domingo, 4 de dezembro de 2011

Sacadas do SAKA


As redes sociais nos permitem o contato com pessoas com as quais jamais teríamos, em outros tempos, a possibilidade de conhecer nem de trocar ideias e opiniões.
Temos a oportunidade de aprofundar nossas reflexões sem a rotineira dificuldade de buscar um interlocutor interessado em nossos assuntos, as afinidades se revelam naturalmente e, assim, podemos debater os temas que consideramos importantes sem incomodar os familiares ou amigos próximos que porventura não queiram compartilhar das mesmas questões.

Alguns dados têm me chamado a atenção e pude desfazer algumas dúvidas, nesses últimos dias, com um amigo com quem eu "converso" quase que diariamente, o professor Ossami Sakamori, engenheiro civil, consultor do mercado financeiro, foi professor da UFPR.

O mestre dos números tem questionado se os beneficiários dos programas sociais estão off line.
Mostra-se inconformado porque nos índices sobre desemprego simplesmente não existem como cidadãos.

"Se existissem, entrariam na conta dos DESEMPREGADOS," afirma em um de seus comentários.

"Se quem recebe Bolsa Família não é desempregado, o que são eles, então, se não entram nas estatísticas?"

E continua seu raciocínio: "Desempregado 2,3 milhões. Bolsistas 8,7 milhões. Quem são estas pessoas? São PÁRIAS? A conta não fecha. Socorro!"

Faz sentido, se estivessem incluídos no rol dos trabalhadores receberiam ao menos o salário mínimo, portanto, não teriam direito ao beneficio social.

Numa pesquisa do Ministério do Trabalho, dos oitenta e cinco municípios que mais recebem o Bolsa Família; só 1,3% da população tinha emprego.

Outra contradição apontada pelo amigo Saka foi quanto ao seguro-desemprego, pois, nos últimos anos, o número de desempregados solicitando o auxílio tem batido recordes históricos.
Enquanto os números não negam a real situação do país, os índices anunciados confundem os desavisados e omitem o que desagrada o governo.
A pauta estabelecida e prontamente atendida é a da criação de novos postos de trabalho, ignora-se, porém, que muitos dos contratados ocupam as vagas dos que faleceram, dos que se aposentaram e dos demitidos, sem contar a regularização de postos tidos como informais.

Estudos mostram como foi o processo de formalização do mercado de trabalho no Brasil na última década.

Mesmo assim, celebra-se uma suposta queda da taxa de desemprego a 5,8% em outubro, que seria a menor taxa em nove anos.
Para aumentar a confusão, a mesma matéria informa que temos uma população ocupada de APENAS 22,682 milhões de brasileiros, pouco mais de 10% da população, e um nível da ocupação (pessoas em idade ativa) estimado em 54,0% em outubro.
E a outra quase metade desocupada?

O governo petista abusa da despreocupação do brasileiro com os números.
Deve ser trauma das aulas de Matemática ou preconceito com a matéria.
Por esse motivo, talvez, costumamos aceitar bovinamente como boa notícia o que deveria ser recebido como um deboche.

Acompanhem AQUI as dicas do professor.

Amigo Saka, sorte a minha e de milhares de seguidores que podem contar com seus questionamentos pertinentes e a constante disposição em enriquecer o debate.
Quem não tem intimidade com os números, é meu caso, fica com as ideias em parafuso, mas o domínio com que o amigo desenvolve seu raciocínio e a clareza com que expõe os dados concretos de nossa economia nos ajudam a entender a importância dessa ferramenta que ajuda o ser humano a desenvolver sua autonomia e a perceber o mundo com pensamento crítico.

O contato com situações práticas, como as absurdas taxas de juros ao consumidor, os impostos abusivos e a precariedade dos serviços públicos, que não correspondem ao que arrecadam do contribuinte, é um estímulo ao aprendizado e à compreensão de que os números da economia, inevitavelmente, fazem parte da nossa vida.

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