domingo, 22 de janeiro de 2012

Para Político Acreditar (PPA)

Enquanto essa questão dos restos a pagar não for resolvida, a imersão da presidente Dilma Rousseff com grupos de ministros na “Sala Suprema” será mais um capítulo que parece surgir do fictício orçamento aprovado anualmente no Congresso Nacional.

Denise Rothenburg

O Congresso Nacional perde um tempo danado analisando o Orçamento e o Programa Plurianual (PPA). Alguns assessores e até parlamentares passam dias e noites de plantão para que o texto fique pronto dentro do prazo regulamentar. A cena de Comissão Mista de Orçamento cheia se repete todo fim de ano.

Geralmente, no último dia, as excelências comemoram mais um Orçamento aprovado no plenário, o presidente do Congresso Nacional agradece a todos — em 2011, a fala de praxe coube à vice-presidente, Rose de Feitas (PMDB-ES), porque o presidente José Sarney (PMDB-AP), do alto de seus 80 e lá vai, não aguentou ficar na sessão até bem próximo da meia-noite, quando o Orçamento de 2012 foi votado.

Para quê tanto esforço, não se sabe. Todos os anos, sem exceção, o Poder Executivo acaba fazendo o que quer, do jeito que quer e a hora que deseja.

A análise do Orçamento pelo Poder Legislativo é um grande faz de conta.
Os deputados fingem que influenciam e o Executivo deixa que eles pensem assim.


Até porque, na hora em que falta um voto para aprovação de alguma matéria importante ao governo, o Planalto chama o parlamentar e lhe “concede” um empenho — ou seja, separa o dinheiro para futura liberação.

Se esse dinheiro vai ser liberado e a obra feita é outra longa história.
(continua)

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