quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O retrato do ensino no Brasil é uma vergonha!

A doença da educação brasileira é ideológica.
E seu nome é “petismo”

Por Reinaldo Azevedo

Digam o que disserem, acreditem: não chegamos a isso por falta de verba.
Dada a realidade do país, o Brasil gasta bastante com a educação.
Não dispomos é de mecanismos eficazes para avaliar a qualidade do trabalho feito nas escolas e intervir para corrigir as deficiências.

Sempre que o debate é colocado, tudo termina na ladainha sindical de sempre: se os professores fossem mais bem pagos, tudo seria diferente.

Essa é uma das falácias mais influentes no setor.
Seria estúpido afirmar que salários maiores fariam mal aos alunos — e, com efeito, há realidades dramáticas em certas áreas do país.
A verdade insofismável, no entanto, é que o aumento da remuneração poderia fazer bem aos professores sem mudar uma vírgula na qualidade de ensino.

Há um coquetel de problemas que resulta nesse desastre.
Embora tenham naturezas distintas, têm algo em comum: desprezam o aluno, que deixou de ser o centro da preocupação das escolas — em especial, dos educadores.
Vamos ver.
Os estados e municípios, pouco importa o salário que paguem, não dispõem de mecanismos para promover os competentes e punir os incompetentes.

O estado de São Paulo, na gestão Serra, instituiu um sistema de promoção salarial por mérito.
A escola melhorou, provaram os exames.


Os petista-cutistas da Apeoesp foram às ruas protestar.
Chegaram a queimar livros didáticos em praça pública, os fascistas!

Neste momento, a Apeoesp tenta negociar com a Secretaria da Educação o fim do modelo.
Os valentes não querem saber de mérito.
Eles gostam é do demérito que iguala todos por baixo.

Os alunos que se danem!
No Brasil inteiro, a educação é refém da militância política, especialmente a petista — quando não está entregue a radicais à esquerda do PT.

Embora as escolas privadas não sejam lá grande coisa, já demonstraram alguns outros indicadores, a Prova ABC evidencia que o desempenho dos estudantes dessas instituições é muito superior ao das escolas públicas.
A razão é simples: a cobrança é maior.


O ensino — também em boa parte das escolas privadas, note-se — está corroído por uma doença ideológica.
Boa parte dos “educadores” acredita que sua função não é ensinar português, matemática e ciências, mas princípios de cidadania, com o objetivo de formar “indivíduos conscientes”.
Alunos seriam pessoas “oprimidas”, que precisam passar por um processo de “libertação”.

À pedagogia “libertadora” de Paulo Freire se juntou, mais recentemente, a turma da “pedagogia do amor”, de que Gabriel Chalita é um dos formuladores.
Em vez de educar, o professor liberta; em vez de educar, o professor ama.
Se toda essa conversa mole der errado, há o risco até de a escola ensinar alguma coisa.
O fato é que o cruzamento de Freire com Chalita resulta em ignorância propositiva e amorosa.

Enquanto objetivos claros não forem estabelecidos e enquanto as várias esferas do estado não dispuserem de instrumentos de intervenção para exigir qualidade, podem esquecer.

A reação bucéfala às medidas modernizadoras implementadas pelo governo Serra, em São Paulo, demonstra que a raiz do problema é, sim, ideológica.

O sindicato dos professores foi usado como mero instrumento da luta política.
De dia, a presidente da entidade, a notória Bebel, fazia passeata; à noite, encontrava-se com Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, e era tratada como heroína.

E uma última questão por ora: deixem um pouco o sociologismo fora disso.
Essa conversa de que é impossível ensinar alunos com fome, vindos de lares desestruturados etc. não cola mais.
A fome é exceção no Brasil.
A imensa maioria das famílias pobres é mais organizada e hierarquizada do que as de classe média e média-alta — o tal “povo” é bastante conservador nessas coisas.
Desorganizado e desestruturado, no que concerne à educação, é o estado brasileiro.

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