A prisão de Nem: mudança de rumo ou insistência no erro?
Ou: Sou a favor da Rocinha e da USP livres!
Por Reinaldo Azevedo
Perguntam-me se não vou escrever sobre a prisão de Nem, o chefão do tráfico da Rocinha.
Escrevo, ué!!! Eu sou a favor!
Aliás, minha discordância com a política de segurança da dupla Sérgio Cabral-José Mariano Beltrame é essencialmente esta: eu não acredito em pacificação sem a prisão de bandido.
Espero muito mais.
Por enquanto, o Rio prendeu uma personagem do noticiário, que ganhou notoriedade, uma verdadeira celebridade do mal.
Eu espero para ver uma ação sistemática para meter bandido na cadeia.
E a razão é simples, como ficou evidente no caso do Morro Antares, onde morreu Gelson Domingos, cinegrafista da Band: se a polícia se limita a espantar vagabundos de uma área, eles vão aterrorizar outras.
Não foi o que eu sempre escrevi aqui?
Assim, eu espero que a prisão de Nem seja a correção de um rumo, não a insistência num erro.
O futuro dirá. A prisão de Nem rende manchetes.
Eu quero saber quando a Polícia do Rio vai prender os bandidos que não rendem, aqueles que enchem as cadeias e dão trabalho ao governo e oneram o caixa.
É, no entanto, o preço a pagar para que o índice de homicídios caia para valer, como caiu em São Paulo — e sem maquiagem.
Como regra geral, acrescento: eu sou favorável à prisão de bandidos que seqüestram comunidades, seja a Rocinha, seja a USP.
E sou contra jornalismo que dá piscadela pra bandido.
Na Rocinha, não vi isso acontecer.
Já na USP…
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