Governo consegue barrar CPI, mas aliados alertam para novos perigos
Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti - O Globo
Após o susto da véspera, o governo conseguiu enterrar nesta quarta-feira, pelo menos por enquanto, a CPI que a oposição tenta criar no Senado para apurar suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes.
Dois senadores aliados retiraram suas assinaturas, a pedido do governo, mas o clima ainda é de apreensão no Senado.
Após reunião com as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), líderes petistas voltaram ao Congresso com uma conclusão: a presidente Dilma Rousseff não entendeu o recado enviado por sua base - pelo menos dez senadores governistas assinaram a CPI.
- O Palácio do Planalto continua subestimando a articulação política do governo.
O problema é a presidente Dilma, não a Ideli, que está quase batendo a cabeça na parede.
A presidente precisa entender que isso aqui foi só um susto.
A crise maior ainda está por vir e pode paralisar o governo - advertiu um senador petista.
A avaliação é a de que Dilma, ao menosprezar aliados, está minando o amplo apoio que lhe foi entregue por seu antecessor.
Líderes governistas temem que o governo tenha uma dificuldade maior para desarmar novas ações da oposição, algumas estimuladas por setores de partidos aliados.
O número de descontentes na base não para de crescer.
Levantamento feito pelos governistas indica que a oposição, com 16 senadores, poderá, dependendo da situação, contar com a dissidência de pelo menos vinte parlamentares da base.
- Os insatisfeitos e rancorosos estão apenas aguardando o melhor momento para dar o troco.
Acreditamos que isso será mais fácil de acontecer quando o PT for o alvo - disse o mesmo senador petista.
Um eventual alvo é o ex-senador e atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
O PMDB estaria esperando o momento oportuno para pôr em votação, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o requerimento de convocação de Expedito Veloso, petista que disse à revista "Veja" que Mercadante conhecia os detalhes do chamado dossiê dos aloprados contra os tucanos, em 2006.
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