terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A transformação de Paraisópolis
Andrea Matarazzo
Paraisópolis é um exemplo de como é possível transformar um lugar por meio de ações conjuntas da comunidade, do poder público e da iniciativa privada. Em dezembro, estive no bairro e pude ver de perto a grande mudança que está em andamento por lá.
Andei entre as casas, comércios, ruas e vielas guiado pelo carismático vereador José Rolim, migrante nordestino, morador de Paraisópolis e um dos símbolos dessa nova fase da região. O inovador projeto de urbanização demoliu as moradias construídas em área de risco, na margem do Córrego do Antonico, onde foi implantado um parque linear. Mas um dos pontos mais importantes desse projeto foi o cuidado e o respeito com as pessoas, que tiveram a possibilidade de continuar em Paraisópolis, em prédios construídos para acomodá-las, e aproveitar a nova infra-estrutura do bairro. A permanência dos moradores no próprio bairro após a urbanização foi o grande diferencial em Paraisópolis.
Depois, fui até a unidade da AMA de Paraisópolis, mantida pelo Hospital Albert Einstein em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. O Hospital mantém ainda um Ambulatório no bairro, com atendimento gratuito de qualidade. Também visitei duas instituições educacionais que funcionam lá: um CEU e uma ETEC, inaugurada em 2010 pelo Governo do Estado.
A região está sendo completamente repaginada e o que era uma antiga favela vai dando lugar a um bairro com infra-estrutura de educação, saúde e lazer, melhorando a vida de quem mora ali. E insisto: o mais importante na urbanização de Paraisópolis é que os antigos moradores puderam permanecer no bairro em que moravam com a infra-estrutura adequada. São ações do poder público (Estado e município) como essas, focadas em oferecer bem-estar às pessoas, que devem ser repetidas por toda a periferia de São Paulo.
É fundamental planejar a cidade colocando como prioridade o bem-estar dos seus moradores, em especial, os que estão mais distante do centro. Investir na infra-estrutura de bairros na periferia estimula a criação de novos negócios e empregos nessas regiões, assim como a legalização de lotes urbanos. É isso que vai melhorar a qualidade de vida não só das pessoas que moram no bairro, mas de todos os paulistanos.
(Artigo publicado no Diário de São Paulo, na coluna Formador de Opinião, em 7/01/2012)
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