quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Faxina se faz com VEJA

A hora dos tolos: vão lá oferecer o pescoço para dialogar com a corda
Reinaldo Azevedo


É curioso que alguns veículos que silenciaram sobre o óbvio despropósito de José Dirceu manter um gabinete clandestino em Brasília, onde recebe autoridades do governo e lideranças políticas — o propósito dos encontros já foi explicitado — abram suas páginas e sites para a gritaria do comando do PT, que voltou a pregar o “controle da mídia”.

Agora é Rui Falcão quem sai da toca.
E mal esconde o alcance de sua crítica.
Ele confirmou que o partido pretende aprovar um documento em que condena o jornalismo “partidário e parcial” que se praticaria no país; segundo o valente, esse jornalismo não se restringiria à VEJA, embora, para ele, a revista seja o “exemplo mais acabado disso”.

É compreensível.
Falcão gosta do jornalismo dependente da verba das estatais; Falcão gosta do jornalismo independente a favor; Falcão gosta do jornalismo comprado pelo oficialismo.

Alguns tontos, movidos ou por baixos interesses ou por uma lógica da concorrência estúpida, parecem se divertir um tantinho com a histeria autoritária do PT.

O PT foi amigo do jornalismo investigativo até 31 de dezembro de 2002.
No dia 1º de janeiro de 2003, ele passou a ser inimigo.

Aí se tratava de indagar ao jornalista e às empresas de comunicação de que lado eles estavam.
E vieram, então, as sucessivas tentativas de controlar a imprensa — até em nome dos direitos humanos!

Chega a ser patético ver alguns assanhados a oferecer o pescoço para dialogar com a corda, como a dizer:

“Ó, eu sou diferente; eu sou bonzinho; eu acho que não tem nada de errado em ver o Zé ‘governando’ o Planalto a partir de um quarto de hotel.
Afinal, por que um lobista não pode receber ministros de estado e presidentes de estatal em encontros clandestinos?”


É… Faxina se faz com VEJA.
Parece que, entre todas as limpezas necessárias, essa é a que mais assusta.
Mexeria com a sujeira encalacrada.

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