Lula, o amoralista que enganou o Zé Lagarto.
Por Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Apedeuta da Silva e o ministro da Educação, Fernando Haddad, foram vaiados por um grupo de alunos na Universidade Federal do ABC.
O chefão do PT não gostou e decidiu passar um carão nos estudantes:
“Gritar é bom, mas ter responsabilidade é muito melhor”, disse o agora ex-líder oposicionista que gritou contra o voto em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, que gritou contra a Constituição de 1988, que gritou contra o Plano Real, que gritou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que gritou contra o superávit primário, que gritou contra o Proer, que gritou contra as privatizações.
Era o tempo em que Lula achava que não lhe cabia ser “responsável”.
Em certa medida, sua IRRESPONSABILIDADE foi premiada.
Em livro lançado recentemente, “O que sei de Lula”, o jornalista e escritor José Nêumanne Pinto relembra um episódio narrado pelo próprio Lula em entrevista a Mário Morel, que está no livro “Lula - O Início”.
Para que vocês entendam: Lula trabalhava num torno no turno da noite; de dia, na mesma máquina, outro trabalhador realizava trabalho idêntico.
A empresa tinha, pois, como comparar objetivamente a produtividade de um e de outro.
Reproduzo o que escreve Nêumanne.
Prestem atenção:
A memória de Lula registrava, quando depôs para o livro do jornalista, o nome do parceiro: Zé Lagarto.
E também sua enorme capacidade de produção, com a qual não tinha forças para concorrer.
Fez urna comparação numérica: enquanto o outro fazia 80 anéis de ferro fundido durante o dia, ele mesmo não conseguia fazer 30, menos da metade, no turno da noite.
Escolado na estratégia (nem sempre bem-sucedida) de pedir aumento de salário comparando sua produtividade com a de colegas mais velhos e mais lerdos, ele teve de mudar a tática e apelar para a solidariedade de classe, que não exercera antes nos casos lembrados por ele próprio ao biógrafo de seu início de vida profissional.
Para evitar a comparação desfavorável com o parceiro rápido e produtivo, (…) o tosco Karl Marx da Vila Carioca [ bairro onde Lula morava] argumentou pacientemente a seu parceiro ágil e eficiente que a ultrapassagem da cota média normal da produção de rotina só acrescentava ganho ao lucro do patrão, sem produzir benefícios para o salário do empregado.
O interessante a observar na versão do Friedrich Engels da periferia paulistana é que ele reconhecia desde então que esse apelo à solidariedade do parceiro era motivado por mesquinho interesse próprio, o mesmo que o fazia expor a baixa produtividade de colegas que ganhavam mais para aumentar sua paga.” [págs. 83 e 84]
Eis Lula na sua inteireza.
Notem que a amoralidade não parece ser um traço apreendido, mas uma característica inata.
O jovem trabalhador que não tinha pejo de denunciar a baixa produtividade alheia para aumentar o próprio ganho recorria à solidariedade de classe quando desafiado por alguém mais competente do que ele próprio.
Não teve vergonha de transformar a sua incompetência numa categoria universal, numa versão mequetrefe e rebaixada — a tendência ao simplismo e à vulgaridade é outra de suas notáveis habilidades — da “mais-valia” marxista.
Ali estava o oportunismo ainda na sua fase de crisálida.
É bem provável que o pobre Zé Lagarto tenha caído na sua conversa — a exemplo de milhares de trabalhadores do ABC mais tarde, que acabaram perdendo seus empregos para construir “o partido”.
Aqui é preciso deixar um registro.
O Lula pintado com as tintas do martírio tem muito de mitologia.
Ele trabalhou “no chão da fábrica”, pela última vez, em 1969.
Tornou-se dirigente sindical aos 24 anos e nunca mais pegou no pesado.
Como exige a legislação, ganhou estabilidade e passou a receber o salário para atuar no sindicato.
