Manifestações contra corrupção definem reinvindicações
Veja
A mobilização na internet se disseminou com tanta velocidade que muitos não sabem que o protesto que inaugurou o movimento ainda nem aconteceu.
Uma das poucas semelhanças entre as milhares de pessoas que foram às ruas gritar contra a corrupção no dia 7 de setembro era a indignação com a situação da política brasileira.
Alguns saíram de casa revoltados com a absolvição de Jaqueline Roriz, outros queriam transformar a corrupção em crime hediondo e havia até quem pedisse o impeachment de Dilma Rousseff.
Tantos brasileiros, com tantas ideias diferentes, conseguiram reunir-se na mesma hora e local por causa de algumas dezenas de pessoas que tomaram a frente dessa mobilização que nasceu na internet e desembarcou nas ruas em pleno feriado da Independência.
Eles negam o rótulo de organizadores – preferem ser chamados de moderadores.
Uns mais politizados, outros nem tanto, esses moderadores acabaram envolvidos neste movimento que, além desta terça-feira, tem mais três datas confirmadas para o próximo mês (dias 2, 12 e 15 de outubro).
Desconfiados de que apenas gritar contra a corrupção pode não trazer resultados efetivos, eles resolveram dar uma cara de reivindicação ao movimento.
Em Brasília, a vendedora Lucianna Kalil pretende colher assinaturas durante o protesto, agendado para 12 de outubro, para exigir o fim do voto secreto e a aplicação da lei da Ficha Limpa.
Nos outros grupos, há propostas como o fim do foro privilegiado, a revisão dos critérios para aprovação de emendas e a promulgação do projeto de lei que caracteriza a corrupção como crime hediondo.
Batizado de “Todos juntos contra a corrupção”, o evento pioneiro está marcado para o fim da tarde desta terça-feira na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.
Criado “sem compromisso”, conta a empresária Cristine Maza, movimentou 200 pessoas na rede social em apenas quatro horas.
Uma das organizadoras do protesto, ela espera que a marcha reúna mais de 20 mil pessoas.
No Rio, os manifestantes ainda não definiram suas reivindicações.
“Não queremos perder o foco inicial, que é juntar gente e fazer o movimento crescer”, diz Cristine.
No dia 7 de setembro, pelo menos 25 mil pessoas saíram às ruas em dezenas de cidades para protestar contra a corrupção.
Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre foram as capitais que mais reuniram manifestantes.
Já existem movimentos articulados no Maranhão, em Pernambuco e na Bahia.
No entanto, a mobilização está longe de conseguir compor uma bandeira comum.
Para o movimento se tornar um só, ainda há um longo caminho a percorrer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário