Por Arthur Virgílio
No blog do Noblat
Depois de muita luta e vencendo as atrocidades cometidas pelo ditador do Sudão, finalmente nasceu o Sudão do Sul, centésimo nonagésimo terceiro país do mundo.
O mais novo e o mais pobre. 94% da população sem acesso a luz elétrica.
O ditador quase faz uma nova Ruanda.
Banhou as ruas com o sangue de pessoas que tinham como “pecado” não ser da sua etnia e nem aceitar seu mando absolutista.
Fico feliz vendo o Brasil entre aqueles que, no Conselho de Segurança da ONU, defenderam o reconhecimento da nação que nasce da dor e da resistência.
É que não foi sempre assim: durante o governo Lula, o clima era de apoio aos genocidas.
O então presidente chegou a desfilar em carro aberto com o sátrapa.
Confundia pragmatismo com falta de ética e virava as costas a quem morria, na obsessão pela vaga permanente no Conselho de Segurança.
Às favas com os pudores.
Assim pensava Lula ao assinar comunicado conjunto com o ditador da Síria, ao chamar Kadafi de “meu líder, meu irmão”, ao avalizar a política nuclear belicista de Ahmadinejad, ao exaltar a aventura autoritária de Hugo Chávez.
Às favas com a compaixão.
Assim raciocinava Lula ao se solidarizar com Fidel e Raul, ridicularizando a greve de fome que deu na morte de um opositor da opressão castrista.
Ao deportar os boxeadores cubanos Esrandy Lara e Guillermo Rigondeaux.
Ao apoiar atos de desrespeito aos direitos humanos praticados por sobas “amigos” do seu “consulado”.
Às favas com a inteligência.
Assim agia Lula ao elogiar o gesto de “revolta” do presidente Evo Morales, que ocupou militarmente a sede da Petrobrás na Bolívia.
Ao abrigar em solo brasileiro o psicopata Cesare Battisti, que assassinou quatro pessoas na Itália, friamente, na verdade em nome de causa nenhuma.
O Sudão do Sul foi reconhecido também pelo Brasil, mas a luta de seu povo não sensibilizou o presidente antecessor.
Preferiu desfilar com o ditador, enquanto crianças subnutridas, mães e pais esquálidos eram executados barbaramente.
Nasceu um país.
Que terá dificuldades terríveis de encontrar a prosperidade, mas percorrerá esse caminho em soberania.
Nasceu um país sob o signo do perdão àqueles que tanto mal fizeram a sua gente.
Anuncia a disposição de abrir diálogo até com os que lhe faziam guerra até bem pouco.
Que o Brasil tenha aprendido a lição.
Nossa vocação é a defesa dos direitos humanos.
Pratiquemo-la, pois.
Dela não fujamos.
Dela não nos omitamos jamais.
A solidariedade e o humanismo devem ser patrimônio eterno dos brasileiros.
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