Manifestantes lavam rampa do Congresso em ato anticorrupção
Rafaela Céo e Jamila Tavares Do G1
Protesto em Brasília reúne ‘diabinha’, aposentados e até estrangeiros.
Marcha ganhou adesão de quem assistia ao desfile de 7 de Setembro.
Manifestantes lavam entrada do Ministério da Justiça em Brasília em protesto contra a corrupção durante o desfile de 7 de Setembro
Organizada pela internet, a marcha começou com cerca de 2 mil pessoas e ganhou a adesão do público que acompanhava o desfile de 7 de Setembro na Esplana dos Ministérios.
A PM estimou em cerca de 40 mil pessoas no desfile.
"Nós vamos pegar a água do espelho d'água do Ministério da Justiça para lavar o Ministério dos Transportes, que foi onde começou esses novos escândalos", disse um dos organizadores do protesto, Charles Guerra.
Segundo outra organizadora, Daniella Kalil, a marcha não teve como intenção atrapalhar o desfile de 7 de Setembro.
O objetivo da manifestação é chamar a atenção para os escândalos envolvendo desvios de dinheiro público, de acordo com a organização.
Entre as reivindicações do movimento, criado pela internet há cerca de um mês, estão o voto aberto no Congresso Nacional, a votação do projeto de lei apresentado no Senado que considera a corrupção crime hediondo e a aplicação da Lei da Ficha Limpa.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF dá apoio jurídico aos participantes do movimento.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, participa da marcha.
“O que está faltando neste país é vergonha na cara.
Não dá para tolerar esse tipo de gente, que usa o poder para seus interesses privados.
O Brasil dá hoje seu novo grito de independência”, disse Cavalcante.
O presidente da OAB destacou que os cidadãos trabalham quatro meses apenas para pagar impostos.
“Precisamos lembrar que trabalhamos muito para esse país se desenvolver.
Mas esse dinheiro está indo para o ralo da corrupção”, declarou Ophir Cavalcante.
A aposentada Ângela Alencar também resolveu participar da marcha.
“Fiquei sabendo do movimento pelos jornais.
Fico indignada por não termos dinheiro para a saúde por causa da corrupção.
Não quero pagar CPMF novamente”, disse.
O italiano Ernesto Cordella, que também participa do protesto junto com a esposa brasileira, Munira Franco, disse que os protestos deveriam ser mais frequentes.
“Acho ótima essa manifestação.
Deveria acontecer a cada domingo.
A corrupção é a mesma, mas na Europa tem mais movimentos populares como esse que está acontecendo hoje no Brasil.
As pessoas gritam mais”, afirmou.
Os organizadores da Marcha contra a Corrupção informou que todo o dinheiro usado para a confecção de faixas e camisetas foi arrecadado entre os participantes do protesto.
Daniella Kalil informou que políticos se apresentaram para apoiar a manifestação, mas não foram aceitos.
“A gente pediu para políticos não se envolverem.
Fizemos vaquinhas sem ajuda de políticos e empresas”, destacou Daniella.
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