Martha Beck e Cristiane Jungblut - O Globo
Uma combinação de brigas com aliados, crise política, problemas de saúde e heranças malditas da Era Lula - como inflação em alta e situação fiscal deteriorada - acabou fazendo com que a agenda econômica da presidente Dilma Rousseff andasse a passo de tartaruga no primeiro semestre de 2011.
Os principais compromissos de campanha - avançar na reforma tributária, desonerar a folha de pagamento das empresas, corrigir os limites do Simples e ampliar a desoneração do setor produtivo como uma nova política industrial - ficaram no papel.
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A lentidão tem sido tão grande que a primeira reunião de Dilma com sua equipe para tratar do que será a Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC) - nova política industrial - foi há apenas duas semanas.
Não se chegou a nenhum consenso.
A conclusão foi apenas que será preciso abrir mão de uma receita polpuda se o governo quiser ajudar a indústria nacional.
Assuntos urgentes que terminaram a Era Lula pendurados também não tiveram andamento, como o fim das concessões do setor elétrico, a partir de 2015.
Os que não eram, mas são importantes marcos regulatórios - como o código da mineração e a reforma do sistema de defesa da concorrência - também continuam enrolados.
Avanço mesmo só houve na definição da concessão dos aeroportos.
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- O que surpreende é que esse é um governo de continuidade.
Não dá para entender porque não foi apresentada nenhuma proposta de reforma tributária, por exemplo.
Quanto mais tempo se espera, mais difícil fica conseguir avanços - destaca o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Para economista, agenda é engessada
Castro alerta para o fato de que o Brasil já está caminhando para um processo de desindustrialização, uma vez que, por falta de competitividade, as empresas estão deixando de investir no país para importar mercadorias:
- O fantasma da desindustrialização deixou de ser uma quimera para se tornar algo real.
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