quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ROMBO HISTÓRICO

Déficit em conta corrente soma US$ 6,8 bi em novembro e é o maior em 64 anos
O resultado mês e o acumulado do ano (US$ 45,8 bi) vieram acima do desempenho em igual período de 2010

Adriana Fernandes e Fernando Nakagawa, da Agência Estado

O déficit na conta de transações correntes registrado no mês de novembro, de US$ 6,8 bilhões, é recorde histórico para todos os meses, informou nesta terça-feira, 20, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel. A série histórica do BC é de 1947.

Segundo Maciel, o resultado negativo ficou maior que os US$ 5,5 bilhões previsto anteriormente pelo BC. Os motivos, disse ele, estão ligados a um desempenho mais desfavorável da balança comercial e a remessas maiores de lucros e dividendos.

"Houve um aumento importante de máquinas e equipamentos e veículos", disse.
Já a remessa de lucros e dividendos em novembro, de US$ 4,207 bilhões, foi acentuada e o valor é recorde para o mês de novembro.
A remessa de lucro e dividendos em 12 meses até novembro, de US$ 38,770 bilhões, também é recorde.

O déficit acumulado ficou em US$ 45,830 bilhões de janeiro a novembro, o equivalente a 2,03% do PIB.
Os resultados apresentados são piores do que os verificados há um ano, já que novembro de 2010 teve déficit de US$ 4,735 bilhões, enquanto o acumulado de janeiro a novembro foi negativo de US$ 43,865 bilhões.
No ano, porém, o investimento estrangeiro vai cobrir o déficit em conta corrente.

Segundo o BC, o resultado de novembro foi gerado pela contribuição positiva de US$ 583 milhões da balança comercial, valor anulado completamente pelo déficit de US$ 2,831 bilhões da conta de serviços e pela saída de dólar de US$ 4,740 bilhões da conta de rendas. Houve ainda transferência unilaterais de US$ 185 milhões em novembro.

O rombo das contas externas terá forte aumento em 2012, segundo novas previsões do BC.
Pelas estimativas do BC, o déficit em transações correntes do País com o exterior deverá ter um aumento de US$ 12 bilhões, passando de um déficit previsto de US$ 53 bilhões em 2011 para US$ 65 bilhões em 2012.

Por outro lado, o BC prevê um recuo de US$ 15 bilhões nas estimativas de ingresso de investimento estrangeiro direto (IED) no País, saindo de uma previsão de US$ 65 bilhões em 2011 para US$ 50 bilhões em 2012.

Pelas novas estimativas do BC, a balança comercial terá um superávit de US$ 5 bilhões a menos que em 2011, fechando 2012 com um saldo positivo US$ 23 bilhões. A previsão para exportações é de US$ 267 bilhões em 2012, ante US$ 256 bilhões em 2011.

As estimativas do BC para o saldo de importações em 2012 é de US$ 244 bilhões, o que representaria um recuo em relação à previsão de compras externas em 2011, de US$ 228 bilhões.

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