Presentes na vida de todos os brasileiros que ajudam a movimentar a economia do País, os impostos ainda são uma incógnita para a grande maioria dos contribuintes. Sem entender de alíquotas, taxações ou ainda de incidência dos tributos sobre cada operação financeira, parte da população se limita apenas a conhecer sua existência.
Ao todo, o brasileiro paga 61 impostos diferentes, dos quais 48 são federais e os demais divididos entre a esfera estadual e a municipal. Juntos, estes tributos equivalem a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas as riquezas de uma determinada região.
O administrador Dener Mendonça, de 37 anos, não sabe ao certo quantos tributos paga, mas faz questão de controlar a incidência de impostos nas compras do mês nos diversos supermercados de Belém.
"Sei que quando faço supermercado, a cada R$ 1,2 mil de compras, aproximadamente R$ 190 é imposto. Não existe palavra ruim que possa definir a alta carga tributária brasileira", reclama.
Em fevereiro, o administrador terá pela frente o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que deve subtrair R$ 847,00 de seu orçamento.
"Tenho certeza que o recurso angariado a partir destes tributos não é utilizado em sua atividade fim, que deveria ser revertido em obras e no bem-estar da sociedade", se queixa.
Mendonça destaca que os impostos deflagram uma grande onda de corrupção entre os políticos sujos.
"Acredito que mais de 70% de todo o recurso arrecadado a partir da nossa carga tributária escoa pelo ralo da corrupção, alimentando a ineficiência da máquina pública", diz.
Ele afirma que, se estivesse no governo, os impostos seriam utilizados para custear mais alimentação, saúde e educação.
Sem a menor ideia de quanto paga de imposto por cada refeição que faz, a atendente Ellen Arraes, de 23 anos, diz que qualquer tributo incomoda no bolso, quando se sabe que a finalidade do recurso é a corrupção.
"Sabemos que cada taxa paga pelo consumidor vai para as mãos do governo, porém, o destino é duvidoso.
Deveria ser investido em educação, saúde, segurança, entretanto, não é bem o que vemos", pontua.
Para Ellen, o Imposto de Renda é o mais intrigante.
"É o tributo que mais eu ia gostar se não existisse, afinal, leva 27,5% do que eu ganho anualmente.
Além de pagar os impostos estaduais e municipais a cada compra, ainda tenho que prestar contas com a União do que ganhei o ano todo", lamenta.
Segundo avalia a professora do curso de "Rotinas Administrativas" de uma escola profissionalizante local, e analista de Recursos Humanos, Elaine Quadros, a população desconhece a incidência dos tributos por dois motivos: falta de clareza por parte do governo e desinteresse.
"Os governos das três esferas deveriam criar programas para orientar os contribuintes, na mesma escala em que observamos algumas operações feitas nas lojas, para coibir a sonegação", argumenta, enfatizando que, do ponto de vista do poder público, não é interessante tornar o cidadão mais esclarecido, já que aumentará a cobrança por parte da sociedade.
Fonte: Amazônia Jornal
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