Por Augusto Nunes
“Não foi a corrupção que aumentou; o governo Lula é que tornou as investigações mais rigorosas e eficazes”, recomeça a balir o rebanho companheiro sempre que algum sacerdote da seita se junta à interminável procissão de escândalos.
O mantra malandro foi destruído de vez pela descoberta do milagre da multiplicação do patrimônio de Antonio Palocci e pelo desbaratamento da quadrilha em ação no Ministério dos Transportes.
O estuprador de sigilo bancário que se converteu em traficante de influência não foi desmascarado por agentes da Polícia Federal, mas por repórteres da Folha de S. Paulo.
Os meliantes a serviço do PR foram identificados por jornalistas de VEJA, não pela Corregedoria Geral da União.
Os órgãos de controle do governo não apuram nada.
São coiteiros de delinquentes de estimação.
Nunca antes neste país os larápios federais roubaram tanto e tão descaradamente quanto nos últimos oito anos e meio, confirmam as revelações que precipitaram a troca do ministro Alfredo Nascimento por outro figurão do bando liderado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto.
Em junho de 2002, quando presidia o Partido Liberal, foi o parlamentar paulista quem celebrou o acordo com o PT que resultou na formação da dupla Lula e José Alencar, senador eleito pelo PL mineiro.
As investigações sobre o escândalo do mensalão revelaram que o aluguel do partido custou R$10 milhões.
Mais o Ministério dos Transportes, sabe-se agora.
Desde janeiro de 2003, Costa Neto administra pessoalmente a formidável cachoeira de contratos bandalhos.
Hoje secretário-geral do Partido da República, nascido há cinco anos da fusão do PL com o Prona, o sócio do PT faz mais que indicar ministros: ele nomeia prepostos.
O primeiro foi o mineiro Anderson Adauto.
Teve de cair fora em março de 2004, três meses depois de denunciado à Procuradoria-Geral da República pelo então diretor-geral do DNIT, José Antonio da Silva Coutinho, por ter desviado R$32,3 milhões de financiamentos concedidos para obras em estradas pelo Banco Mundial e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Oficialmente, Adauto pediu demissão para disputar a prefeitura de Uberaba.
(...)
Escolhido por Lula e nomeado por Dilma, Nascimento recuperou em 1º de janeiro de 2011 o emprego que perdeu de vez nesta quarta-feira.
Enquanto Passos mantém o gabinete em ordem, Costa Neto trata da escolha do novo ministro.
Nesta quinta-feira, o PR comunicou à presidente Dilma Rousseff que o preferido é o senador Blairo Maggi.
Quando ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc avisou que, “se deixarem, o Blairo Maggi planta soja até nos Andes”.
Foi ele quem apadrinhou a instalação de Luiz Antonio Pagot na direção-geral do DNIT.
Somados o prontuário do afilhado e a frase de Minc, pode-se deduzir que Blairo Maggi, sempre em parceria com Costa Neto, saberá tornar ainda mais produtivos e rentáveis todos os canteiros de obras públicas.
O PR vai acabar colhendo alguns bilhões a mais.
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