quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Havia algo de diferente nos festejos de 7 de Setembro
Josias de Souza
Suponha que uma autoridade, achegando-se a Dilma na parada de 7 de Setembro, quisesse puxar conversa para distrair a presidente.
Suponha que a autoridade não soubesse como começar.
Uma saída seria indicar com o queixo a multidão do outro lado da rua e perguntar:
— Fora isso, senhora presidente, o que está achando da festa?
Havia algo de diferente nos festejos do Dia da Independência.
O desfile oficial subia a Esplanada, no sentido inverso ao da Praça dos Três Poderes.
Na outra via, a ‘Marcha Contra a Corrupção’ descia rumo à praça onde estão assentados os prédios do Congresso, do STF e do Planalto.
Convocada pelas redes sociais da internet, a marcha começou tímida.
Na altura da Catedral de Brasília, reunia algo como 2 mil pessoas.
Aos pouquinhos, foram chegando os retardatários.
Súbito, pessoas que foram ao meio-fio para assistir ao desfile oficial aderiram à passeata anticorrupção.
No final, estimou a PM de Brasília, o grupo que pedia o fim da ladroagem reunia cerca de 25 mil pessoas.
(...)
Tomados pelas faixas e palavras de ordem, os manifestantes se insurgiam contra todo o melado que escorre dos podres poderes.
Houve ataques ao voto secreto no Legislativo.
Faixas e cartazes mencionavam a roubalheira nos ministérios.
Promoveu-se a lavagem simbólica da pasta da Agricultura.
Apelou-se pela aplicação da Lei da ficha Limpa.
Protestou-se até contra Ricardo Teixeira, o eterno presidente da Confederação Brasileira de Futebol.
(continua)
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