sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Inquisição Política
A fábrica de dossiês do PT, que cria e espalha calúnias para destruir a imagem de seus adversários, não é novidade.
Editorial do Estadão revelou, durante a campanha eleitoral, que servidores da Receita violaram o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, presumivelmente para a montagem de um dossiê que poderia ser usado por setores da campanha da candidata Dilma Rousseff contra o opositor tucano José Serra, falou-se do "exército secreto" arregimentado pelo PT na administração federal para fazer o trabalho sujo na disputa pelo Planalto.
Disso não deixa dúvida a confissão de um ex-diretor e ex-assessor da Previ, o colossal fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Geraldo Xavier Santiago.
Em entrevista publicada na revista Veja, Santiago disse que a entidade é "uma fábrica de dossiês".
"O sindicalismo selvagem que Lula levou para dentro do governo transpôs para a política a violência característica dos embates entre as máfias sindicais.
Parte da premissa de que todo adversário deve ser tratado como inimigo - e, nessa condição, deve ser aniquilado."
Essa não é exatamente uma caça às bruxas, mas uma perseguição aos talentos que podem colocar em risco o poder e a impunidade de quem conquistou a vitória às custas da dor alheia.
A história não pode ser injusta com aqueles que construíram ideias e programas bem sucedidos simplesmente porque seus detratores decidiram assim.
Confiram, também, matéria da Folha de 2010 que trata do mesmo caso:
Previ é fábrica de dossiê do PT, diz ex-diretor
Ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Gerardo Xavier Santiago diz que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula e máquina de arrecadação para o PT.
Gerardo foi gerente-executivo da Previ entre 2003 e 2007, sendo ligado diretamente ao ex-presidente do fundo Sérgio Rosa, que deixou o cargo em junho de 2010.
Gerardo saiu da Previ após brigar com Rosa em 2007, quando deixou o PT.
As declarações sobre a espionagem foram feitas à revista "Veja" desta semana.
À revista ele afirma que o fundo é "um bunker de um grupo do PT" e que "a Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini, Sérgio Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto".
(...)
O ex-diretor, que também já foi do Sindicato dos Bancários do Rio, disse à Folha que, além de montar dossiês, a Previ serviu a interesses do partido para aumentar a arrecadação.
Segundo ele, a Previ montou uma rede de conselheiros ligados ao PT em empresas nas quais o fundo tem participação.
A intenção era influenciar as doações das companhias para beneficiar o partido.
Santiago diz que o primeiro dossiê produzido por ele na Previ é de 2002, no governo FHC.
O material deveria, diz ele, comprometer a gestão tucana e provar a ingerência do governo na Previ.
"Dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo, na gestão do Sérgio Rosa", diz o ex-diretor à "Veja".
Santiago lista os oposicionistas que teriam sido investigados com base em dados sigilosos, cujo acesso teria sido ordenado por Rosa: o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já morto, o governador José Serra (PSDB) e o então presidente do DEM Jorge Bornhausen.
ENTREVISTA
Gerardo Santiago, ex-assessor da Previ, fala ao repórter Fernando Mello como funcionava a "fábrica"de dossiês da Previ.
Ele fala sobre Sérgio Rosa, ex-presidente do fundo de pensão e sobre as influências do PT, da CUT, do sindicato dos bancários de São Paulo, e do governo federal, na Previ.
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