Um velho estilo em ação
O Estado de S.Paulo
Quando foram iniciadas, em 2007, as obras de transposição das águas do Rio São Francisco para o semiárido nordestino, Lula previa inaugurar, ainda no seu mandato, o Eixo Leste de um dos dois canais de escoamento, numa extensão de 400 km.
Não só o ex-presidente não pôde incluir essa façanha nas suas grandes obras, mas há risco de que nem mesmo a presidente Dilma Rousseff possa dar por concluída essa parte do projeto, o mais caro do PAC.
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Tudo isso faz do projeto de transposição do São Francisco um dos melhores exemplos de falta de planejamento e má gestão de recursos públicos na história recente do País.
A obra está praticamente paralisada.
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O Ministério elevou agora o custo total da obra para R$ 6,8 bilhões, R$ 1,8 bilhão a mais do que o originalmente previsto.
Apesar do que tanto se fala sobre a necessidade de projetos executivos para obras públicas - isto é, projetos que cumprem todos os requisitos técnicos para sua execução -, a polêmica transposição das águas do São Francisco continua sendo conduzida no estilo tradicional da administração pública brasileira, em cima do joelho.
Ao discriminar os gastos para dar andamento à construção, que seria retomada a partir de setembro, o ministro Bezerra disse que R$ 771 milhões serão destinados a aditivos aos contratos, além de R$ 282 milhões de reajustes de contratos assinados em 2006.
A isso se somam R$ 180 milhões para renovação da licença ambiental.
O que é muito estranho, uma vez que o governo já desembolsou R$ 170 milhões para licenciamento ambiental.
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Na realidade, tem-se a impressão de que a obra de transposição do São Francisco vai começar de novo, embora o governo já tenha gastado R$ 2,4 bilhões em sua construção e já tenha comprometido mais R$ 1,3 bilhão.
Como estudos técnicos têm demonstrado, o custo original excedia em muito os benefícios do projeto, que, se e quando for concluído, beneficiará apenas 5% do semiárido.
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