Estadão
A desaceleração no consumo e o aumento dos estoques já provocam demissões na indústria.
Ontem, a LG Electronics cortou 200 trabalhadores da fábrica de celulares e monitores de Taubaté (SP).
Além disso, a empresa mantém 800 funcionários em licença remunerada até sexta-feira.
A interrupção na produção fez duas empresas que fornecem componentes para celulares anunciarem cortes de 40% no quadro de pessoal.
Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Edmir Marcolino da Silva, a Blue Tech, que emprega 200 pessoas, e a Sun Tech, com 270 trabalhadores, podem demitir, depois de terem dado férias coletivas.
Já as montadoras tentam reduzir a produção de veículos, aproveitando o feriado desta quarta-feira para suspender o trabalho na semana e ajustar os estoques à demanda menor.
A freada no ritmo das fábricas já tem impacto nas fabricantes de autopeças, que anunciaram férias coletivas.
Os metalúrgicos da Fiat de Betim (MG), por exemplo, voltam ao trabalho só na próxima quinta-feira.
A montadora nega que a paralisação temporária seja um reflexo da desaceleração nas vendas, mas admite que a chamada 'ponte' ajuda a promover um ajuste nos estoques, hoje na casa de 22 mil veículos.
A Volkswagen paralisou a produção de veículos durante esta semana na fábrica de São José dos Pinhais (PR).
'A empresa alega que o pátio está cheio', disse o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil D'Ávila.
Na fábrica da Volks do ABC paulista, cerca de 10 mil trabalhadores vão emendar o feriado de 7 de Setembro até sexta-feira.
Na Volks de Taubaté (SP), 4,5 mil trabalhadores estão de folga esta semana, informou o Sindicato do Metalúrgicos de Taubaté.
Na Scania de São Bernardo do Campo (SP), 2,8 mil trabalhadores estão de folga desde ontem e retornam só na quinta-feira.
Na Ford de Taubaté, serão 23 dias de férias coletivas a 1,6 mil trabalhadores, escalonadas em três períodos, até 14 de outubro, segundo o sindicato dos metalúrgicos local.
Já na fábrica da montadora em São Bernardo do Campo (SP), 1,2 mil trabalhadores da linha de automóveis folgam a semana inteira, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Na GM, a produção de Gravataí (RS) foi suspensa aos sábados.
Com isso, a empresa deixa de fabricar 2,3 mil veículos.
Em julho, havia cerca de 6,8 mil unidades estacionadas na montadora, enquanto o número normal é de 3,5 mil a 4 mil, informou a empresa.
Não houve produção nos dias 13 e 27 de agosto e está programada paralisação no dia 24.
Na fábrica de São José dos Campos (SP), 300 trabalhadores tiveram 15 dias de férias coletivas até ontem, informou o sindicato dos metalúrgicos local.
A paralisação da produção nas montadoras afeta as fabricantes de autopeças.
A Autometal, por exemplo, que fabrica componentes para freio em Taubaté (SP), programou férias coletivas para 420 trabalhadores entre 12 de setembro e 11 de outubro, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
Em São José dos Campos (SP), Trelleborg, fabricante de autopeças, deu férias coletivas entre os dias 1.º e 10 de setembro, informou o sindicato local de metalúrgicos.
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