terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dinheiro do Brasil rola escada abaixo em Paris - lavagem de dinheiro público no exterior

'Lavage de la Madeleine' inversão de prioridade

Mais farra em Paris por nossa conta, no blog do Claudio Humberto


Começa em Paris, nesta terça (13), a tradicional lavagem da igreja da Madeleine para “divulgar o patrimônio cultural brasileiro” e o Instituto Cultural Brasil Oniré, que nem site tem, mas captou R$ 710 mil pela lei Rouanet no Ministério da Cultura.

O governo abriu mão da receita de impostos.
A grande atração da festa será Carlinhos Brown, ex-genro de Chico Buarque, que é irmão da ministra Ana de Holanda (Cultura).

Tudo em família

Roberto Chaves, irmão adotivo de Caetano e Maria Bethânia, blogueira de R$1,3 milhão, participa da festança parisiense com nosso dinheiro.

A Embaixada do Brasil em Paris entrou com US$ 8 mil na lavagem da escadaria – cerca de US$ 6 mil para um coquetel a ilustres convidados.

Cultura inútil

O site do evento, apoiado pelo Ministério da Cultura, divulga a data de “13 à (sic) 18 de setembro”, e Festival Cultural Bresilien.
É Brésilien.

Esta Coluna conversou com alguns parlamentares da oposição sobre a realização da Lavage de La Madeleine, evento patrocinado pelo Ministério da Cultura (MinC) através da Lei Rouanet.

Segundo ACM Neto, "o ministério da Cultura deveria valorizar mais a cultura brasileira dentro do país e este tipo de gasto é pura falta de critério no emprego do dinheiro público”.

Em um ano em que o governo federal fez um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, o anúncio dessa despesa não foi visto com bons olhos por nenhum dos entrevistados.

Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o patrocínio do MinC não passa de uma “esculhambação sem limites”.

“É a lavagem de dinheiro público no exterior, só que muito mais chique porque é em Paris”, indignou-se.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) considerou o gasto uma inversão de prioridades, já que o governo atravessa uma fase de diversas denúncias de corrupção e não há uma relação custo-benefício que justifique o emprego de verbas públicas em outros países.

“É uma escolha infeliz.
O governo tem que estimular a produção de cultura dentro do país e não o faz”
,
concluiu.

5 comentários:

  1. Mais uma matéria sensacionalista que mostra o despreparo, a meu ver intencional, dos nossos jornalistas de internet: o valor do projeto aprovado é 710 mil reais, mas precisa ser captado, receber o patrocínio privado. Esta coluna deveria provar que os 710mil foram de fato para o evento, acho que não conseguiria. Lamentável...

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  2. Uma simples consulta nos sites oficiais provam o dinheiro público escorrendo em inutilidades como essa.

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  3. Nota de esclarecimento – Lavage de La Madeleine

    A Lavage de La Madeleine – maior evento de rua brasileiro na Europa, que acontece há 10 anos (desde 2002) e esse ano terá a participação do artista Carlinhos Brown – não foi indevidamente favorecida nos trâmites da Lei Rouanet. O valor autorizado para captação pela Lei Rouanet foi de R$ 710.190,00, porém só foram captados R$ 200 mil (menos de 30% do total permitido). Em função disso, o evento foi reestruturado dentro da realidade financeira do mesmo. Para conseguir tal permissão, a Lavage de La Madeleine cumpriu todas as exigências determinadas em lei, de acordo com os rigores requeridos. Com a mesma transparência, o apoio financeiro da Funarte (R$ 100 mil) contemplará não somente as apresentações de Roberto Chaves (criador do evento e cantor da banda Maniçoba Hype) e Carlinhos Brown - com os respectivos custos de produção - mas também as participações de mais de 450 artistas que compõem os 10 grupos de cultura popular brasileira que fazem parte do cortejo da Lavage.

    A Lavage de La Madeleine tem grande importância para a divulgação da cultura brasileira no exterior e, desde a 1ª edição, conta com o apoio do Ministério da Cultura (Minc), da Bahiatursa, da Embaixada do Brasil em Paris, da Prefeitura de Paris (que colocou-a no calendário oficial da cidade) e da Région Île de France. O evento é gratuito e tem programação multicultural, de 13 a 18 de setembro (Missa Ecumênica do Rosário dos Pretos, Noite Ça Ra Va Axé, Exposição Fotográfica « Os 10 anos da Lavagem », Cerimônia na Embaixada Brasileira, Forró da Lavagem, Workshops de dança, Cortejo da Lavagem e Festa de Encerramento).

    Para coroar uma década do evento, o escolhido foi o cantor, compositor e instrumentista Carlinhos Brown. Um dos maiores expoentes da música brasileira, ele tem 31 anos de carreira, mais de 30 turnês internacionais e 6 indicações ao Grammy Latino – inclusive, está concorrendo em 2 categorias esse ano. Ao longo dos 10 anos, outros artistas brasileiros, como por exemplo Margareth Menezes, Preta Gil, Jau e Mariene de Castro, já foram os convidados da Lavage. O Cortejo da Lavagem percorre por 4 km as grandes avenidas do centro de Paris e guia uma multidão de franceses, brasileiros e turistas. O evento sempre contou com ampla cobertura da imprensa francesa como Le Monde, Figaro, Libération, Le Parisien, entre outros.

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  4. Fico honrada com a nota de esclarecimento, porém a consideração deveria ser dirigida ao autor da nota.
    Apenas estou atenta e divulgando as despesas do governo que contrastam com a contenção de gastos quando se trata de atender a população.
    Difícil entender o compromisso com eventos que nos obrigam a gastar bilhões em construção de estádios enquanto faltam hospitais.
    Difícil engolir um critério que considera uma família dependente de benefício social como se estivesse inserida na classe média, sem a mínima preocupação com o destino das futuras gerações.
    São apenas alguns dados que exemplificam minha indignação, com todo o respeito que tenho pelo esporte e pela cultura.

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  5. Seria interessante saber qual é o exato retorno deste gasto. Houve um acrescimo significativo de turistas? O Estado (nós) recuperou o investimento? Ou se trata de um investimento a loooooongo prazo?

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