Quando se tornou dirigente partidário, passou a ser financiado pelo PT.
Aos 66 anos, o “símbolo” dos trabalhadores brasileiros não precisa se preocupar com o próprio sustento há 42 anos!
DE QUE EMPRESÁRIO OU “BURGUÊS” BRASILEIRO NA SUA IDADE SE PODE FALAR O MESMO?
Preconceito?
Uma ova! Fato!
Ah, sim: ele também recebe há anos algo em torno de R$ 5 mil mensais como homem “perseguido pela ditadura”…
Voltemos à vaia
Lula é sempre campeão em tudo e, se não é, dá um jeito de enganar o Zé Lagarto… —, mas também há uma referência objetiva: professores e funcionários da administração de mais de metade das instituições federais de ensino (universidades e ensino técnico) estão em greve desde o dia 6 de junho.
Como vocês podem notar, foi um movimento praticamente invisível, que não rendeu notícia naquilo que o PT chama “mídia’.
Essa greve, evidentemente, não presta e é coisa de reacionários.
Já as que Lula promovia quando na oposição…
(...)
Ironizando a reivindicação do grupo de estudantes, que pediam a aplicação de 10% do Orçamento federal em educação, afirmou o ministro com uma longa lista de incompetências e desatinos no Ministério da Educação:
“Infelizmente, a direita conservadora conta com o apoio da esquerda conservadora para evitar o progresso do nosso País”.
“Conservadores”, como se nota, são todos aqueles que não estão com o PT.
A “obra” deste rapaz na educação ainda não foi devidamente dimensionada.
O aumento significativo de alunos no ensino superior no Brasil se deu em razão da expansão das instituições privadas de ensino — expansão realizada com repasse de dinheiro público, por intermédio do ProUni, que, na prática, compra à matroca as vagas que vão sendo abertas.
A milagrosa multiplicação de universidades federais e de vagas em instituições públicas é das mais vistosas balelas da gestão Haddad.
1 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
2 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
3 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
4 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula?
As vagas ociosas em razão de um planejamento porco.
Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;
5 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008.
As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;
Só isso? Não!
Há mais: cresceu o número de analfabetos no país sob o governo Lula.
Os números estão estampados no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), do IBGE.
No governo FHC, a redução do número de analfabetos avançou num ritmo de 0,5% ao ano; na primeira metade do governo Lula, já caiu a 0,35%.
E FOI DE APENAS 0,1% ENTRE 2007 e 2008.
Sabem o que isso significa?
Crescimento do número absoluto de analfabetos no país.
Fernando Haddad sabe que isso é verdade, não sabe?
O combate ao analfabetismo é uma responsabilidade federal.
Em 2003, o próprio governo lançou o programa “Brasil Alfabetizado” como estandarte de sua política educacional.
Uma dinheirama foi transferida para as ONGs sem resultado - isso a imprensa noticiou. O MEC foi deixando a coisa de lado e acabou passando a tarefa aos municípios, com os resultados pífios que se vêem.
A erradicação do analfabetismo desapareceu das metas do Ministério da Educação.
Encerro
Esses são os dados.
Por que não há números de 2008 para cá?
Porque o Ministério da Educação, por enquanto, os sonega.
Talvez seja uma boa idéia o PT lançar Haddad como candidato à Prefeitura de São Paulo.
É hora de a obra real deste rapaz vir a céu aberto, como o esgoto no campus de Garanhus da Universidade Federal Rural.
Também será uma boa oportunidade para perguntar se ele já devolveu o dinheiro gasto a mais com a fraude na edição retrasada do Enem, com os cadernos errados na edição passada e com aquele suposto kit anti-homofobia que ficava a um passo de considerar a heterossexualidade uma anormalidade da “direita conservadora”.
Lula está convicto de que o Brasil inteiro será sempre enganado, como foi o pobre Zé Lagarto.
Íntegra AQUI.
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