Durante a solenidade, os formandos cantaram o hino da instituição militar de forma "agressiva e inadequada", conforme descreveu a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Defesa Civil.

A saia-justa aconteceu quando os cabos cantaram a plenos pulmões, em tom de protesto, o verso "Nenhum passo daremos atrás".

O trecho do hino é o mesmo que virou lema das manifestações por aumento de salários, iniciado por guarda-vidas da corporação em abril.
Quem circulou pelo Centro do Rio entre maio e junho teve chance de ouvir repetidas vezes o verso, que virou palavra de ordem nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio, onde os manifestantes ficaram acampados.

O movimento culminou na prisão de 439 bombeiros por uma semana por causa da invasão do Quartel Central, mês passado na Praça da República.

Desta vez, o trecho cantado fora do tom gerou constrangimento aos oficiais do Curso Superior de Comando e alguns deles deixaram a cerimônia antes do fim, realizada na última quarta-feira.

Apesar da ousadia, a Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, que executava a melodia, não interrompeu a música.
A formatura havia ocorrido no mesmo dia em que o governador Sérgio Cabral anunciara a concessão de auxílio-transporte e gratificações para parte dos bombeiros militares.

Em resposta à ousadia dos cantores, o comando-geral determinou que cada um dos 63 militares preenchesse um memorando para alegar os motivos da irregularidade.
Se não quiserem dar um passo atrás na corporação, os cabos terão de entregar até esta sexta-feira a defesa.
A Secretaria estadual de Defesa Civil informou que, depois de entrega dos memorandos, o comando-geral tem 20 dias para decidir ou não por punições.

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