domingo, 30 de outubro de 2011

Planalto despreza o desenvolvimento do país

Jornal do Brasil - Paulo Panossian *

Por que países desenvolvidos produzem bem-estar social e alta produtividade econômica?

É simples, investiram massivamente na qualidade da educação, saúde, infraestrutura, transporte de massa etc, e mantêm um sistema jurídico implacável em que um corrupto, ou praticantes de outros crimes, seja ele quem for, é julgado celeremente e condenado.


No governo FHC, 97% das crianças frequentavam o ensino fundamental, e o número de adolescentes no ensino médio também aumentou.
Mas, na gestão petista, mesmo com economia mundial próspera, a arrecadação de impostos batendo recordes, o país não avançou na qualidade do ensino.


Assim também ocorre na saúde, em que assistimos a um caos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde, a cada dia, para tristeza nossa, pacientes com problemas graves são jogados nos corredores dos hospitais como se fossem lixo, tudo por falta absoluta de leitos e UTIs.

Os leitos disponíveis nestas localidades são apenas 0,66 para cada grupo de 10 mil habitantes.
Já no Sul, Sudeste e Centro/Oeste a média é de 1,5 leito.
Isso sem mencionar a ausência ou precariedade dos postos de saúde.

É imperioso demonstrar por que Lula, nos seus dois mandatos, e agora Dilma não têm se interessado em corrigir essas lacunas sociais, e também as econômicas.

Neste ano, o governo vai torrar literalmente R$ 116 bilhões e em 2012 R$ 146 bilhões, somente em benefícios fiscais privilegiando grandes grupos empresarias, sem que se tenha retorno.
Mas, para coleta de esgotos, são destinados apenas R$ 7,5 bilhões, o que é uma insignificância — mais de 50 milhões de brasileiros não recebem até hoje o serviço essencial à saúde.
E ainda há quem reclame dizendo ser preciso criar uma nova CPMF para financiar o setor!

Os recursos citados seriam suficientes para realizar substancial melhoria na saúde e na educação, e ainda com as sobraspoder-se-ia agilizar a melhora na infraestrutura, como estradas, portos, aeroportos, ferrovias e transporte de massa.

Se desde 2003, houvesse interesse político em atender principalmente as áreas prioritárias, hoje os avanços seriam extraordinários.

O país estaria definitivamente consagrando a possibilidade de manter um crescimento sustentável num futuro bem próximo.
Mas não, os governantes têm preferido aumentar o número de ministérios, para acomodar seus comparsas, e indicar para cargos de confiança mais de 20 mil camaradas sem nenhuma qualificação para os cargos que ocupam, sem falar na corrupção, em larga escala.

Pois bem, o resultado de toda a inércia, ou amadorismo institucional, só pode ser nocivo para a economia.
Porque, sem boa formação escolar, a produtividade do brasileiro comparado com outros 150 países caiu entre 1980 e 2008.
Só para exemplificar, em 1980, um trabalhador tupiniquim produzia em média US$ 21 mil por ano.
Em 2008, despencou para US$ 17.800.

E nessas condições o Brasil ocupa hoje o medíocre 130º lugar em produtividade.

Em comparação com nossos vizinhos, o Brasil só não é pior que o Paraguai e a Venezuela.
Na Argentina o trabalhador produz US$ 24.800 e no Chile, US$ 27.500.
Ou seja, esses países colhem avanços porque investiram mais e melhor em educação do que nós.

Será que precisamos de mais argumentos para justificar por que os alojados no Palácio do Planalto estão adiando o progresso e bem-estar da população?

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