sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Exercício de Memória - Monumento ao Absurdo

Na última semana de agosto, prescreve o crime de formação de quadrilha no processo sobre o mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal e 22 dos 38 réus estarão livres da principal acusação do caso sem terem sido julgados.
O ministro Joaquim Barbosa, relator no Supremo, sugeriu que o processo seria colocado em pauta no segundo semestre de 2012.
Porém, preocupações com possíveis prejuízos ao principal partido envolvido no esquema, com os noticiários transmitindo o caso durante o período eleitoral, o julgamento deve ser empurrado para 2013.

O descaramento é tão visível que já tem sido divulgada a versão sobre suposta dificuldade em obter provas de todas as denúncias.
Os ministros consideram praticamente impossível condenar o ex-ministro José Dirceu por corrupção ativa - com a prescrição da formação de quadrilha, não haveria mais acusações contra ele.

Não há nada que justifique o argumento de falta de provas, muito menos a ideia mirabolante de golpe da oposição, que em nenhum momento teve ligação com as denúncias, como em nenhum outro dos inúmeros escândalos divulgados pela imprensa, nem tirou proveito, como faria o PT, para exigir o que a lei permitia, o impeachment do ex-presidente da República, então responsável pelos atos de seu governo.

A situação torna-se mais descabida quando sabemos que um dos acusados já cumpriu pena, fato muito bem lembrado pelo jornalista Augusto Nunes.
Confiram o artigo
"Silvinho Land Rover atropelou o show de cinismo ensaiado pelos mensaleiros"


Decidido a escapar do processo em curso no Supremo Tribunal Federal, o mensaleiro Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, fechou em janeiro de 2008 um acordo com a Procuradoria Geral da República.
Em troca da suspensão do julgamento por formação de quadrilha, o integrante do bando dos 40 dispôs-se a cumprir uma pena alternativa ─ três anos de serviço comunitário numa subprefeitura de São Paulo.
As duas partes julgaram ter feito um bom negócio.

A Procuradoria conseguiu do réu uma confissão de culpa.

O delinquente, além do castigo extraordinariamente suave para quem se enfiou até o pescoço nas bandalheiras do mensalão, conseguiu voltar a dormir sem sobressaltos.
(...)

Se o STF sucumbir ao show de cinismo ensaiado por Lula e seus devotos, ignorar a montanha de provas contundentes e absolver os pecadores que continuam no banco dos réus, ficará estabelecido que não houve mensalão nem mensaleiros.

Caso seja erguido esse monumento ao absurdo, espera-se que algum ministro togado tenha a bondade de desvendar o enigma produzido por Silvinho Land Rover: pela primeira vez na história do Judiciário, um inocente quis ser punido por crimes que não cometeu.

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