Exame
Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff criticou o protecionismo comercial adotado por alguns países que tentam proteger os seus mercados.
“O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidas”, disse Dilma a uma plateia de 192 chefes de Estado.
O irônico é que, há apenas seis dias, o governo brasileiro elevou em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos importados ou que não atendam a novos requisitos de conteúdo nacional.
A decisão, que deve gerar questionamentos de outros países na Organização Mundial do Comércio (OMC), vai de encontro ao que a presidente Dilma Rousseff defendeu na ONU.
“É preciso encontrar o equilíbrio entre o ajuste fiscal e os estímulos fiscais.
O Brasil está fazendo a sua parte com um rigoroso controle dos gastos, gerando superávit fiscal, sem que isso atrapalhe investimentos e o crescimento da economia.”
Nesse ponto, Dilma Rousseff disse uma meia verdade.
O Brasil, de fato, tem superávit primário, mas quando se incluem os gastos com juros, o país registra o chamado déficit nominal.
É esse indicador fiscal que o mundo acompanha – já o conceito de resultado primário é uma invenção brasileira que serve apenas para mostrar o tamanho do esforço fiscal do governo, ignorando que há enormes gastos com juros.
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