'Lavage de la Madeleine' inversão de prioridade
Mais farra em Paris por nossa conta, no blog do Claudio Humberto
Começa em Paris, nesta terça (13), a tradicional lavagem da igreja da Madeleine para “divulgar o patrimônio cultural brasileiro” e o Instituto Cultural Brasil Oniré, que nem site tem, mas captou R$ 710 mil pela lei Rouanet no Ministério da Cultura.
O governo abriu mão da receita de impostos.
A grande atração da festa será Carlinhos Brown, ex-genro de Chico Buarque, que é irmão da ministra Ana de Holanda (Cultura).
Tudo em família
Roberto Chaves, irmão adotivo de Caetano e Maria Bethânia, blogueira de R$1,3 milhão, participa da festança parisiense com nosso dinheiro.
A Embaixada do Brasil em Paris entrou com US$ 8 mil na lavagem da escadaria – cerca de US$ 6 mil para um coquetel a ilustres convidados.
Cultura inútil
O site do evento, apoiado pelo Ministério da Cultura, divulga a data de “13 à (sic) 18 de setembro”, e Festival Cultural Bresilien.
É Brésilien.
Esta Coluna conversou com alguns parlamentares da oposição sobre a realização da Lavage de La Madeleine, evento patrocinado pelo Ministério da Cultura (MinC) através da Lei Rouanet.
Segundo ACM Neto, "o ministério da Cultura deveria valorizar mais a cultura brasileira dentro do país e este tipo de gasto é pura falta de critério no emprego do dinheiro público”.
Em um ano em que o governo federal fez um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, o anúncio dessa despesa não foi visto com bons olhos por nenhum dos entrevistados.
Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o patrocínio do MinC não passa de uma “esculhambação sem limites”.
“É a lavagem de dinheiro público no exterior, só que muito mais chique porque é em Paris”, indignou-se.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) considerou o gasto uma inversão de prioridades, já que o governo atravessa uma fase de diversas denúncias de corrupção e não há uma relação custo-benefício que justifique o emprego de verbas públicas em outros países.
“É uma escolha infeliz.
O governo tem que estimular a produção de cultura dentro do país e não o faz”, concluiu.
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Mais uma matéria sensacionalista que mostra o despreparo, a meu ver intencional, dos nossos jornalistas de internet: o valor do projeto aprovado é 710 mil reais, mas precisa ser captado, receber o patrocínio privado. Esta coluna deveria provar que os 710mil foram de fato para o evento, acho que não conseguiria. Lamentável...
ResponderExcluirUma simples consulta nos sites oficiais provam o dinheiro público escorrendo em inutilidades como essa.
ResponderExcluirNota de esclarecimento – Lavage de La Madeleine
ResponderExcluirA Lavage de La Madeleine – maior evento de rua brasileiro na Europa, que acontece há 10 anos (desde 2002) e esse ano terá a participação do artista Carlinhos Brown – não foi indevidamente favorecida nos trâmites da Lei Rouanet. O valor autorizado para captação pela Lei Rouanet foi de R$ 710.190,00, porém só foram captados R$ 200 mil (menos de 30% do total permitido). Em função disso, o evento foi reestruturado dentro da realidade financeira do mesmo. Para conseguir tal permissão, a Lavage de La Madeleine cumpriu todas as exigências determinadas em lei, de acordo com os rigores requeridos. Com a mesma transparência, o apoio financeiro da Funarte (R$ 100 mil) contemplará não somente as apresentações de Roberto Chaves (criador do evento e cantor da banda Maniçoba Hype) e Carlinhos Brown - com os respectivos custos de produção - mas também as participações de mais de 450 artistas que compõem os 10 grupos de cultura popular brasileira que fazem parte do cortejo da Lavage.
A Lavage de La Madeleine tem grande importância para a divulgação da cultura brasileira no exterior e, desde a 1ª edição, conta com o apoio do Ministério da Cultura (Minc), da Bahiatursa, da Embaixada do Brasil em Paris, da Prefeitura de Paris (que colocou-a no calendário oficial da cidade) e da Région Île de France. O evento é gratuito e tem programação multicultural, de 13 a 18 de setembro (Missa Ecumênica do Rosário dos Pretos, Noite Ça Ra Va Axé, Exposição Fotográfica « Os 10 anos da Lavagem », Cerimônia na Embaixada Brasileira, Forró da Lavagem, Workshops de dança, Cortejo da Lavagem e Festa de Encerramento).
Para coroar uma década do evento, o escolhido foi o cantor, compositor e instrumentista Carlinhos Brown. Um dos maiores expoentes da música brasileira, ele tem 31 anos de carreira, mais de 30 turnês internacionais e 6 indicações ao Grammy Latino – inclusive, está concorrendo em 2 categorias esse ano. Ao longo dos 10 anos, outros artistas brasileiros, como por exemplo Margareth Menezes, Preta Gil, Jau e Mariene de Castro, já foram os convidados da Lavage. O Cortejo da Lavagem percorre por 4 km as grandes avenidas do centro de Paris e guia uma multidão de franceses, brasileiros e turistas. O evento sempre contou com ampla cobertura da imprensa francesa como Le Monde, Figaro, Libération, Le Parisien, entre outros.
Fico honrada com a nota de esclarecimento, porém a consideração deveria ser dirigida ao autor da nota.
ResponderExcluirApenas estou atenta e divulgando as despesas do governo que contrastam com a contenção de gastos quando se trata de atender a população.
Difícil entender o compromisso com eventos que nos obrigam a gastar bilhões em construção de estádios enquanto faltam hospitais.
Difícil engolir um critério que considera uma família dependente de benefício social como se estivesse inserida na classe média, sem a mínima preocupação com o destino das futuras gerações.
São apenas alguns dados que exemplificam minha indignação, com todo o respeito que tenho pelo esporte e pela cultura.
Seria interessante saber qual é o exato retorno deste gasto. Houve um acrescimo significativo de turistas? O Estado (nós) recuperou o investimento? Ou se trata de um investimento a loooooongo prazo?
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