A sabatina do procurador Roberto Gurgel e o tráfico de influência na Petrobras
Artigo no Alerta Total
Por João Vinhosa
Na sabatina que será realizada no Senado Federal em agosto próximo para confirmar a recondução do procurador Roberto Gurgel ao cargo de Procurador-Geral da República, deverão ser tratados diversos assuntos polêmicos, como o mensalão e o “caso Palocci”.
Palocci, aliás, era do Conselho de Administração da Petrobrás...
A propósito, os pedidos de informações que tenho recebido sobre a Gemini – sociedade da Petrobras com uma empresa privada inúmeras vezes processada por crimes contra o patrimônio público e contra a economia popular – me permitem inferir que um dos assuntos a serem tratados será o tráfico de influência na Petrobras.
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A meus interlocutores, confirmei ser o autor de denúncia formulada ao Procurador-Geral da República em outubro de 2010 sobre tráfico de influência nos assuntos relativos a tal sociedade – que não está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União por causa da divisão acionária: a sócia majoritária (com 60% das quotas) é a empresa privada.
Confirmei, também, ser o autor de recente carta aberta dirigida ao procurador Roberto Gurgel, divulgando detalhes da denúncia a ele formulada em outubro de 2010.
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A meus interlocutores, apresentei o seguinte resumo dos procedimentos de Dilma Roussef, de Maria das Graças Foster e do Sindipetro (sindicato dos trabalhadores na indústria do petróleo), citados na carta aberta que dirigi ao procurador Roberto Gurgel para reforçar as evidências de ocorrência do tráfico de influência na sociedade constituída pela Petrobras.
A atuação de Dilma
Devido ao fato de Dilma Rousseff acumular os cargos de Ministra de Minas e Energia e de Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras à época da gestação da espúria sociedade, ela passou a ser chamada de “Mãe da Gemini”.
Ressalte-se que Dilma já não era a Ministra de Minas e Energia quando a Gemini entrou em operação.
Porém, na condição de Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras, cargo que só deixou no início de 2010, foi várias vezes informada sobre o monstro que havia sido parido.
Contudo, um autêntico pacto de silêncio se desenvolveu diante das cartas por mim formalmente encaminhadas àquela sob cujo comando foi cometido um crime de lesa-pátria de proporções incalculáveis.
(...)
Durante anos, o Sindipetro publicou contundentes matérias em seu jornal, denunciando explicitamente a prática de corrupção no “caso Gemini”.
Numa das matérias, datada de 23/03/06, pode-se ver uma charge bastante sugestiva: um homem com uma mala recheada de dinheiro na qual se encontra gravado o nome da empresa que recebeu as gigantescas vantagens e se tornou a sócia majoritária da Gemini.
Em outra matéria, publicada em 03/08/07, sob o título “Petrobrás entrega mercado de GNL aos EUA”, uma charge mostra a mão do Tio Sam acionando um cilindro de gás de onde jorra dinheiro, e, no texto, é esclarecido que a sócia da Petrobras pertence integralmente a um grupo norte-americano.
Numa terceira matéria, publicada em 29/05/08, além de uma charge bastante sugestiva, depara-se com um título esclarecedor: “Soberania Nacional Ameaçada – Mercado de GNL brasileiro está nas mãos de multinacional”.
Estranhamente, de uma hora para outra, o Sindipetro silenciou-se, absorvendo o gigantesco dano causado ao interesse nacional pela espúria sociedade.
Por isso, afirmei e reafirmo: lícito torna-se inferir que o Sindipetro levou um “cala-boca” de alguém poderoso bastante para colocar de joelhos o combativo sindicato.
Íntegra AQUI e AQUI.
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João Vinhosa é engenheiro
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