terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dilma Rousseff sabia, mas não alertou aliados

Dilma soube das prisões no Turismo um dia antes
Clima de tensão se instalou no Planalto com a informação de que um petista seria preso na terça-feira.
Aliados do PMDB não foram avisados

Luciana Marques - Veja

Causou estranheza a declaração do diretor da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, de que a presidente Dilma Rousseff só ficou sabendo da devassa no Ministério dos Turismo quando os policiais já cumpriam os mandados de prisão, na manhã desta terça-feira.
É praxe que operações da PF que envolvem integrantes do alto escalão entre os investigados sejam de conhecimento da alta chefia da corporação, a cargo do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Este, por sua vez, costuma avisar o presidente do que vem pela frente.
A Operação Voucher parece ter fugido à regra.
Só parece.

O fato é que Dilma soube na segunda-feira da operação que seria deflagrada hoje.
Uma fonte próxima à presidente afirma que ela teve conhecimento sobre as prisões de petistas e peemedebistas.

Dilma demonstrou, aliás, preocupação com a prisão do ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, que é do PT.

A presidente questionou se não haveria possibilidade de reverter da situação.
Recebeu um “não” como resposta, já que a ordem judicial já havia sido expedida.
Criou-se então um clima de tensão no Palácio do Planalto.

Não há notícias de que ela tenha tentado salvar a pele de nenhum peemedebista.

Ninguém da cúpula do PMDB, maior aliado do governo federal, foi avisado sobre a ação da PF com antecedência.
Em reunião com a bancada do partido no Senado, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tentou acalmar os ânimos: negou que Dilma e Cardozo tenham sabido das prisões com antecedência.
“Eles ficaram perplexos”, contemporizou Ideli aos aliados.

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