quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vida de Gado - essa é a condição na qual vive nossa população, as instituições e os parlamentares



As páginas petistas na internet comemoram a humilhação da jornalista perante uma entrevistada com as garras bem afiadas.
A doutrinação é eficiente também na militância, que sempre tem a resposta conveniente na ponta da língua, mesmo quando violentam a verdade.
Dá inveja quando comparamos com os resultados do ENEM e questiono quais os motivos para que admiradores do partido sejam tão aplicados quando estudam e decoram a cartilha petista, mas não têm a mesma dedicação quando se trata da educação formal.


O jornalista Reinaldo Azevedo comenta a entrevista e aborda alguns pontos do texto de Fernando de Barros e Silva, na Folha, que trata do assunto.
Destaca a última frase: "Combater essa gente a quem o PT se mistura com gosto não significa demonizar a política, mas o contrário."
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Quer dizer que o problema está no fato de o PT “se misturar” com o que não presta — e em fazê-lo com gosto?
Devemos, então, concluir que os petistas têm um padrão moral e ético mais elevado, rebaixando-se quando se juntam aos patriotas do PMDB, do PR ou do PP?

Com essa frase, a crítica que Silva faz a Dilma se dilui.
No fim das contas, eles pensam a mesma coisa: há os puros do PT e os impuros das legendas da base aliada.
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Ousaria ir ainda mais longe na divergência com Silva: por incrível que pareça, a turma do “toma-lá-dá-cá” melhorou um pouquinho o partido.
Ao menos o fez ver que não pode governar sozinho, como um ato de vontade apenas.
Para não ir longe: quem tenta censurar a profissão exercida por mim e por Silva é o PT dos puros, não o PMDB dos impuros.
Entre o assalto ao bolso e o assalto à liberdade, parceiro Silva, rejeite os dois.

Mais: avalie se o assalto ao cofre público em nome da causa não consegue ser mais deletério do que aquele praticado pelo vagabundo que só quer enriquecer.

Este se aproveita do ambiente corrompido; aquele corrompe o princípio; este faz da ladroagem um meio de vida; aquele tenta transformá-la num tributo necessário do vício à virtude; este se sabe um larápio, aquele se quer um reformador; este deixa, no máximo, uma herança aos seus; aquele deixa uma herança, esta sim maldita, a um povo.

Íntegra AQUI.

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Para quem quiser se aprofundar nessa análise que aponta as distorções entre fatos e versões, recomendo AQUI e AQUI alguns textos que tratam da nova modalidade de assalto aos cofres públicos sem "culpa", pior, transferindo a culpa aos que permitem assumir o papel de "alvo" sozinhos.
E o roubo não é somente de dinheiro desviado, mal aplicado ou torrado com cartões corporativos, temos o roubo das instituições e da própria história.
Sonegação ou caixa-dois virou recurso não-contabilizado.
Superfaturamento agora é escopo.
O desrespeito às leis, então, deixou de ser crime porque surgiu uma nova definição, a "Lei Alternativa".
Confiram.

"Vida de gado", por Ricardo Noblat, e o audio de Lúcia Hippolito complementam essa tentativa de mostrar minha opinião sobre o equívoco dos protestos que combatem a corrupção, mas preservam seus patrocinadores.


Deputados federais e senadores têm o direito de apresentar emendas ao orçamento da
União destinando verbas para a construção de pequenas obras em seus redutos eleitorais.

Uma vez aprovadas, as emendas dependem da vontade do governo para se transformar em dinheiro vivo.

Às vésperas de decisões importantes no Congresso ou depois que elas ocorrem, a levar-se em conta seu resultado, o governo libera parte das emendas dos parlamentares que votaram justamente como ele queria.
Guarda o resto para outras ocasiões.
E assim vai conduzindo o seu gado.

Muito bem.
Agora me respondam: se isso não configura compra indireta de votos, configura mesmo o quê?

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