Renata Lo Prete, Folha de S. Paulo
O apetite do PT assustou a direção do PanAmericano, semanas depois de ter comemorado a venda de parte do banco para a Caixa Econômica Federal.
Em e-mails interceptados pela PF, executivos reclamam da demanda para abrigar pessoas ligadas "ao governo e aos políticos com quem fizemos negócio".
Numa dessas mensagens, de janeiro de 2010, o então presidente, Rafael Palladino, queixa-se com Luiz Sandoval, à época o principal executivo do grupo Sílvio Santos.
Lamenta que "já tivemos de engolir" uma indicação ("coisa que brigamos muito para não ter") e manifesta o desejo de não repetir a dose.
No e-mail, Palladino relata que havia pressões para contratar o ex-presidente do BNDES Demian Fiocca.
"O currículo dele é excelente, mas para ser presidente de empresas enormes, e não diretor do banco", reclama.
Segundo o executivo, entre os que fizeram lobby por Fiocca estava Luis Gushiken, um dos ministros mais influentes do governo Lula até o escândalo do mensalão, que depois viria a atuar como consultor informal do PanAmericano.
Palladino defendeu acomodar o indicado como "conselheiro" do banco, mas sugeriu antes "tirar a temperatura" e zelar para "não gerar desconforto com o Guido" - Fiocca é ligado ao ministro da Fazenda.
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