Decisão de Dilma de manter Lupi from Alvaro Dias on Vimeo.
Em discurso hoje no plenário, o Líder do PSDB, senador Alvaro Dias(PR) ,disse que, no dia em que a Transparência Internacional divulgou o índice dos países mais corruptos do mundo, houve a decisão da presidente Dilma de desrespeitar a recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República de demitir o ministro Carlos Lupi:
- A Comissão de Ética não terá mais sentido, razão de existir, se sua recomendação, diante de tantos fatos graves que envolvem o Ministro do Trabalho, não for acolhida pela Presidência da República. Faltava mais o quê?- indagou Alvaro.
O Ministério do Trabalho, entregue ao PDT, é alvo de denúncias que apontam a existência de esquema de cobrança de propina em convênios com organizações não governamentais.
O ministro foi acusado de mentir em depoimento à Câmara, ao negar conhecer um diretor de ONG que mantinha convênio com o ministério e fora acusada de irregularidades. Depois da divulgação de fotos e declarações em contrário, ele voltou atrás, admitindo conhecê-lo e ter viajado com ele.
- Tivemos oportunidades em que não se admitiria outra coisa que não fosse a demissão do ministro, até pelo menos que as investigações ocorressem, fossem concluídas e elucidassem dúvidas relativamente às denúncias assacadas contra o ministro e a sua equipe.
Há provas documentais e testemunhas, que por si só autorizam a presidente a adotar medidas administrativas e judiciais cabíveis, mas isso não ocorre.
É uma afronta à inteligência dos brasileiros a afirmativa de que há um esforço do governo para moralizar a atividade pública - protestou o senador.
- "É surpreendente ver a Presidente mantendo o ministro, apesar de todas as denúncias.
A chamada faxina se constituiu em farsa e encenação, tentativa de iludir a opinião pública do País; o que é mais grave: não há providências rigorosas no combate à corrupção e à impunidade e há a manutenção de um modelo permissivo que contribui para aumentar os índices de corrupção no País”.
A situação, avalia, é consequência da política de preenchimento de cargos na administração pública para premiar políticos que atendem aos interesses do governo.
Isso, segundo Alvaro, provocaria um inchaço da máquina pública e criaria brechas para esquemas de corrupção que drenam as finanças públicas, desviando recursos da saúde, educação, segurança pública e saneamento básico.
O parlamentar criticou o fato de o Brasil manter quase 24 mil cargos comissionados, de livre nomeação, enquanto os Estados Unidos teriam pouco mais de 7 mil, e a Alemanha, 800.
Ranking da corrupção
Alvaro Dias mencionou, ainda, ranking da ONG Transparência Internacional, que deu nota 3,8, numa escala de zero a dez, para a situação da corrupção no Brasil.
Ele disse que a nota põe o país em posição de "destaque vergonhoso" entre os 183 avaliados.
- A nota reprova o Brasil. Nos mantemos no estágio da vergonha internacional e precisamos reverter essa expectativa - observou.
O líder do PSDB pediu mais celeridade na tramitação do projeto do senador Pedro Taques (PDT-MT) que torna a corrupção um crime hediondo (PLS 204/2011).
Agência Senado
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