Por Arthur Virgílio
A exemplo dos “serial killers” dos filmes e, lamentavelmente, da vida real, existe no Brasil uma espécie de “serial corruption”.
É um escândalo por semana, no mínimo.
Parece doença. Surto de cleptomania “cívica”.
Mal dá tempo de a sociedade entender o que lhe está a suceder, em termos de prejuízos éticos e objetivos.
Um caso “abafa” o outro e, pior de tudo, as pessoas se entorpecem, porque corrupção virou paisagem.
Seria injusto de minha parte dizer que Dilma Rousseff apodreceu o país em apenas sete meses de gestão.
Os quadros de seu governo vieram da era Lula.
Os métodos também.
É comprometimento demais.
É a República do “rabo preso”.
Já não se fala mais no Ministério dos Esportes, em Palocci, nos “aloprados”.
O Ministério dos Transportes começa a sair do ar.
A ANP sequer foi esmiuçada, pois jornalista tem de ter tempo para comer e dormir e, com tanta matéria prima, acaba tendo de ser “seletivo”.
O ministro Wagner Rossi, da Agricultura, pode ficar tranquilo.
Brevemente surgirá nova escatologia e as atenções se desviarão de sua seara.
Durante o recente discurso do senador e ex-ministro Alfredo Nascimento, dava para “ler” o medo das lideranças petistas.
Imaginem se o homem resolvesse falar.
Seria um Deus nos acuda!
Um quadro desses não pode levar a bom porto.
Somos um país com a máquina pública loteada em favor de numerosíssima e inútil base parlamentar.
Cada partido “aliado” é dono do Ministério tal ou qual.
E ponto.
Confundem governabilidade com fisiologia.
Não têm projeto de Nação.
Não pretendem votar nenhuma reforma que exija quorum de 3/5 dos parlamentares de cada Casa Legislativa.
Confundem governabilidade com desfaçatez.
E isso poderá terminar complicando a própria governabilidade.
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Arthur Virgílio é diplomata, foi líder do PSDB no Senado
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